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Estado de Minas A FORJA

Volta no tempo: taverna serve a leg�tima comida medieval

O card�pio re�ne pratos e bebidas medievais do Oriente ao Ocidente, literalmente, resgatando a hist�ria dos povos b�rbaros n�mades


11/12/2022 04:00 - atualizado 11/12/2022 07:12

Igor Escobar e Kiki Ferrari a forja taverna medieval
Igor Escobar e Kiki Ferrari compartilham o fasc�nio pela cultura medieval (foto: Thiago Miranda/Divulga��o )
Armadura, bandeiras de antigos imp�rios, escudos, mapa com uma representa��o arcaica do mundo. Entrar em uma casa revestida de pedras na Rua Cl�udio Manoel � como voltar no tempo. Mais precisamente, � Idade M�dia. Idealizada pelos chefs Kiki Ferrari e Igor Escobar, a taverna A Forja oferece ambienta��o e card�pio que reproduzem, com o m�ximo de fidelidade, h�bitos medievais.
 
A casa reverencia os povos b�rbaros (a palavra b�rbaro, que vem do grego, significa estrangeiro). Na �poca do Imp�rio Romano, o termo passou a ser usado de forma pejorativa, referindo-se a quem n�o fazia parte da mesma cultura como incivilizado.

“Sempre me senti um pouco b�rbaro. De certa forma, estou fora do 'imp�rio', da cultura que impera, dos padr�es”, comenta Kiki.
 
De fato, o chef sempre trilhou um caminho totalmente fora dos padr�es na gastronomia. Para quem n�o se lembra, um epis�dio marcante da sua carreira foi o Sv�rten Mugg. A cozinha do pub escandinavo, que ficou aberto por tr�s anos, tinha forte influ�ncia viking.
 
H� mais ou menos um ano, Kiki e Igor se conheceram e descobriram que tinham vontade de abrir o mesmo estilo de restaurante. Ambos s�o fascinados pela cultura medieval.

“A Idade M�dia � um per�odo de efervesc�ncia cultural e gastron�mica, com muitas descobertas. Encontramos na gastronomia medieval a raiz de in�meros pratos e bebidas que consumimos at� hoje”, aponta o chef, que, desde crian�a, gostava de estudar mitologia e hist�ria.

churrasqueira em formato de capacete viking a forja taverna medieval
Boa parte dos preparos, incluindo a sobremesa, saem da churrasqueira em formato de capacete viking (foto: Thiago Miranda/Divulga��o )
 
A espada na carne dos persas (que eles servem com alm�ndega, salsicha e bacon) deu origem ao kebab e ao nosso churrasco no espeto. Outro exemplo � a sangria, com vinho ros�, mel, a�afr�o, louro e xarope de t�mara, que vem dos vinhos temperados consumidos pelos gregos.
 
Kiki e Igor acreditam que est�o fazendo algo in�dito no Brasil. Pelo que sabem, as tavernas que existem s�o medievais na est�tica, mas n�o na gastronomia.

A dupla fez quest�o de unir ambienta��o e comida, representando ao m�ximo os costumes daquela �poca. Tanto que eles n�o criaram nenhum prato, buscaram em livros e na internet as vers�es mais antigas das receitas.
 
O card�pio re�ne pratos medievais do Oriente ao Ocidente, literalmente, resgatando a hist�ria dos povos b�rbaros n�mades, que os chefs consideram importantes para o desenvolvimento da gastronomia.

chope caneco rustico de alumínio com madeira a forja taverna medieval
Os pratos podem ser acompanhados de chope servido em caneco r�stico de alum�nio com madeira (foto: Thiago Miranda/Divulga��o)

“Trazemos uma s�ntese da cozinha medieval do mundo inteiro, que � r�stica e bem condimentada. O uso de ervas e especiarias, al�m das curas e defumados, era uma forma de conservar os alimentos”, detalha.
 
Boa parte dos preparos saem da churrasqueira constru�da sob medida para a taverna. Redonda, com a coifa em formato de capacete viking, pode ser vista em funcionamento pelo p�blico.

“Misturei os melhores equipamentos para montar uma cozinha de fogo completa. Tem caldeira, grelha, espeto, rolete, varal e cilindro para fazer sobremesa”, conta Kiki, assador com bastante experi�ncia. A partir do ano que vem, a churrasqueira ser� usada aos domingos para preparar assados medievais.

Desde o Imp�rio Otomano

De entrada, destaque para a salsa otomana (Ezme), antepasto turco � base de um macerado de tomate temperado com especiarias, hortel� e mel. Acompanhamento obrigat�rio de kebab desde o Imp�rio Otomano.

Vale tamb�m experimentar a manteiga de porco (Schmalz), uma mistura de toucinho, ma�� e especiarias, comum na Europa medieval para aproveitar integralmente o animal.

entradas a forja taverna medieval
De entrada, destaque para a salsa otomana (Ezme) e a manteiga de porco (Schmalz) (foto: Thiago Miranda/Divulga��o)

Os chefs apresentam a primeira receita de steak documentada (Ofellae), batizada de A bisteca de Apicius, em refer�ncia ao cozinheiro romano que a registrou em livro.

A carne, servida com conservas da casa, como repolho agridoce e picles de pepino, � marinada em mel, azeite, pimenta e molho de peixe fermentado. No momento, eles est�o usando bisteca de boi, mas pretendem variar os cortes.
 
Outro prato curioso, a come�ar pelo nome, � a Costela � cinco dedos (Beshbarmak). Diz respeito � forma como as tribos n�mades da �sia Central o comiam: com as m�os. Kiki diz que este � o “pai” do lamen.

“Forramos o prato com uma massa r�stica, parecendo de lasanha, e por cima colocamos carne cozida derretendo, servida em caldo do seu cozimento junto com p�o frito”, descreve.
 
Duas sobremesas fecham o card�pio, entre elas a torta Chamin� do Sax�o (Kurtoskalacs), formada por um canudo de massa assado na churrasqueira e recheado com sorvete e doce de ma��.

A segunda op��o � a rabanada dos templ�rios (Pudding), que consiste em um p�o de centeio embebido em vinho e mel e passado no a��car com especiarias e sorvete e calda de frutas vermelhas.
 
Para refor�ar o clima medieval, os pratos podem ser acompanhados de chope servido em caneco r�stico de alum�nio com madeira e coquet�is em c�lices de pedra-sab�o.

H� op��es com base alco�lica de vinho, cerveja e hidromel, considerado a bebida mais antiga do mundo. O fermentado de mel est�, por exemplo, na limonada finlandesa (Sima), com uvas-passas brancas e a��car mascavo.

Servi�o

Rua Cl�udio Manoel, 500, Funcion�rios
(31) 98291-9595 

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