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Estado de Minas CINEMA

Novo longa de terror de Rodrigo Arag�o tem pr�-estreia on-line

'O cemit�rio das almas perdidas' integra programa��o do CineFantasy e ficar� dispon�vel durante seis horas nesta segunda-feira (7)


07/09/2020 04:00 - atualizado 06/09/2020 23:14

Maior parte das filmagens foi feita num estúdio em Guarapari, com equipe local responsável pela maquiagem e figurino. Produção usou quase 500 litros de sangue falso(foto: Fotos: Fábulas Negras Produções/Divulgação)
Maior parte das filmagens foi feita num est�dio em Guarapari, com equipe local respons�vel pela maquiagem e figurino. Produ��o usou quase 500 litros de sangue falso (foto: Fotos: F�bulas Negras Produ��es/Divulga��o)

"A magia do cinema de terror � poder sair um pouco dos nossos problemas cotidianos e, por algum tempo, ter medo de criaturas que n�o existem"

Rodrigo Arag�o, diretor

O cemit�rio das almas perdidas, sexto filme do diretor capixaba Rodrigo Arag�o, que construiu sua carreira com t�tulos de terror, tem pr�-estreia nesta segunda-feira (7), na programa��o do Festival Cinefantasy. 

Assim como os anteriores Noite de chupa cabras, Mar negro e Mata negra, o novo trabalho, realizado com R$ 2 milh�es, via edital da Secretaria de Estado da Cultura do Esp�rito Santo, tem sua trama baseada no Livro negro de S�o Cipriano.  

 O fasc�nio pela hist�ria surgiu na inf�ncia do diretor, natural de Guarapari. No bairro em que morava, Rodrigo ouvia os rumores a respeito de um senhor que tinha o Livro negro de S�o Cipriano. “As crian�as da rua tinham medo de passar no quintal dessa pessoa, porque diziam que o livro estava na casa dele. Isso me fascinava muito, o tipo de medo que o livro gerava”, conta o diretor, de 43 anos. 
Longa venceu edital da Secretaria de Cultura do Espírito Santo e contou com orçamento de R$ 2 milhões
Longa venceu edital da Secretaria de Cultura do Esp�rito Santo e contou com or�amento de R$ 2 milh�es

COLONIZA��O 
A trama de O cemit�rio das almas perdidas � inspirada na coloniza��o do Esp�rito Santo. “H� v�rios relatos sobre essa primeira coloniza��o, que foi muito terr�vel no estado. Peguei um pouca dessas hist�rias, mas assumindo uma total liberdade de f�bula”, diz. 

Na hist�ria, jesu�tas corrompidos pelo poder d’O livro negro de S�o Cipriano iniciam um reinado de terror no Brasil colonial, at� serem amaldi�oados e condenados a viver eternamente presos sob os t�mulos de um cemit�rio. “N�s somos um povo que tem muita fantasia na cabe�a, com muitas lendas, causos e hist�rias, mas a gente ainda usa isso muito pouco no cinema”, comenta o cineasta.

Com personagens que incluem inquisidores cat�licos, colonizadores portugueses e tribos ind�genas, o roteiro d� destaque para a cultura ind�gena capixaba. O principal cen�rio do filme emula o Convento da Penha, um dos santu�rios religiosos mais antigos do Brasil, localizado no munic�pio de Vila Velha (ES). 

H� uma refer�ncia �s rela��es entre Esp�rito Santo e Minas Gerais, personificada por um personagem cujas orelhas foram mutiladas. “A Capitania da Muralha Verde (antigo estado do Esp�rito Santo) servia, principalmente, para proteger Minas Gerais, que era a riqueza. Era um estado que n�o poderia progredir muito e para onde eram mandadas as pessoas n�o quistas em Portugal, realmente os refugiados. Ent�o tinha essa coisa das pessoas sem orelhas, que eram castigadas e enviadas ao Esp�rito Santo”, afirma Arag�o. 

Esse sexto trabalho do diretor reafirma as caracter�sticas dos anteriores. “Todos os meus filmes se passam nesse mesmo universo. � um Brasil meio atemporal, interiorano e cheio de fantasia.”

Embora s� tenha sido conclu�do neste 2020, o projeto do filme nasceu em 2002. “Esse era um roteiro bem complexo. Ent�o tive que esperar a possibilidade de levantar o or�amento dele”, afirma Arag�o.

Em sua produ��o de maior or�amento at� aqui, o diretor gravou  num est�dio em Guarapari 80% das cenas. O diretor optou por manter o tom artesanal de seus trabalhos anteriores. “� um longa sem nenhum tipo de efeito 3D. A computa��o s� foi usada para fazer composi��o de imagem, mas � tudo pr�tico.”

Todos os cen�rios, figurinos, bonecos, esculturas, maquetes e maquiagens utilizados nas filmagens foram elaborados pela sua equipe. A produ��o n�o economizou na quantidade de sangue falso. Aproximadamente 500 litros foram usados nas filmagens. 

O efeito visual � uma paix�o do diretor. “O que me encanta no cinema � a fantasia. � poder fazer coisas que n�o existem, coisas extraordin�rias, exageradas. Acho que o excesso de sangue tira um pouco do peso da viol�ncia, na verdade, e deixa tudo mais divertido”, afirma.  

O cemit�rio das almas perdidas � dedicado � mem�ria do ator e diretor Jos� Mojica Marins, criador do personagem Z� do Caix�o, precursor do terror no Brasil, falecido em fevereiro deste ano. “Todo mundo que faz filmes de terror no Brasil deve muito a Jos� Mojica Marins. Era o m�nimo que eu podia fazer”, diz Arag�o, que afirma n�o se considerar o herdeiro de Mojica no g�nero. “Acho que nunca haver� um sucessor do Mojica. A obra dele � �nica. Ningu�m nunca vai conseguir substituir o que ele representa para a hist�ria do cinema nacional.”

Embora diretores como Dennison Ramalho (Morto n�o fala) e Juliana Rojas (As boas maneiras) estejam se destacando com filmes de terror, o g�nero ainda � pouco valorizado no cinema nacional. Rodrigo Arag�o acredita ser quest�o de tempo para que ele se popularize.

“O brasileiro � apaixonado por filme de terror. As bilheterias de filmes como Invoca��o do mal e Annabelle mostram isso. Acho que ainda falta o p�blico brasileiro descobrir o cinema de terror nacional.”

Segundo ele, a conquista do edital da Secretaria de Cultura do Esp�rito Santo � um indicativo que o mercado entende a import�ncia do g�nero no pa�s. “Acho que o pa�s precisa de um cinema que retrata o seu povo e o imagin�rio popular desse povo. � atrav�s do seu imagin�rio que uma popula��o se ama.”

*Estagi�rio sob a supervis�o da editora Silvana Arantes

O cemit�rio das almas perdidas
De Rodrigo Arag�o. Fic��o.Horror. 
95 min. 
Classifica��o indicativa: 14 anos. 
Exibi��o on-line nesta segunda (7), das 18h �s 23h59h, na p�gina https://cinefantasy.com.br/cinefantasy10-o-cemiterio-das-almas-perdidas.


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