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Estado de Minas PRETOS NO TOPO

Universidade Zumbi dos Palmares lan�a campanha pela erradica��o do racismo

Prestes a completar 20 anos, a institui��o tem o objetivo de combater o racismo no Brasil


20/06/2022 09:52 - atualizado 20/06/2022 11:15

Representante da Universidade Zumbi dos Palmares
"Queremos que o jovem negro e a jovem negra possam circular livremente por todos os espa�o sociais, sem qualquer limita��o, sem qualquer constrangimento (...) Se isso acontecer, nossa miss�o foi cumprida" (foto: Universidade Zumbi dos Palmares/Divulga��o)


Prestes a completar 20 anos, a Universidade Zumbi dos Palmares, primeira institui��o de ensino superior voltada para a inclus�o de pessoas negras na Am�rica Latina, lan�ou, recentemente, uma campanha baseada em um desejo inusitado: o de fechar as portas o quanto antes. Em entrevista � coluna, o reitor Jos� Vicente, um dos idealizadores da iniciativa, explica por que um centro comunit�rio respons�vel pela forma��o de mais de 2,5 mil alunos em cursos de gradua��o e p�s-gradua��o precisa desaparecer. “Se isso acontecer, nossa miss�o foi cumprida”, afirma.

O racioc�nio � de que o nosso prop�sito � combater o racismo, a discrimina��o, a intoler�ncia. � sobretudo combater as exclus�es e as desigualdades promovidas pelo racismo e pela intoler�ncia. E que, por conta disso, nossa miss�o vai deixar de existir assim que essas quest�es tamb�m deixarem de existir no nosso pa�s. Queremos que o jovem negro e a jovem negra possam circular livremente por todos os espa�o sociais, sem qualquer limita��o, sem qualquer constrangimento em decorr�ncia do seu pertencimento racial e da cor da sua pele. Se isso acontecer, nossa miss�o foi cumprida.

Como os alunos reagiram � campanha?
A grande maioria achou a ideia bastante criativa e muito esclarecedora sobre os prop�sitos e a miss�o. Tamb�m gostaram bastante de verem destacadas as suas ra�zes.

Voc�s imaginam um prazo para que a universidade deixe de existir?
O prazo, a meta para a institui��o deixar de existir, ser� quando for alcan�ado a igualdade racial no Brasil, quando o racismo deixar de existir. Talvez, nos pr�ximos 200 anos.

O que ficaria de legado?
Ficaria um mundo de perfei��o, um mundo de fraternidade, um mundo de igualdade, aquele desejado desde Martin Luther King, Nelson Mandela e tantas outras pessoas de bem. Ficaria tamb�m o conhecimento que produzimos nesses quase 20 anos. Acabamos entregando para a sociedade paulista e brasiliera, para negros e brancos, um caminho alternativo, diferenciado, de valorizar a diferen�a, a diversidade, a historicidade. Trilhamos um caminho de pertencimento de parte dos brasileiros, pois esse pa�s, em regra, nunca acatou nossas refer�ncias, nossos destaques, nossos valores. Estamos colocando o negro do lado de dentro da Republica.

A campanha � lan�ada em um ano-chave para as quest�es da representatividade negra no ensino superior, no ano de revis�o da lei das cotas. De que forma essa ideia de Palmares dialoga com isso?
No sentido de fortalecimento desse prop�sito, de aprofundamento da nossa convic��o de que n�o precisamos de cotas. N�s precisamos de mudan�a, de transforma��o, de evolu��o at� que um dia sejam desnecess�rias as pr�prias cotas. Elas s�o importantes, ajudaram no princ�pio da mudan�a, mas elas n�o d�o conta das transforma��es que s�o exigidas para que a gente alcance os pressupostos de igualdade, que valorizam a dignidade da pessoa humana. Por exemplo, temos cotas para negros nos bancos escolares, mas n�o temos a presen�a do negro entre os professores das universidades, entre os gestores, entre os pesquisadores. Ent�o, elas n�o resolvem o problema da estrutura, da falta de um estudo superior que valorize a diversidade, a pluralidade, a diferen�a, que contemple todas as manifesta��es culturais desse pa�s. At� hoje, continuamos com seis reitores negros para as mais de 300 universidades p�blicas. � uma dimens�o de que s� com cotas a gente n�o d� conta de certas quest�es estruturais

Mas elas seguem importantes neste momento?
Elas s�o indispens�veis agora. Elas t�m uma relev�ncia extraordin�ria, s�o inexor�veis. Mas, por conta desse conhecimento de suas limita��es, precisamos refor�ar um plano de a��es de pol�ticas mais estruturais. Hoje, precisamos muito das cotas, precisamos muito de novas universidades privadas, como a Universidade Zumbi dos Palmares, funcionando a todo vapor. Isso at� o dia em que elas se tornem desnecess�rias.

Inspira��o africana

Imagem divulgação da Universidade Zumbi dos Palmares - Direito
(foto: Universidade Zumbi dos Palmares/Divulga��o)


Imagem divulgação da Universidade Zumbi dos Palmares - Latu sensu Especialização em Direito Público
(foto: Universidade Zumbi dos Palmares/Divulga��o)


A campanha � acompanhada por uma nova identidade visual, idealizada em parceria com a ag�ncia Grey. A artista Criola — conhecida por refletir em seus trabalhos a ancestralidade e espiritualidade africana de maneira moderna — inspirou-se em patterns de tribos africanas para o projeto. A artista ressignificou patterns africanos para criar �cones que representam cada uma das �reas de conhecimento lecionadas na Zumbi. Por exemplo, o pattern criado para representar os cursos de direito foram inspirados na “Balan�a da Justi�a” comumente difundida em v�rias civiliza��es al�m das africanas.

» REPRESENTATIVIDADE


ENTRETENIMENTO DEIXA A DESEJAR

Um estudo global mostra como o p�blico avalia a forma com que as empresas de entretenimento lidam com a quest�o da representatividade nas telas. Os brasileiros e moradores de outros 14 pa�ses participaram da sondagem. Por aqui, a avalia��o � de que h� muito a melhorar:

89%
dizem que empresas que produzem conte�do de entretenimento precisam se comprometer com o aumento da representatividade nas telas.

91%
concordam que o modo como grupos e identidades s�o retratados no conte�do audiovisual influencia a percep��o que as pessoas t�m desses grupos e identidades na vida real.

24%
dos negros brasileiros sentem que s�o representados como perigosos e 23%, como criminosos.

61%
daqueles que se sentem mal representados dizem que isso os faz se sentir sem import�ncia, ignorado ou decepcionado.

61%
acreditam que esse cen�rio de representatividade deve melhorar nos pr�ximos cinco anos.

*Foram entrevistadas mais de 15 mil pessoas. O levantamento foi feito para a Paramount Global, propriet�ria do portf�lio que inclui Paramount+, Pluto TV, MTV, Nickelodeon e Comedy Central.

RECADO DE UM MESTRE

Ator Milton Gonçalves e Camila Pitanga em cena do filme 'Juntos a magia acontece'
(foto: Estevam Avellar/Globo/Divulga��o)


Morto no �ltimo dia 30, aos 88 anos de idade, o ator Milton Gon�alves deixa como um dos legados uma batalha incans�vel para que atores negros e negras tivessem mais e melhores espa�os na produ��o audiovisual brasileira. Com mais de 40 novelas no curr�culo, ele era tamb�m um apaixonado pelo cinema, mas recusou v�rios pap�is por n�o se sentir representado. “Queria ter feito mais filmes, mas n�o existiam personagens negros como protagonistas. O que havia eram participa��es ou folclore, o que � complicado (...) Somos metade da popula��o. Temos de estar em todas as manifesta��es”, disse em entrevista ao jornal Estado de Minas, em 2015. Um dos �ltimos trabalhos do ator foi os especial Juntos a Magia Acontece. Ao lado das atrizes Camila Pitanga e Gabriely Mota (tamb�m na foto), Milton interpretou um papai noel negro.


NA POL�TICA, COALIZ�O BUSCA NOVO CEN�RIO

Imagem do grupo Coalizão Negra
(foto: Instagram Coaliz�o Negra por direitos)


A Coaliz�o Negra por Direitos lan�ou o Quilombo nos Parlamentos, uma iniciativa de apoio a mais de 50 pessoas ligadas ao movimento negro que planejam concorrer a cargos no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas. S�o candidaturas em 20 unidades da Federa��o, incluindo o Distrito Federal, de lideran�as ligadas a seis partidos: PT, PSol, PCdoB, PSB, PDT e Rede. Coordenador da Uneafro Brasil e integrante da coaliz�o, o historiador Douglas Belchior explica que o objetivo do grupo � incluir pautas de interesse da popula��o negra na agenda da pol�tica nacional. “Somos derrotados cotidianamente nas ruas, com direitos negligenciados e amea�as constantes �s nossas vidas. Se tivermos uma bancada negra em Bras�lia, isso pode mudar”, justificou. Quase metade das candidaturas � para a C�mara Federal.

» PARTICIPE

INFORM�TICA PARA MULHERES

O programa Todas em Tech tem como objetivo ensinar programa��o para mulheres mirando a empregabilidade. A iniciativa � aberta a candidatas em situa��o de vulnerabilidade social, econ�mica e de g�nero, priorizando negras, trans e travestis. H� 120 vagas, e o curso, no formato on-line, tem in�cio previsto para 13 de agosto. Ser�o 18 semanas de qualifica��o em JavaScript, linguagem com alta demanda no mercado. A iniciativa � fruto de uma parceria entre a {reprograma} e o Laborat�rio de Inova��o do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID Lab). As inscri��es est�o abertas at� o pr�ximo dia 27, em https://reprograma.com.br/todas-emtech.html .

APOIO A PESQUISADORES

A Funda��o Tide Setubal e o Ita� Cultural lan�aram o primeiro edital da plataforma Ancestralidades, cujo objetivo � valorizar a pesquisa. Ser�o contemplados pesquisadores negros em institui��es acad�micas e culturais com um trabalho focado nos saberes da popula��o negra brasileira e que dialogue com as demandas sociais da atualidade. At� 12 iniciativas poder�o ser beneficiadas com R$ 10 mil (caso o projeto esteja em andamento) ou R$ 15 mil (se estiver conclu�do). As candidaturas devem se enquadrar em uma das seguintes �reas tem�ticas: tecnologias ancestrais afro-brasileiras aplicadas � contemporaneidade; desenvolvimento territorial, regenera��o ambiental, ecologia e revitaliza��o urbana e rural; ou �tica e justi�a racial nas tecnologias de informa��o e comunica��o. Inscri��es at� amanh�, em www. ancestralidades.org.br 


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