No tributo ao Nirvana, Rodrigo Toffolo rege a Orquestra Ouro Preto e a banda de rock formada por m�sicos de BH
�ris Zanetti/divulga��o
Para abrir a temporada de concertos deste ano, a Orquestra Ouro Preto optou por entrar em campo com o jogo ganho. Sob reg�ncia do maestro Rodrigo Toffolo, o grupo leva “Nirvana Nevermind – �pera grunge em 13 (hi) atos” ao Sesc Palladium, neste domingo (19/3).
Criado em 2021, durante a pandemia, para celebrar os 30 anos do ic�nico �lbum da banda de Seattle liderada por Kurt Cobain, o espet�culo estreou no formato de live, na pandemia.
Ele repercutiu tanto que at� o perfil oficial do Nirvana no YouTube dedicou post elogioso ao tributo, o que ampliou sua audi�ncia. J� foi assistido por cerca de 100 mil pessoas.
No ano passado, “Nirvana Nevermind” ganhou, finalmente, o formato presencial. Os ingressos no Sesc Palladium se esgotaram em cinco minutos. O �xito est� ratificado: as entradas para hoje tamb�m j� acabaram.
Interven��o c�nica da atriz Dalila remete a "Romeu e Julieta", cl�ssico de Shakespeare
�ris Zanetti/divulga��o
A loucura do maestro
Luiz Abreu, diretor de comunica��o da Orquestra Ouro Preto e autor da cenografia de “Nirvana Nevermind”, classifica o concerto como “loucura da cabe�a de Rodrigo Toffolo” que deu certo. Partiu do maestro a ideia de cruzar o grunge noventista com “Romeu e Julieta”, de Shakespeare – o que justifica as interven��es c�nicas, a cargo da atriz Dalila.
“Ele pensou nesse paralelo, teve essa sacada. De in�cio, a gente achou uma doideira misturar Nirvana com Shakespeare, mas funcionou. Ali�s, n�o s� funcionou como foi um sucesso estrondoso”, diz. Abreu ressalta que se trata de espet�culo de dif�cil execu��o, pois al�m da presen�a da atriz e de uma banda de rock, os cen�rios s�o m�veis.
“Pensamos em abrir a temporada com o concerto porque a gente sabe que d� certo, do apelo de p�blico que ele tem”, pontua. Abreu ressalta que come�ar 2023 com “Nirvana Nevermind” estabelece um contraponto em rela��o � agenda da orquestra para este ano.
Uma das marcas registradas do grupo � a versatilidade. O repert�rio inclui concertos dedicados �s bandas Beatles, Rolling Stones e A-ha. Por�m, a orquestra deve trabalhar na esfera da m�sica erudita em 2023. Um dos principais projetos � a grava��o de um �lbum dedicado a Haydn e Mozart.
Os arranjos orquestrais para “Nevermind” foram escritos por Leonardo Gorosito, do Duo Desvio, trabalho calcado na percuss�o. “O Duo Desvio j� trabalhou com a Orquestra Ouro Preto, o Leo � m�sico ex�mio. Ele trouxe a pegada percussiva para as cordas, que normalmente t�m a fun��o de cuidar da linha mel�dica”, destaca Abreu.
Para ele, um dos vetores de for�a do concerto � a intera��o do pulso percussivo aplicado �s cordas com a sonoridade da banda formada por Rodrigo Garcia (guitarra), Thiago Corr�a (baixo), Gustavo Greco (bateria) e Khadhu Capanema (vocal).
“A comunh�o desse grupo com os arranjos escritos pelo Leo conseguiu captar com muita personalidade aquela energia ca�tica do Nirvana”, aponta.
N�o se trata propriamente de montagem l�rica. Chamar o espet�culo de “�pera grunge em 13 (hi)atos” foi uma forma de aludir �s faixas do �lbum lan�ado em 1991, executado na �ntegra.
“A atriz que encarna Julieta cumpre fun��o ilustrativa. Na execu��o de ‘Smell like teen spirit’, por exemplo, ela fala do entretenimento na obra de Shakespeare, enquanto um muro vai se criando atr�s da orquestra com as palavras-chave das letras”, diz Abreu
O diretor afirma que “Nirvana Nevermind” � concerto sui generis. “Seria mais f�cil ir pelo �bvio. Se a gente s� fizesse arranjos orquestrais para as m�sicas do ‘Nevermind’, ficaria legal. Mas quer�amos mais do que isso. A orquestra��o j� � um desafio, mas o maestro vem com essa loucura de Shakespeare e torna ainda mais veemente a assinatura de originalidade da Orquestra Ouro Preto”, finaliza.
DOMINGOS CL�SSICOS
• Orquestra Ouro Preto apresenta “Nirvana Nevermind – �pera grunge em 13 (hi)atos” • Neste domingo (19/3), �s 11h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro)
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