
"Tamb�m as mulheres devem ser afetadas de forma diferenciada nessa crise devido � aus�ncia de atividades escolares presenciais e ao aumento das atividades dom�sticas e de cuidados", alerta estudo assinado por Hecksher e outros dois pesquisadores: Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa e Joana Sim�es Costa.
No primeiro trimestre deste ano, 14,8 milh�es de brasileiros estavam desempregados, conforme estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (PNAD Cont�nua).
As mulheres eram a maioria, com 54,5% do quantitativo total: representavam 8,06 milh�es, enquanto os homens, 6,73 milh�es.
O per�odo - primeiro trimestre - � o �nico divulgado de 2021 pelo IBGE at� agora. Mas em 2020 o cen�rio era semelhante: no terceiro trimestre daquele ano, quando foi atingida a taxa de desocupa��o mais alta da s�rie hist�rica iniciada em 2012, elas foram as mais afetadas.
Enquanto os homens registraram um �ndice de 12,8% de desemprego, as mulheres alcan�aram 16,8%.
Luta hist�rica - e ainda atual
Mais impactadas pela pandemia, elas j� est�o acostumadas com as adversidades. Para se ter uma ideia, as brasileiras s� conquistaram o direito de exercer uma profiss�o em 1962. At� ent�o, o trabalho feminino estava sujeito � autoriza��o do marido pelo Artigo 242 do C�digo Civil brasileiro de 1916, revogado h� 59 anos.
O ato de votar s� foi conquistado em 1934, quando a Constitui��o Federal passou a prever o direito. Nos Estados Unidos, onde foi criado o Dia Internacional da Igualdade Feminina, tal direito foi adquirido antes, no dia 28 de agosto de 1920.
A pandemia mostra, na pr�tica, que a data criada na d�cada de 1970 ainda est� atual, principalmente com os retrocessos de conquistas. O acesso a direitos civis, condi��es igualit�rias de trabalho e representatividade pol�tica ainda precisa ser reivindicado por elas.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Thiago Ricci