Festival exibe 116 filmes em BH, com sess�es at� na Pra�a da Liberdade

A capital mineira se torna, a partir desta ter�a-feira (20/9), o polo nacional do audiovisual com a realiza��o da 16ª edi��o da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e do 13º Brasil CineM�ndi, voltado para o mercado.

A abertura do evento, que se estende at� o pr�ximo domingo (25/9), ocorre no Cine Theatro Brasil Vallourec, a partir das 20h, com performance audiovisual que re�ne v�rios artistas da cidade. Ap�s as apresenta��es, haver� a entrega do Trof�u Horizonte para a atriz Rejane Faria, homenageada desta edi��o, e a exibi��o do filme “Os ossos da saudade”, de Marcos Pimentel, que d� in�cio � maratona.

A programa��o, totalmente gratuita, re�ne 116 filmes nacionais e internacionais, em pr�-estreias e mostras tem�ticas; 75 sess�es de cinema; mais de 80 convidados no centro dos debates; e tamb�m rodas de conversa, sess�es comentadas, workshops e masterclasses, oficina, laborat�rios de roteiro, mostrinha, sess�es cine-escola, encontros de neg�cios e atra��es art�sticas que ocupam 11 diferentes espa�os da capital mineira.

Os filmes est�o divididos nas mostras Brasil-Longas, Brasil-Curtas, CineM�ndi, Di�logos Hist�ricos, Pra�a, Homenagem, Cidade em Movimento, Mostrinha, Cine-escola e Continente. Esta �ltima carrega consigo a tem�tica deste ano, que � “Cinema latino-americano: Imagens da internacionaliza��o”.

Diretora da Universo Produ��o, respons�vel pela realiza��o da CineBH e do Brasil CineM�ndi – al�m das mostras de cinema de Tiradentes e de Ouro Preto –, Raquel Hallak diz que a edi��o deste ano busca uma conex�o com a produ��o da Am�rica Latina. O intuito, ela aponta, � cobrir uma lacuna que existe no pa�s.

“Muitas quest�es que a gente v� na produ��o latina, de um modo geral, se conectam com nossa realidade. Nosso cinema est� ganhando as telas do mundo, ent�o queremos entender quais imagens s�o mostradas nesses filmes, o que temos em comum”, diz. Ela aponta que a Mostra Continente d� in�cio a um di�logo que visa apresentar ao p�blico a produ��o contempor�nea latino-americana.

“A gente tem feito uma analogia com o que foi a Mostra Aurora, em Tiradentes, por meio da qual trouxemos realizadores que estavam em seus primeiros trabalhos. A Mostra Continente quer representar um pouco isso. A ideia, no pr�ximo ano, � divulgar internacionalmente essa proposta e trazer para c� uma sele��o forte e representativa dos pa�ses que comp�em a Am�rica Latina. � o in�cio de uma conex�o que pretende apostar em novos realizadores latino-americanos”, ressalta.

Ela diz, ainda, que pretende que a CineBH se torne uma refer�ncia nacional no que diz respeito a essa produ��o. “Se voc� quer conhecer a produ��o contempor�nea da Am�rica Latina, � na CineBH, porque ainda existe esse vazio no pa�s. Queremos legitimar a CineBH como o espa�o do cinema latino-americano no Brasil”, destaca.

Com programa��o t�o vasta, Raquel diz que h� ofertas para todos os gostos na 16ª CineBH. Ela aponta que as mostras t�m perfis distintos e que a din�mica do evento em Belo Horizonte passa precisamente por estar em v�rios lugares, at� para facilitar o deslocamento e a participa��o do p�blico.

Uma tenda montada na Pra�a da Liberdade � o espa�o dedicado � fam�lia, com com�dias e filmes ligados � m�sica; o UNA Cine Belas Artes vai abrigar a Mostra Continente, com um total de 15 t�tulos; no Cine Santa Tereza, ser� exibida uma sele��o da Mostra Homenagem, com obras em que Rejane Faria atua, e tamb�m algumas produ��es da Mostra Brasil.

No Cine Humberto Mauro, h� uma programa��o variada, com t�tulos de diferentes mostras e destaque para a cinematografia boliviana, com a presen�a do cr�tico e curador Sebastian Morales; o cinema do Sesc Palladium abriga a mostra A Cidade em Movimento, que abarca a produ��o de cineastas amadores da Grande BH, que lan�am olhares sobre o territ�rio urbano, com rodas de conversa ap�s as sess�es.

As salas de cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas v�o abrigar algumas sess�es da Mostra Continente e da Mostra Brasil; a Casa da Mostra, onde est� montada a Central de Cinema – que re�ne a Tenda Brasil CineM�ndi, �rea de conviv�ncia e sala de imprensa –, � o local onde ocorrem os debates e outras atividades conexas.

“Pensamos numa programa��o para todas as idades, todos os p�blicos, trazendo esse conceito da mostra em conex�o com a Am�rica Latina, numa perspectiva de pensar a produ��o audiovisual em escala continental”, ressalta Raquel.

Ela aponta que os crit�rios para a escolha dos filmes que comp�em a programa��o ficaram inteiramente a cargo da equipe curatorial. “Com um hist�rico de 15 anos, eles trabalham com total liberdade. A partir do conceito das mostras, os curadores foram identificando os filmes que poderiam estar ali abrigados em cada uma delas de forma coerente”, diz.

Um direcionamento importante desta 16ª edi��o da CineBH foi no sentido de estar o mais presente na rua poss�vel, como forma de chamar a aten��o do p�blico e reacender o desejo de frequentar as salas de cinema. Raquel considera uma grande conquista, por exemplo, ter conseguido montar um cinema na Pra�a da Liberdade.

“Estamos num per�odo em que as salas de cinema ainda est�o sofrendo com a baixa frequ�ncia. Foi lan�ada recentemente uma pesquisa apontando que, com o arrefecimento da pandemia, as pessoas voltaram a frequentar festas, bares, shows, mas n�o voltaram a frequentar os cinemas. A gera��o de 40 e 50 anos criou o h�bito de assistir a filmes pelas plataformas, e era justamente essa faixa a que mais ia aos cinemas. A gente pretende que a CineBH seja um instrumento importante para voltar a formar p�blico”, aponta.

Sobre a atriz homenageada desta edi��o da mostra, ela observa que foi uma feliz coincid�ncia que seja a protagonista de “Marte um”, de Gabriel Martins, o filme escolhido para representar o Brasil no Oscar do pr�ximo ano. “Quando pensamos em Rejane Faria como homenageada, ‘Marte um’ j� existia, mas n�o tinha sido escolhido ainda para tentar uma vaga (na categoria melhor filme internacional) no Oscar. A escolha tem a ver com a trajet�ria dela”, diz.

Nascida na capital mineira em 1961, Rejane se tornou uma das presen�as mais celebradas da produ��o cultural do estado, tanto por sua participa��o no teatro quanto no cinema. Nos palcos, Rejane � uma das fundadoras do Quatroloscinco Teatro do Comum, coletivo independente que realizou pe�as como “� s� uma formalidade” (2008) e “Ignor�ncia” (2015); e estreou no audiovisual em 2014, no filme “Quinze”, curta-metragem de Maur�lio Martins que a estabilizou numa at� hoje frut�fera parceria com a produtora Filmes de Pl�stico.

“Ver e rever o trabalho de Rejane Faria nas telas � recuperar parte significativa do cinema contempor�neo mineiro dos �ltimos sete anos, per�odo de grande import�ncia para essa produ��o, que inclusive viu sua internacionaliza��o”, aponta Cleber Eduardo, coordenador curatorial da CineBH.

A Mostra Homenagem, dedicada � atriz, re�ne seus principais trabalhos no cinema, incluindo “Marte um” e “Quinze”. Para Raquel, a escolha do longa de Gabriel Martins para ser o representante do pa�s na disputa por uma vaga aos indicados no Oscar 2023 coroa a carreira de Rejane tanto no cinema quanto no teatro. “Essa indica��o de ‘Marte um’ tamb�m legitimou nossa escolha de atriz homenageada desta edi��o”, observa.

Ela chama a aten��o para o fato de que a Universo Produ��o lan�ou uma campanha, intitulada “De Minas para o mundo”, para levar “Marte um” ao Oscar. Raquel e Gabriel Martins estiveram, no �ltimo dia 15, com equipe do governo de Minas Gerais, incluindo o secret�rio de Estado de Cultura e Turismo, Le�nidas Oliveira, para apresentar a estrat�gia da campanha.

Eles expuseram a necessidade de se obterem recursos para realizar o planejamento e o percurso do filme no exterior. O investimento permitir� contrata��es para que o longa ganhe visibilidade, notoriedade, e realize a��es promocionais e sess�es para convidados estrat�gicos em Los Angeles, Londres e Nova York.

“A Universo est� nessa campanha, que � coletiva, de todos n�s, mineiros, porque � um filme que tem todas as possibilidades para conseguir essa vaga. Ela acontece em dois momentos: o que estamos chamando de pertencimento simb�lico, em que v�rias a��es s�o v�lidas, no sentido de que o filme atraia um p�blico numeroso e permane�a muito tempo em cartaz; e, em outra ponta, o esfor�o para levantar recursos que ser�o destinados a divulgar ‘Marte um’ internacionalmente”, aponta.

Raquel Hallack sublinha que a miss�o da Universo Produ��o � promover o cinema brasileiro em todos os sentidos, e que o Brasil CineM�ndi � o principal condutor desse prop�sito. “� o �nico evento de mercado do cinema brasileiro com uma agenda regular desde 2010, ent�o sempre tenho uma expectativa alta, ainda mais este ano, porque todos os nossos convidados aceitaram participar aqui presencialmente, o que � fundamental, porque acredito que � no olho a olho que a gente consegue vender”, ressalta.

Este ano, ser�o apresentados 41 projetos em desenvolvimento para mais de 40 profissionais e representantes da ind�stria audiovisual mundial vindos de 13 pa�ses – Alemanha, Argentina, Brasil, Canad�, Chile, Col�mbia, Cuba, Espanha, Fran�a, It�lia, Noruega, Uruguai e Su��a. S�o produtores, agentes de vendas, distribuidores, consultores especializados, representantes de fundos e programadores de festivais internacionais que participam do evento para conhecer e fazer neg�cios com esses projetos.

Abertura nesta ter�a-feira (20/9), �s 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro, 31.3201.5211). A programa��o completa, que � gratuita, est� dispon�vel no site da mostra 

Rua Pirapetinga, 567, Serra

Rua Marip�, 43, Serra

Av. Afonso Pena, 1.537, centro

Cine Humberto Mauro (plateia de 129 lugares)

�rea de Conviv�ncia – Cine-Caf�

Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro

Grande Teatro (plateia de 1.150 lugares)

Cine Sesc Palladium – Sala Prof. Jos� Tavares de Barros (plateia de 82 lugares)

Hall de Conviv�ncia – Foyer da Av. Augusto de Lima

Av. Amazonas, 315, Centro

Grande Teatro (plateia de 1.000 lugares)

Rua Gon�alves Dias, 1.581, Lourdes

Sala de Cinema 1 (plateia de 138 lugares)

Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza

Cinema (plateia de 122 lugares)

Rua da Bahia, 2.244, Lourdes

Sala de Cinema 1 (plateia de 41 lugares)

Sala Multimeios II

Rua Padre Marinho, 60, Santa Efig�nia

Teatro Sesiminas (plateia de 660 lugares)

Cine-Pra�a

Av. Afonso Pena, 1.941, Centro

Rua Aar�o Reis – Baixo Centro