A programa��o prev� a apresenta��o de 10 espet�culos ao longo deste m�s, al�m de uma exposi��o de artes visuais e lan�amento de livros. O evento � o resultado de um edital lan�ado em abril do ano passado, logo ap�s a chegada da pandemia, como forma de dar suporte a grupos, artistas e produtores do cen�rio das artes c�nicas na cidade.
Diretor-geral do Galp�o Cine Horto, Chico Pel�cio diz que, diante da perspectiva de uma necessidade de isolamento social duradoura, os projetos do centro cultural no Bairro Horto foram reorganizados de forma a tornar poss�vel o edital, que, assim como a mostra, foi chamado de Reencontro.
“Em primeiro lugar, a inten��o com aquele edital era pagar antecipadamente os espet�culos que seriam selecionados, para ser uma verba de apoio. Em segundo, pensamos em criar um fato simb�lico para marcar a volta do p�blico, o que, naquele momento, a gente imaginava que poderia ocorrer em outubro ou novembro do ano passado. Em terceiro lugar, quisemos dar uma cutucada no poder p�blico, no sentido de que era preciso agir para dar um suporte � cena teatral de Belo Horizonte, um apoio � sobreviv�ncia dos artistas da cidade”, afirma.
Feita a sele��o dos 10 espet�culos, com base na qualidade do que foi apresentado e no desejo de que fosse uma mostra representativa do que vinha sendo produzido na cidade, conforme aponta Chico, o Cine Horto combinou com os grupos e artistas que o evento aconteceria quando fosse poss�vel.
“Essa combina��o se deu em agosto ou setembro do ano passado, quando a gente ainda n�o tinha nenhum horizonte de melhora da situa��o da pandemia. Agora, finalmente, chegou o momento”, aponta.
"Esse encontro agora � para nos vermos, conversarmos, trocarmos e nos planejarmos para enfrentar 2022, porque n�o est� f�cil. Se no �mbito municipal e estadual a gente est� meio esquecido, na esfera federal estamos sendo literalmente perseguidos"
Chico Pel�cio, diretor-geral do Galp�o Cine Horto
PACTO
Ele considera que a Mostra Reencontro representa a perspectiva de se renovarem as esperan�as e propor um pacto coletivo e colaborativo para uma retomada mais efetiva do fazer teatral na cidade. Chico observa que, mesmo antes da chegada da pandemia, o teatro profissional j� vinha atravessando um momento de abandono por parte do poder p�blico.
Segundo ele, grupos e produtores que t�m o teatro como principal atividade profissional j� estavam “a ver navios” – uma situa��o que se agravou drasticamente a partir da ado��o das medidas restritivas de combate � COVID-19.
“Esse encontro agora � para nos vermos, conversar, trocar e nos planejar para enfrentar 2022, porque n�o est� f�cil. Se no �mbito municipal e estadual a gente est� meio esquecido, na esfera federal estamos sendo literalmente perseguidos. A Secretaria Especial de Cultura do governo federal boicota a Lei Rouanet. Nunca passamos por um per�odo t�o dif�cil, porque dependemos dela. Estamos nas amarras da burocracia, que nos impede de usar um dinheiro nosso que j� est� em conta”, diz.
Durante todo o per�odo da mostra, o Galp�o Cine Horto abrigar� a Ocupa��o R�mulo Bruzzi (1963-1993), uma homenagem ao artista pl�stico e cen�grafo belo-horizontino que produziu intensamente nos anos 1980 e in�cio dos 1990, criando cen�rios de importantes espet�culos da �poca, como “�lbum de fam�lia”, do Grupo Galp�o, “Por um triz”, do Teatro Andante, e “Anjos e abacates”, de Eid Ribeiro.
“R�mulo foi cen�grafo do Galp�o durante um tempo, e era tamb�m artista pl�stico. A gente ganhou da fam�lia, no meio da pandemia, duas telas grandes dele. Retomei um pouco o contato com essa obra, que est� toda guardada em um dep�sito. Por meio do Centro de Pesquisa e Mem�ria do Teatro do Galp�o Cine Horto, a gente organizou essa mostra, junto com Tereza Bruzzi, que � prima dele, como uma homenagem”, conta Pel�cio.
A exposi��o re�ne 13 obras, entre telas e esculturas. A inten��o � ampliar a mostra tamb�m para os trabalhos cenogr�ficos do artista, no ano que vem.
Est�o previstos ainda na programa��o da Mostra Reencontro os lan�amentos dos livros “Ex�lia”, de Juliana Pautilla, que apresenta a pe�a hom�nima no dia 19, e “Reflex�es sobre gest�o e sustentabilidade de pequenos e m�dios espa�os culturais”, de Chico Pel�cio.
“A literatura sobre gest�o de equipamentos culturais quase sempre � voltada para grandes espa�os, o MAM, o Ita� Cultural, o Masp, mas n�o tem quase nada sobre as pequenas e m�dias estruturas, que s�o as que contemplam a descentraliza��o, a forma��o e a interioriza��o, por meio das casas de cultura que existem nas pequenas cidades, por exemplo”, diz o autor.
MOSTRA REENCONTRO DE TEATRO DE BH
Desta sexta-feira (5/11) a 28/11, no Galp�o Cine Horto (R. Pitangui, 3.613 - Horto). Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia). A programa��o completa est� dispon�vel no site do Galp�o Cine Horto.