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Estado de Minas NESTA SEGUNDA-FEIRA

Edimilson de Almeida Pereira lan�a suas provoca��es no 'Sempre um papo'

Premiado autor mineiro diz que sua escrita pretende oferecer nova experi�ncia de leitura, em contraposi��o a este mundo das informa��es pasteurizadas


06/02/2022 04:00 - atualizado 07/02/2022 02:46

Escritor Edimilson Almeida Pereira, de lado, olha através do vidro de uma janela
Edimilson de Almeida Pereira diz que sua literatura n�o pretende "mastigar" respostas para o leitor (foto: Prisca Agustoni/divulga��o)

A escrita � um of�cio ao qual o juiz-forano Edimilson de Almeida Pereira, de 58 anos, se dedica � sua maneira. Poesia, prosa, ensaio – escreve muito, sem pressa e desde sempre. Mas em paralelo � carreira acad�mica – pesquisador e professor h� tr�s d�cadas, � titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
 
De cinco anos para c�, desde que participou da Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip) falando sobre literatura afrodescendente a partir da obra de Lima Barreto, Edimilson se tornou presen�a mais forte em eventos do g�nero. A partir de sua estreia na prosa para o p�blico adulto com “O ausente” (Relic�rio), “Um corpo � deriva” (Macondo) e “Front” (N�s), lan�ados em dezembro de 2020, essa presen�a se intensificou.

No final de 2021, o reconhecimento com o Pr�mio S�o Paulo de Literatura (para “Front”) e o Oceanos (segundo lugar para “O ausente”) fizeram com que seu nome se tornasse “quente” no meio liter�rio. � sobre essa trajet�ria que Edimilson pretende conversar com o p�blico, esta noite.

A VIV�NCIA DA ESCRITA 

Pela primeira vez no “Sempre um papo”, ele abre nesta segunda-feira (7/2) a edi��o de 2022 do projeto liter�rio – a conversa com Afonso Borges ser� virtual, por meio dos canais digitais do evento.

“Separo claramente as duas situa��es. Uma � a viv�ncia da escrita, que n�o depende de sucesso de p�blico, marketing, e se faz na intimidade da pesquisa, do estudo, na troca �ntima com parceiros. Boa parte da minha vida � empregada nesse tipo de viv�ncia, que � onde vejo que se d� a experi�ncia liter�ria aprofundada. J� a vida liter�ria que ocorre pelo processo de divulga��o � bem mais recente. Tento lidar com as duas de forma equilibrada”, afirma.

Mesmo que seja apontado como “novidade” na fic��o, Edimilson escreve prosa desde a d�cada de 1980. A publica��o tantos anos depois ocorreu, de acordo com ele, como “conclus�o de uma etapa de pesquisa”. Foram 18 anos de reescrita at� que “O ausente”, o primeiro dos tr�s romances da trilogia batizada de “N�usea” pelo autor, fosse publicado.

O lan�amento dos romances por diferentes editoras – a Relic�rio � de BH, a Macondo de Juiz de Fora e a N�s, de S�o Paulo, todas de pequeno porte – foi intencional. N�o h� ordem de leitura das obras, que t�m em comum narrativas passadas em um tempo muito curto e personagens em situa��es-limite.

“Isso � uma provoca��o. Tenho uma escrita experimental, em que proponho novos percursos de leitura. Em geral, as trilogias t�m um processo que vai num crescendo. No caso da minha, isso � aleat�rio. Cada ordem de leitura vai dar em um resultado final diferente.”

''Toda a minha obra est� sempre no sentido da indaga��o, da pesquisa, pede que o leitor investigue. N�o tenho condi��es, na altura do tempo em que vivemos, de oferecer respostas para ningu�m''

Edimilson de Almeida Pereira, escritor



Os tr�s livros s�o obras curtas – n�o passam das 150 p�ginas. “Fisicamente, s�o obras contidas, mas de leitura lenta, pois pedem uma concentra��o para o que prop�em os personagens”, observa.

A'EXPERI�NCIA DA ESCOLHA'

Para Edimilson, subverter o modelo j� estabelecido � tamb�m uma forma de cr�tica. “Hoje, tudo � mastigado, a informa��o � pasteurizada. Prefiro deixar que o leitor tenha a experi�ncia da escolha. Toda a minha obra est� sempre no sentido da indaga��o, da pesquisa, pede que o leitor investigue. N�o tenho condi��es, na altura do tempo em que vivemos, de oferecer respostas para ningu�m.”

Com extensa produ��o po�tica publicada, Edimilson n�o se preocupa com o tempo ou press�es. “A obra de arte n�o tem prazo de validade. Por isso vemos autores de 300 anos atr�s lidos at� hoje. N�o � porque um livro saiu h� um ano que deixou de ter sentido. Volto � minha pr�pria obra, n�o tenho pressa em escrever. A literatura tem um tempo pr�prio. Meus livros saem no momento em que est�o prontos”, conclui.

“SEMPRE UM PAPO”

Com Edimilson de Almeida Pereira. Nesta segunda-feira (7/2), �s 19h, no canal do Sempre um Papo no YouTube e nas p�ginas do projeto no Facebook e Instagram. Informa��es: www.sempreumpapo.com.br


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