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Estado de Minas

Sundance recebe estreia mundial de 'Sergio', com Wagner Moura no papel-t�tulo

Ator interpreta o diplomata brasileiro morto em ataque terrorista no Iraque, em 2003. Roteiro � baseado na biografia 'O homem que queria salvar o mundo'


postado em 30/01/2020 04:00 / atualizado em 29/01/2020 20:20

Wagner Moura em cena do longa, no qual Ana de Armas interpreta a economista argentina Carolina Larriera, reconhecida como mulher de Sérgio Vieira de Mello em 2017 pela Justiça brasileira (foto: Netflix/Divulgação)
Wagner Moura em cena do longa, no qual Ana de Armas interpreta a economista argentina Carolina Larriera, reconhecida como mulher de S�rgio Vieira de Mello em 2017 pela Justi�a brasileira (foto: Netflix/Divulga��o)
Wagner Moura acaba de acrescentar ao seu curr�culo mais um trabalho no cinema: ele j� foi capit�o, piloto da For�a A�rea cubana, salva-vidas em uma praia, hacker de fic��o cient�fica, entre outros. Agora, interpreta o diplomata brasileiro S�rgio Vieira de Mello (1948-2003), alto comiss�rio das Na��es Unidas para os direitos humanos, no filme Sergio, produ��o que chega aos cinemas e � Netflix em abril.

O longa teve sua estreia mundial na �ltima ter�a (28), fora de competi��o, no Festival de Cinema de Sundance (EUA). Moura tamb�m participa do festival como membro do j�ri na categoria fic��o internacional. Baseado na biografia O homem que queria salvar o mundo, escrita pela diplomata americana Samantha Power, e dirigido por Greg Barker, que j� havia produzido um document�rio biogr�fico hom�nimo para a HBO, o filme � uma fic��o que se concentra nos �ltimos anos da vida de S�rgio, como o brasileiro era conhecido no c�rculo diplom�tico.

Interpretado por Wagner Moura, o diplomata acaba se envolvendo afetivamente com a economista argentina Carolina Larriera (Ana de Armas), que s� em 2017 foi reconhecida pela Justi�a brasileira como esposa de S�rgio. Carolina foi a �ltima pessoa pr�xima a ver o diplomata com vida. Ele foi morto num atentando terrorista � sede da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) em Bagd�, no Iraque, em 19 de agosto de 2003, quando exercia sua fun��o de tentar restabelecer a democracia no pa�s, ap�s a invas�o do Ex�rcito americano, que levou � queda de Saddam Hussein.

"(Sergio) N�o � uma nega��o a Narcos. Acho que a s�rie teve uma grande import�ncia pol�tica. O grupo latino � o mais sub-representado em Hollywood, n�o apenas no percentual de atores na tela, mas na maneira como suas hist�rias s�o contadas"

Wagner Moura, ator



O filme explora tamb�m o tempo que S�rgio passou como representante especial da Administra��o Transit�ria da ONU no Timor-Leste, entre 1999 e 2002, fun��o em que foi bem-sucedido, ao ajudar a forjar  uma nova Constitui��o e encaminhar o pa�s para a democracia. Antes disso, ele j� havia atuado com bons resultados em v�rias miss�es em Bangladesh, Chipre, Mo�ambique, L�bano e Camboja.

Cotado para ser o sucessor de Kofi Annan como secret�rio-geral da ONU, S�rgio aceitou com relut�ncia a tarefa no Iraque e encontrou muita resist�ncia americana para o seu trabalho. O atentado a bomba que o matou foi mais tarde reivindicado pela Al-Qaeda, que confirmou que o brasileiro era o alvo principal. A linha condutora do filme, que funciona com diversos flashbacks, � o tempo que S�rgio pode ter passado preso nos destro�os da explos�o.

ESTERE�TIPOS 

Sergio faz parte do projeto de Wagner Moura de produzir filmes sobre figuras latinas sem reproduzir estere�tipos. "N�o � uma nega��o a Narcos. Acho que a s�rie teve uma grande import�ncia pol�tica", disse Moura em Sundance, referindo-se � s�rie dirigida por Jos� Padilha e distribu�da pela Netflix, na qual ele interpreta o chef�o da droga colombiano Pablo Escobar. "O grupo latino � o mais sub-representado em Hollywood, n�o apenas no percentual de atores na tela, mas na maneira como suas hist�rias s�o contadas", afirma o ator. Depois de ler o livro de Power e assistir ao document�rio de Baker (que j� tinha o direito sobre a hist�ria), entrou em contato com o diretor e descobriu que ele tamb�m queria fazer um novo filme. "A ambi��o era falar sobre empatia." Para o ator e produtor, S�rgio foi um dos �ltimos grandes l�deres mundiais a ter essa caracter�stica.

"Esse projeto faz sentido na minha trajet�ria. Vivemos em um mundo em que defender os direitos humanos virou algo %u2018errado%u2019."

Wagner Moura, ator



Moura fez contato com os filhos de S�rgio, que vivem em Genebra, e com Carolina, que hoje mora no Rio e � professora universit�ria, mas conta que houve relut�ncia em rela��o � nova produ��o. "Existe uma disputa de narrativas com rela��o � vida de S�rgio", diz. "Mas nosso projeto est� baseado sobretudo no livro da Samantha e em outras pesquisas." Na opini�o do ator, a hist�ria continua tendo for�a porque S�rgio era um ser pol�tico, brasileiro, que acabou assassinado por conta da sua atua��o em defesa dos direitos humanos. "Esse projeto faz sentido na minha trajet�ria", diz Moura. "Vivemos em um mundo em que defender os direitos humanos virou algo ‘errado’." Em sua estreia como diretor, com Marighella, pronto desde o in�cio do ano passado, Moura enfrentou problemas para distribuir o filme no Brasil. Finalmente, o lan�amento foi marcado para 14 de maio pr�ximo.

J� sobre Sergio, o ator espera que o longa seja recebido "com muito amor" e diz que n�o v� nenhum potencial de pol�mica no filme. "N�o � poss�vel que exista algu�m que, mesmo com um olhar pol�tico diferente do meu, n�o d� import�ncia � trajet�ria de S�rgio Vieira de Mello", afirma. "Ele era um cara muito pragm�tico." 

Moura cita uma cena do filme em que o diplomata encontra um dos l�deres do Khmer Vermelho, partido de extrema-esquerda do Camboja, Ieng Sary. Os dois foram colegas na Sorbonne e participaram das revoltas estudantis de maio de 1968, em Paris. Na ocasi�o, Sary lembrou, decepcionado: "Voc� tamb�m era um revolucion�rio". (A a��o de S�rgio no Camboja levou � repatria��o de 350 mil refugiados.) O diplomata teve ainda bom tr�nsito com George W. Bush. "S�rgio sabia jogar o jogo de poder, o que n�o desmerece em nenhum momento sua atua��o. Ele admite que n�o pode mudar o mundo, mas que pode ajudar esses refugiados. Isso j� � muita coisa", diz Wagner Moura.


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