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Estado de Minas PATERNIDADE

Masculinidade: como o jeito de 'ser homem' afeta a cria��o de filhos?

Na primeira mat�ria na s�rie Masculinidades, psic�logo destaca como o v�nculo entre pais e filhos ganha espa�o e aponta efeitos da masculinidade t�xica


17/08/2021 09:00 - atualizado 17/08/2021 09:44

Filme
Filme "Paternidade", lan�ado em junho na Netflix (foto: Netflix/Divulga��o)


O filme Paternidade, lan�ado em junho na plataforma da Netflix, prop�e reflex�es acerca de uma rela��o que conhecemos h� muito tempo, mas de uma forma pouco debatida e comentada na sociedade. O drama estrelado por Kevin Hart e Melody Hurd explora as rela��es da masculinidade com os cuidados e atitudes da paternidade, tema que cada vez mais se destaca e abre esta s�rie  sobre masculinidade e sua influ�ncia na sociedade.

 

A paternidade e a masculinidade, assim como presente na narrativa do filme Paternidade, t�m sido tema de pesquisas, estudos e aten��o de especialistas no pa�s para compreender os efeitos que um pode causar no outro. Para o psic�logo Alessandro Marimpietri, que estuda a rela��o entre os dois conceitos, a masculinidade quando � t�xica pode afetar diretamente os cuidados de um pai com seus filhos. H� atitudes, a��es, pensamentos e manifesta��es que ir�o interferir diretamente no desenvolvimento da crian�a. 
 
“Os seres humanos s�o feitos de outros humanos, toda vida humana � uma inven��o e nossa exist�ncia simb�lica precede nosso nascimento. Somos marcados por hist�rias que v�m antes de n�s. Nesse sentido, um pai estrutura quem somos e nos d� a chance de sermos algo diferente de suas expectativas.” destaca Alessandro.
 

MASCULINIDADE T�XICA NA PATERNIDADE

Definida como um conjunto de regras, a��es, express�es e pensamentos, a masculinidade � parte de aspectos associados ao homem e �s caracter�sticas daquilo considerado como masculino. 
 
J� a masculinidade t�xica s�o as a��es prejudiciais e negativas dessas atitudes, tanto para o pr�prio homem quanto para aqueles em sua volta. Nesse caso, afetando a cria��o dos filhos atrav�s dos ensinamentos e aprendizados.
  
 
Para o psic�logo, a origem das manifesta��es de masculinidade t�xica s�o mais profundas do que as atitudes isoladas do pai com seus filhos no cotidiano: “Sua raiz est� num machismo estrutural que pode vezes tem ra�zes t�o profundas que ficam ocultas e temos dificuldade de perceber. A masculinidade t�xica opera um discurso de opress�o sobre o feminino, mas tamb�m sobre o masculino, criando verdades t�o absolutas quanto silenciosas e violentas”, aponta Alessandro.
 
Apesar de ter como foco o discurso contra o feminino, a masculinidade t�xica n�o afeta apenas mulheres. De acordo com o psic�logo, os efeitos s�o vis�veis at� mesmo no pr�prio homem, que precisa seguir um conjunto de regras e valores com verdades absolutas, por�m silenciosas. Caso n�o siga essas normas, o homem ser� tratado como inferior ou como fora dos padr�es da masculinidade e at� mesmo tendo sua sexualidade questionada.     
 
Trama de Paternidade traz cuidados entre pai e filha(foto: Netflix/Divulgação)
Trama de Paternidade traz cuidados entre pai e filha (foto: Netflix/Divulga��o)
 
 
Na paternidade, o discurso de opress�o contra as mulheres surge logo no momento em que o homem n�o � relacionado aos cuidados com os filhos e com a casa. No filme Paternidade, por exemplo, o protagonista Matt passa a ter os cuidados da filha Maddy, ap�s a morte de sua esposa.  Segundo Alessandro, esses cuidados s�o sempre atribu�dos a figura da mulher e que precisam estar nas mudan�as comportamentais que o homem precisa passar.

Em repercuss�o nas redes sociais, alguns usu�rios levantaram a rela��o entre paternidade e machismo no filme: 


 

NOVAS MASCULINIDADES COM CUIDADOS E AFETOS


Para al�m da presen�a do pai, a paternidade inclui cuidados, afetos, e a perman�ncia com os filhos. As discuss�es sobre esse v�nculo tamb�m est�o crescendo em redes sociais como o Youtube e somam com o surgimento de novas perspectivas sobre a masculinidade. Canais como o da Fam�lia Quilombo, protagonizado por Adriana e Jones, juntamente com seus filhos Dandara e Akins, falam sobre o tema de forma bem din�mica, aberta e apresentando acontecimentos do cotidiano.

Adriana, Dandara, Akins e Jones, do canal Família Quilombo(foto: Reprodução/ Instagram)
Adriana, Dandara, Akins e Jones, do canal Fam�lia Quilombo (foto: Reprodu��o/ Instagram)

Apesar de assuntos como a ra�a, o racismo e a negritude serem assuntos mais comuns do canal, a paternidade tamb�m ganha destaque entre os assuntos comentados pela fam�lia. Em alguns v�deos comandos por Jones, s�o destacados os cuidados com os filhos, falando sobre os ensinamentos que passa aos pequenos sendo um homem negro. Al�m disso, tamb�m apresenta erros que cometeu em experi�ncias que passa a seus filhos, principalmente em rela��o a masculinidade t�xica:

 
 
Mesmo sendo prejudiciais, os efeitos da masculinidade t�xica do homem s�o revers�veis. Em suas redes sociais, Alessandro realiza postagens demonstrando afetos e cuidados com seu filho, desmistificando a forma como esse v�nculo � visto na sociedade em geral.
 
 
O psic�logo menciona como o cen�rio do machismo estrutural e das atitudes de masculinidade t�xica est� se transformando a passos lentos, o que pode alterar essas atitudes do homem com as pessoas ao seu redor. 
 
“Estamos vivendo uma mudan�a paradigm�tica nesse sentido. Mas estamos longe de estarmos pr�ximos ao que gostar�amos. Os homens precisam se autorizar a viver um novo masculino, que possa ser sens�vel, falho, cuidador, respeitoso da diferen�a e que assuma um papel conjunto, e n�o de apoio, na cria��o dos filhos. Tudo isso sem que se sintam menos homens ou amea�ados”  
 
*estagi�rio sob a orienta��o de M�rcia Maria Cruz 


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