
“Fiz essa m�sica mais pra mim do que para os outros. Estava num momento complicado, porque mesmo voc� se aceitando e se gostando, vivemos num mundo muito preconceituoso. A gente sofre pela forma como a gente �, acaba se deprimindo”, diz Carol.
A MC sai em defesa da autoestima em versos como “vou mostrar que ser gorda e negra � virtude/ levanta a sua cabe�a/ voc� n�o pode parar” e “se valorizar n�o � querer ser melhor do que ningu�m/ � entender que voc� n�o � pior do que ningu�m”.
Ao compartilhar as dores das mulheres, a funkeira diz que elas s�o muito parecidas, criticando o racismo e a gordofobia. “Nada � igual para a gente. Voc� n�o v� mulher preta e gorda na novela, nas passarelas. Hoje, estamos refletindo muito sobre isso. Entra ano e sai ano, voc� sabe que um perfil como o seu n�o estar� l�. Isso acaba te deprimindo aos poucos, mesmo voc� se amando”, lamenta.
Carol fez quest�o de lan�ar um clipe plural, reunindo mulheres que costumam ser alvo de cr�ticas da sociedade. “Tive a ajuda da minha equipe, uma equipe de pretas. (Na can��o) Estou falando com v�rias mulheres, mas tamb�m comigo.”
Participam do projeto Dani Lima, Mapoua, Rih de Castro, Samanta (Sass�) Quadrado, Niedya Ramos, Bia Marques, a escultora Virginia Santos, a desenhista Mariane Martins e a pintora Giulia Maria Reis, al�m de MC Elis, respons�vel por imagens e vocais. A dire��o � assinada por Mariana Jaspe, com concep��o de Ana Paula Paulino.
Levanta mina � o primeiro trabalho de Carol para o projeto Black voices, iniciativa internacional do YouTube que buscar dar visibilidade a artistas negros. No Brasil, a funkeira foi selecionada ao lado de Urias, Rael e P�ricles. O single tamb�m far� parte do pr�ximo trabalho dela, o �lbum Borogod�.
Paralelamente ao lan�amento do novo trabalho, a cantora � a capa da edi��o digital da Elle. “Ser capa de uma revista de moda � algo que muitas meninas sonham na vida! Mas quando voc� � preta, gorda e perif�rica voc� acha que isso nunca vai acontecer porque voc� s� v� mulheres brancas, magras e de cabelo liso estampando essas revistas, fazendo sucesso na TV”, escreveu a MC no Instagram. “Cad� as gays? Cad� as pretas? Cad� as gordas nas capas de revistas? Olha esse rosto meu amor. �... invista na mamacita”, postou a artista.

FUNK
Nascida em Niter�i e criada no Morro do Prevent�rio, Carolina de Oliveira Louren�o, de 27 anos, � cantora, compositora, militante feminista e um dos destaques do funk carioca. A carreira decolou depois de Carol chamar a aten��o na internet com os singles Bateu uma onda forte, Liga pro Samu, Dela��o premiada, 100% feminista e N�o foi Cabral, cuja letra critica a hist�ria do Brasil ensinada �s crian�as nas escolas. Em 2019, ela estreou no Rock in Rio, no Rio de Janeiro.
Em 2016, lan�ou o disco Bandida, com participa��o da rapper Karol Conka e do duo Tropkillaz. Amiga de Marielle Franco, assassinada em 2018, Carol se candidatou a deputada estadual no ano da morte da vereadora. Suas letras abordam a sexualidade feminina, o dia a dia nas comunidades cariocas, o orgulho da negritude e as mazelas sociais do pa�s. (Com reda��o)