
Presente no livro de ensaios “Modernismos 1922-2022”, com reflex�es sobre o centen�rio da Semana de Arte Moderna de 1922, comemorado em fevereiro deste ano, Carolina Casarin diz que sua contribui��o para o volume organizado por G�nese Andrade, que ser� lan�ado pela Companhia das Letras na pr�xima sexta-feira (28/1), � extrato do projeto no qual ela vinha trabalhando desde 2014, fruto de sua tese de doutorado.
“O guarda-roupa modernista” chegar� �s livrarias na sexta-feira, tamb�m pela Companhia das Letras. A partir de fotos e documentos da �poca, al�m de pe�as de roupa, cartas, retratos, autorretratos e textos liter�rios, Carolina Casarin examina os figurinos mais ic�nicos para analisar as rela��es entre indument�ria e a imagem social projetada pelas figuras de proa do modernismo.
“O guarda-roupa modernista” chegar� �s livrarias na sexta-feira, tamb�m pela Companhia das Letras. A partir de fotos e documentos da �poca, al�m de pe�as de roupa, cartas, retratos, autorretratos e textos liter�rios, Carolina Casarin examina os figurinos mais ic�nicos para analisar as rela��es entre indument�ria e a imagem social projetada pelas figuras de proa do modernismo.
Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, membros da alta sociedade paulistana, conheciam muito bem o valor da moda e das apar�ncias em seu processo de afirma��o como artistas tanto no Brasil quanto na Europa.

Professora de hist�ria do vestu�rio, Carolina pesquisava imagens da indument�ria brasileira nos anos 1920 quando encontrou uma foto – bastante famosa – de Tarsila do Amaral com vestido xadrez, posando em frente ao quadro “Morro da Favela”.
“Busquei a documenta��o para tentar entender a rela��o de Tarsila com a moda. Como fiz 'bolsa sandu�che', fui a Paris, onde pude aprofundar muito o entendimento da moda e da alta-costura. Fui descobrindo como a quest�o da apar�ncia era fundamental para o modernismo. Oswald e Tarsila investiram muito nisso. Na confer�ncia que realizou em 1922, M�rio de Andrade usa o adjetivo din�mico para se referir ao car�ter de Oswald. A forma como ele se vestia est� de acordo e expressa esse car�ter, sua apar�ncia traduzia isso”, diz.
“O guarda-roupa modernista” traz material in�dito, fruto de extensa pesquisa em v�rios arquivos no Brasil, na Fran�a e na Inglaterra. A documenta��o foi reunida por Carolina Casarin a partir do Instituto de Estudos Brasileiros, Centro de Documenta��o Alexandre Eul�lio, Instituto de Letras da Unicamp, Museu da Imagem e do Som de S�o Paulo, Casa de Ruy Barbosa, Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Artes Decorativas de Paris, entre outros.
MODERNISTAS BY POIRET
O ensaio que ela assina em “Modernismos 1922-2022” foca especificamente na rela��o do casal Oswald e Tarsila com a Maison Poiret. “No meu livro vou muito al�m. Sempre tendo como perspectiva a quest�o da constru��o da apar�ncia, falo do Oswald jovem, anterior ao Oswald modernista. Usei muitas fontes – escritas, fotogr�ficas e documentais. O principal s�o as fotos, mas cruzar fontes faz com que voc� se cerque melhor em rela��o � leitura que voc� faz delas”, explica.
M�RIO DE ANDRADE E O 'COPO' DOS MESTRES
Se Carolina Casarin se dedica a investigar a apar�ncia de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral � luz das proposi��es modernistas, Yussef Campos busca trazer � tona o pensamento de M�rio de Andrade expresso nos textos que assinou entre 1921 e 1922. Escritos dispersos em revistas, jornais, peri�dicos e livros comp�em “Inda bebo no copo dos outros”.
Doutor em hist�ria pela Universidade Federal de Juiz de Fora e mestre em mem�ria social e patrim�nio cultural pela Universidade Federal de Pelotas, Campos lembra que M�rio de Andrade teve a��o contundente como gestor, ajudou a criar o conceito de patrim�nio e a lei que regulamenta o tombamento.
“Foquei muito no M�rio gestor e fiz um recuo, porque as publica��es que via dele e sobre ele eram sempre vis�es retrospectivas. Voc� tem muitos textos do M�rio falando, em 1940, do que ele achava da Semana de 22. Quis peg�-lo naquele contexto em que se desenrolou a Semana de 22. Os textos reunidos no livro s�o datados de 1921 e 1922, por conta desse desejo de tentar enxergar o exerc�cio dele de buscar uma est�tica que viria a se chamar modernista”, aponta o autor.
A sele��o dos textos foi orientada pela decis�o de apresentar o pensamento cr�tico de M�rio de Andrade naquele momento, quando tinha de 28 para 29 anos, e navegava por v�rias �reas da cultura, como historiador da arte, cr�tico e pesquisador. O organizador de “Inda bebo no copo dos outros” destaca que o cap�tulo “Mestres do passado” traz M�rio falando de seus antecedentes, os autores parnasianos.
“Ali � o M�rio que ainda bebe no copo dos outros. Esta frase � tirada de um dos textos dele, que criticava os mestres do passado, mas os elogiava ao mesmo tempo. M�rio via na ruptura algo inexor�vel naquele momento da cultura brasileira, mas tamb�m dizia que � fundamental esse beber no copo dos outros, essa influ�ncia liter�ria brasileira t�o forte, t�o incisiva”, ressalta.
Campos explica que se eximiu de qualquer coment�rio cr�tico porque os textos de M�rio de Andrade falam por si s�. “� um livro do M�rio de Andrade. Apenas selecionei os textos e escrevi uma apresenta��o para justificar, batizada de ‘Nada interessant�ssima’, porque n�o h� nada a acrescentar sobre o que ele escreveu. A imagem da capa � uma foto do pr�prio M�rio, da sombra dele, o que tem a ver com o mito da caverna de Plat�o. � como M�rio estava se vendo naquele momento”, explica Yussef Campos.

» O GUARDA-ROUPA MODERNISTA
. De CarolinaCasarin
. Cia. das Letras
. 280 p�ginas
. R$ 109,90
. R$ 44,90 (e-book)
. Lan�amento em 28/1

» INDA BEBO NO COPO DOS OUTROS
. Organiza��o de Yussef Campos
. Editora Aut�ntica
. 224 p�ginas
. R$ 49,80
. Lan�amento em 11/2