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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Bailarina mineira d� mais um passo rumo ao sonho de ser estrela em Paris

Luciana Sagioro come�ou a estudar bal� aos 3; decidiu se profissionalizar aos 8 e aos 15 conquistou uma vaga na �pera de Paris


07/08/2022 07:35 - atualizado 07/08/2022 14:48

 Luciana Sagioro salta erguendo os braços e as pernas no festival de joinville
Luciana Sagioro em apresenta��o no Festival de Joinville, no m�s passado, que a elegeu a melhor bailarina da edi��o (foto: Nilson Bastian /Divulga��o )

A poesia na ponta dos p�s veio � tona por meio do amor � dan�a na vida de Luciana Sagioro ainda aos 3 anos de idade, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Hoje, aos 16, ela acumula pr�mios, milhares de seguidores nas redes sociais e desembarca na Fran�a, no pr�ximo dia 22, onde fixar� resid�ncia para dar in�cio aos estudos na Escola da �pera de Paris. 

Em sua conquista mais recente, Luciana Sagioro foi eleita a melhor bailarina do 39º Festival de Dan�a de Joinville por um j�ri especializado. O t�tulo veio na sequ�ncia da medalha de ouro na categoria Grand Pas de Deux S�nior, que disputou ao lado do bailarino Marcos Monteiro, com o espet�culo “Harlequinade”.

Ela encerrou sua participa��o no festival no �ltimo dia 28, com um evento solo no qual dividiu com o p�blico as experi�ncias no bal�, suas principais conquistas e a expectativa para o in�cio da nova fase em Paris. “Fui recebida com muito amor pela popula��o de Joinville e pelo p�blico do festival. Dan�ar para eles � a minha forma de agradecer, antes de partir para uma nova etapa da minha vida”, afirma, em entrevista ao Estado de Minas.

A mudan�a para Paris se tornou poss�vel em fevereiro passado, quando Luciana conquistou uma bolsa de estudos durante sua participa��o na edi��o 2022 do Prix de Lausanne – uma esp�cie de Copa do Mundo do bal�. 

Ao todo, 70 profissionais da dan�a de v�rias partes do mundo se apresentaram naquele dia, e a juiz-forana garantiu uma das 20 vagas para as finais. Dessa peneira, o concurso elegeu os sete melhores bailarinos, e Luciana, � �poca com 15 anos, garantiu a terceira coloca��o.

''Aos 8, tive a certeza de que eu queria me tornar uma bailarina profissional. Ent�o conversei com meus pais sobre a import�ncia disso na minha vida. Desde a primeira aula, nunca levei o bal� como brincadeira''

Luciana Sagioro, bailarina


Estudos na inf�ncia

Luciana iniciou seus estudos aos 3 anos, em Juiz de Fora. “Aos 8, tive a certeza de que eu queria me tornar uma bailarina profissional. Ent�o conversei com meus pais sobre a import�ncia disso na minha vida”, afirma. “Desde a primeira aula, nunca levei o bal� como brincadeira”, diz.

Foi nessa �poca, inclusive, que a promissora bailarina mirou sua aten��o na escola Petite Danse, no Rio de Janeiro, onde j� dan�a h� cinco anos. “Descobri essa institui��o assistindo a v�deos no YouTube e mostrei para a minha m�e e o meu pai, mas eles falaram que seria imposs�vel nos mudarmos para l�, pois tudo nosso estava aqui”, conta. 

“Por�m, passou um tempo e eles permitiram que eu fizesse s� uma aula experimental l� no Rio. Fui e voltei para Juiz de Fora. Ap�s um tempo, a dire��o ligou para os meus pais e me convidou para fazer parte da escola”, lembra.

Inicialmente, Luciana viajava para a capital fluminense toda ter�a e quinta-feiras para fazer as aulas e voltava para Juiz de Fora no mesmo dia. “Tudo isso com a condi��o de que as notas na escola fossem muito boas.” Essa foi, segundo ela, a �nica exig�ncia imposta pelos pais.

Por�m, j� com o status de atleta de alto rendimento, a log�stica do bate-volta entre Rio e Juiz de Fora passou a n�o ser considerada conveniente pelos professores de Luciana. Com isso, a fam�lia, em prol do crescimento e do sonho da filha, providenciou a mudan�a dela, na companhia de uma bab�, para o Rio de Janeiro, no fim de 2016, quando ela tinha 9 anos.

De l� para c�, Luciana se aperfei�oou com um time de profissionais formado n�o apenas por professores de dan�a, mas um preparador f�sico, uma mentora de medita��o, um ortopedista e um nutricionista.

Luciana Sagioro ergue os braços e a perna direita rente ao corpo em apresentação no Prix de Lausanne
A mineira durante a competi��o do Prix de Lausanne, na Su��a, que lhe deu a terceira coloca��o e a oferta de bolsa para a �pera de Paris (foto: Marcela Lemgruber/Divulga��o)

Convites internacionais

O ingresso na �pera de Paris estava nos planos de Luciana. Ela foi a �nica bailarina da Am�rica Latina selecionada neste ano pelo tradicional concurso, realizado desde 1972. Mirando o Prix de Lausanne desde muito nova, Luciana conta que deu o pontap� inicial nas seletivas ainda no Brasil.



O processo, conforme explica, se d� “primeiro por uma sele��o de v�deo” no qual 70 inscritos s�o convidados para a competi��o na Su��a. A peneira reduz os candidatos a 20. Desse grupo saem os sete bolsistas. Al�m da terceira coloca��o na disputa, ela foi escolhida como melhor bailarina pelo p�blico da web, segundo conta.

Com o t�rmino das apresenta��es, o festival organiza uma esp�cie de networking em que todos os bailarinos que participaram do Prix t�m a chance de realizar encontros que podem (ou n�o) resultar numa imediata proposta dentro do universo da dan�a. 

“A gente entra numa sala com diretores de diversas companhias do exterior, onde ocorrem ofertas de trabalho e de bolsas de estudo de diversas companhias”, diz a bailarina. Ela recebeu propostas de bolsas de estudos de oito escolas de dan�a de v�rias partes da Europa, entre elas institui��es em Londres e Munique, mas optou pela bolsa oferecida pela �pera de Paris, ber�o do ballet cl�ssico. 

Novamente, Luciana ter� que lidar com o afastamento da fam�lia, agora  por um longo tempo. “Vou morar no internato da escola. Este momento est� sendo uma realiza��o muito grande. Nesse in�cio, minha m�e vai para l� comigo para me ajudar, mas retorna em breve para Juiz de Fora”, diz. 

“Certamente, vou ficar com muitas saudades dos meus pais, mas n�o tenho data para voltar ao Brasil”, aponta. A bailarina continua querendo ir mais longe. Ela almeja alcan�ar o posto de �toile (estrela, em franc�s), que compreende um grupo muito seleto de bailarinos. S�o eles que executam os pap�is principais das coreografias e ocupam os postos mais altos na companhia. Adepta dos desafios, Luciana afirma: “Sempre existe a possibilidade de evoluir um pouco mais”.


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