
A popula��o negra do Brasil corresponde a 56% dos mais de 200 milh�es de brasileiro e o afroempreendedorismo movimenta cerca de 1,73 trilh�o por ano. Entretanto, apesar de um cen�rio que mostra o crescimento da participa��o negra no mercado de trabalho, segundo uma pesquisa realizada pela Oxfan, organiza��o inglesa de combate � pobreza e desigualdade social, somente, em 2089, seria poss�vel alcan�ar uma igualdade salarial entre brancos e negros.
Um trabalhador branco tem uma m�dia de renda 40% superior aos trabalhadores negros. Esse tema foi tratado no F�rum Qualifica BH discutiu o tema Afroempreendedorismo e o Movimento Black na Economia, realizado nesta quinta-feira (19/8), na capital.
Um estudo conduzido pelo Movimento Black Money, plataforma que permite a conex�o entre empreendedores e consumidores negros, mostra que 51% dos empreendedores s�o negros, mas existe uma falta de participa��o ativa e ocupa��o de espa�os como pol�tica, bancos e grandes empresas. Dos afroempreendedores, 61,5% s�o mulheres, que muitas vezes s�o m�es solteiras, e precisam administrar o tempo entre o trabalho e a casa.
Outro ponto do estudo mostra que empresas de tecnologia n�o configuram entre as dez ind�strias mais relevantes do afroempreendedorismo e as principais �reas s�o a sa�de e est�tica, e-comerce e publicidade. A dificuldade de acesso a credito e racismo s�o os principais obst�culos no caminho do sucesso desses empreendedores.
O debate sobre afroempreendorismo contou com a participa��o de Carla Jemima, do Movimento Black Money, F�tima Negrann, criadora da marca Emp�rio Afro, Filipe Thales fundador do Viva Lagoinha que promove uma rede de economia criativa e turismo criativo no tradicional bairro de BH e Gabriela Palma, criadora do Sou+Carioca.
No evento, moderado por Makota Kisandembu, Diretora da DPIR e fundadora da Associa��o Nacional de Moda Afro Brasileira (Anamab), foram compartilhados as experi�ncias e viv�ncias dos convidados, visando inspirar novos afroempreendedores e debater as dificuldades impostas por uma sociedade ainda racista.
Um dos pontos debatidos foram a prepara��o das empresas para que implementem a��es que ultrapassem o esfor�o superficial de serem inclusivas, o chamado tokenismo, e se tornem de fato antirracistas. Nesse processo � necess�rio, por exemplo, a capacita��o de todos os funcion�rios e palestras sobre racismo estrutural, para que se trone um ambiente realmente inclusivo e contribua efetivamente para o fim da desigualdade racial.
Outro ponto importante � a valoriza��o de espa�os que s�o ocupados majoritariamente pela popula��o negra, como o Bairro Lagoinha, que a partir de um novo olhar de Filipe iniciou o Projeto Viva Lagoinha e iniciou o turismo criativo na regi�o. O objetivo � mostrar a import�ncia do bairro para a hist�ria de Belo Horizonte e o potencial para empreendimentos que oferece, na cultura, gastronomia e nas artes, criando uma economia local ativa.
A��es como a do F�rum Qualifica BH! s�o cada vez mais necess�rias para a divulga��o do mercado afroempreendedor, que vem ganhando for�a e ocupando seu lugar de direito e igualdade.