
� de praxe que as escolas de samba levem temas pol�micos e protestos em seus enredos, bem como nas fantasias e nos carros aleg�ricos. Na noite de quinta-feira (21/4), no �ltimo dia de desfiles das escolas da S�rie Ouro, Ant�nio Carlos Gomes Bernardes, o Mussum, foi o homenageado pela Lins Imperial, a primeira escola a se apresentar.
Hoje, na apresenta��o das escolas que disputam o t�tulo do Grupo Especial neste ano, nove das 12 escolas trar�o temas envolvendo a cultura negra e a ind�gena. Haver� ainda homenagem a personalidades. A Mangueira traz um combo completo. Ao cantar: "Agenor, Jos� e Laurindo", homenageia �cones da sua hist�ria: Cartola, Jamel�o e Mestre Delegado. A Salgueiro dan�ar� sobre o enredo "Resist�ncia", retratando locais do Rio de Janeiro marcados como pontos importantes da cultura negra.
J� a Beija-Flor canta "Empretecer o pensamento � ouvir a voz da Beija-Flor" com a proposta de abordar a luta contra o racismo, enaltecendo a hist�ria e gl�ria dos negros. A Para�so do Tuiuti traz "Ka r�ba t� �e — Que nossos caminhos se abram". A ideia � exaltar as hist�rias de luta, sabedoria e resist�ncia negras, por meio da contribui��o de grandes figuras negras para a humanidade e uma ode ao futuro da negritude.
A Portela trar� a letra de "Igi Os� Baob�", com a ideia de mostrar a simbologia dos baob�s, �rvores gigantescas e milenares origin�rias da �frica. Mocidade apresentar� "Batuque ao Ca�ador", sobre o orix� Ox�ssi. A Grande Rio cantar� sobre "Fala, Majet�! Sete chaves de Exu", onde conta as hist�rias e manifesta��es culturais ligadas � simbologia da divindade do candombl�. Vila Isabel homenagear� o cantor e compositor Martinho da Vila com o enredo "Canta, canta minha gente! A Vila � de Martinho!" A Unidos da Tijuca, por sua vez, trar� a cultura ind�gena ao recitar "Waran� ou A Reexist�ncia Vermelha", abordando a lenda do guaran�.
Luis Carlos Magalh�es, presidente da Portela, apontou que as escolas de samba t�m papel fundamental na difus�o da cultura negra. De acordo com ele, as agremia��es s�o "as �nicas que realmente difundem a negritude".Segundo Magalh�es, a ideia para enredo da escola � mostrar a import�ncia da �rvore sagrada vinda da �frica. "� uma �rvore sagrada important�ssima do ponto de vista religioso. Tem liga��o do ch�o com o c�u, e � o maior s�mbolo de resist�ncia. � uma �rvore milenar, � o exemplo de que n�o h� nada que possa abater um baob�. Para resistir n�o s� culturalmente, mas biologicamente � um grande s�mbolo, o que a Portela espera � que, daqui para a frente, o baob� seja visto como uma grande refer�ncia da negritude", afirmou.