(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

Filme 'Lavra' defende que Minas reaja para evitar trag�dias ambientais

Document�rio de Lucas Bambozzi percorre o caminho da lama t�xica por Minas Gerais, ap�s rompimento de barragens. Filme estreia nesta quinta (6/10) em BH


06/10/2022 04:00 - atualizado 05/10/2022 21:03

Líder indígena e escritor Ailton Krenak olha para a câmera em cena do documentário Lavra
"Lavra" traz o depoimento do l�der ind�gena e escritor Ailton Krenak sobre a polui��o do Rio Doce (foto: Trem Chic/divulga��o )


“Lavra”, longa-metragem de Lucas Bambozzi que estreia nesta quinta-feira (6/10), � um filme que nasceu da trag�dia. “Mas ele n�o fala da morte, retrata a morte. E precisamos fazer com que ela n�o se repita”, afirma o realizador paulista, criado em Minas, sobre o misto de document�rio e fic��o que aborda o impacto da minera��o no estado.

� uma personagem ficcional quem conduz a narrativa. Depois de 30 anos vivendo nos EUA, Camila (Camila Mota, atriz do Teatro Oficina) retorna � Governador Valadares natal quando o Rio Doce � contaminado pelos rejeitos da minera��o.
 
A personagem segue o caminho da lama e viaja por cidades impactadas por ela: Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Itabira, Baguari, Serro, Concei��o do Mato Dentro. Em todos os locais, encontra personagens que tiveram a vida modificada em decorr�ncia da explora��o do min�rio. Quando ocorre o novo rompimento, em Brumadinho, Camila chega ao local logo ap�s o desastre e se envolve com movimentos de resist�ncia.
 

''Foi fundamental estar perto da trag�dia. Foi t�o assustador estar l� que isso acabou refor�ando o desejo de fazer o filme e a convic��o de que ele conclamasse algum tipo de embate. N�o � um filme que simplesmente constata o problema, ele chama para a rea��o"

Lucas Bambozzi, cineasta

 

A inten��o de fazer o filme veio logo depois da trag�dia de Mariana, onde a barragem do Fund�o se rompeu em novembro de 2015.

Mas o projeto come�ou a tomar corpo no in�cio de 2017, quando Bambozzi e parte da equipe fizeram pesquisas in loco, visitando Mariana, Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.

“N�o era exatamente (filmagem) pra valer, mas levamos o equipamento que permitiria registros que pudessem entrar no filme. E foi o que aconteceu. Naquele momento, n�o t�nhamos a Camila definida nem a forma do filme”, conta Bambozzi.

“Lavra” � fruto de parceria do realizador com a roteirista Christiane Tassis – a personagem de Camila � o alter ego da escritora.
 
Atriz Camila Mota anda sob a chuva, numa estrada, em cena do documentário Lavra
A atriz Camila Mota interpreta a mineira que volta a Governador Valadares ap�s trag�dia provocada pelo rompimento de barragens de minera��o (foto: Trem Chic/divulga��o )
 

Ao vivo em Brumadinho

O projeto foi ganhando forma nos anos seguintes at� que no in�cio de 2019, em meio � prepara��o do set de filmagem, ocorreu nova trag�dia em Brumadinho.

“Conseguimos estar l� no dia seguinte (ao rompimento da Mina C�rrego do Feij�o) com a equipe, e cinco dias depois j� est�vamos com a atriz ali. Foi fundamental estar perto da trag�dia. Foi t�o assustador estar l� que isso acabou refor�ando o desejo de fazer o filme e a convic��o de que ele conclamasse algum tipo de embate. N�o � um filme que simplesmente constata o problema, ele chama para a rea��o”, explica o cineasta.



A c�mera de Bambozzi � subjetiva – tudo o que vemos � o que Camila tamb�m v�. “O filme vem da rela��o entre mim, a Kiti (Christiane Tassis) e a Camila. � viv�ncia da Kiti em Valadares foram acrescentadas experi�ncias minhas, pois cresci em Minas, e as da Camila, que � da regi�o de Montes Claros.”

O diretor comenta sobre a linguagem cinematogr�fica que adotou. “Muitas vezes, a protagonista teve de fazer escolhas. Quando estava diante de um personagem real, ela dava escuta �quilo e decidia o que fazer. N�o podia dizer ‘corta, Lucas’. Se algu�m come�ava a chorar, ela abra�ava, dava acolhimento ou ficava em sil�ncio. Ent�o, o filme foi feito dentro desse espa�o de improvisa��o e sensibilidade.”
 
Para Bambozzi, a chegada de “Lavra” aos cinemas neste momento pode trazer novos elementos para o debate em torno da explora��o mineradora em Minas Gerais.

“Espero que ele seja uma ferramenta de discuss�o dos problemas, em especial de como escapar do manique�smo”, conclui o cineasta.

“LAVRA”

(Brasil, 2021, 101min., de Lucas Bambozzi) – O document�rio estreia nesta quinta (6/10), �s 18h20, no Centro Cultural Unimed-BH Minas, e �s 18h30, no UNA Cine Belas Artes.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)