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Estado de Minas DIA DO ORGULHO LGBTQIA

135 LGBTQIA morreram de forma violenta no primeiro semestre de 2022

Os dados s�o do Grupo Gay da Bahia, que mostram que Minas Gerais � o estado mais violento do pa�s. O n�mero � alto mas � menor do que o mesmo per�odo de 2021.


28/06/2022 11:27 - atualizado 28/06/2022 12:54

manifestação contra discriminação contra LGBTQIA+
Fim da viol�ncia contra pessoas LGBTQIA+ � uma das principais pautas do movimento (foto: Ag�ncia Brasil)

Em todo o Brasil, foram registradas 135 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ nos primeiros seis meses de 2022. Os dados s�o do Grupo Gay da Bahia, que aponta que o Nordeste � a regi�o mais insegura para os LGBTQIA+, especialmente a Bahia e Pernambuco. Apesar da grande incid�ncia no Nordeste, Minas lidera o ranking, com 15 mortes no primeiro semestre.


Facadas e tesouradas s�o a principal causa das mortes, seguidas por arma de fogo, asfixia e enforcamento. Em 20% dos casos, as v�timas agonizaram na rua e 32% morrem em casa. Os grupos mais atingidos pela viol�ncia foram homens gays (46,66%) e travestis, transexuais e mulheres trans (42,96%).


Em todo o ano de 2021, foram 300 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+. Somente no primeiro semestre, foram 168. O que significa que h� uma diminui��o dos casos do ano passado para c�. O antrop�logo da Universidade Federal da Bahia e Fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott comentou a situa��o da viol�ncia contra pessoas LGBTQIA . Leia a entrevista.


Veja tamb�m: Dia do orgulho LGBTQIA : o que foi a revolta de Stonewall que deu origem � comemora��o


“Existe mais vigil�ncia, n�o porque as pessoas est�o mais conscientes”

Luiz Mott
Aos 76 anos, Luiz Mott trabalha h� 42 em prol dos direitos das pessoas LGBTQIA+ (foto: Reprodu��o / Facebook)
 

 

EM: Nos �ltimos anos, o Brasil passou por uma escalada no conservadorismo. Como o senhor avalia que impactou a popula��o  LGBTQIA+?


Luiz Mott: Nesses 42 anos de milit�ncia pelos direitos humanos dos LGBT, muitas vit�rias foram obtidas, por exemplo, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a criminaliza��o da homofobia equiparada ao racismo e a retirada da homossexualidade da classifica��o de doen�as. Por�m, o Brasil continua sendo o pa�s campe�o de assassinatos de LGBT: 300 mortes violentas em 2021, 135 documentadas at� junho de 2022.


Ent�o, a cada 29 horas, se registra uma morte violenta (homic�dio ou suic�dio). S�o dados certamente subnotificados, apenas a ponta de um iceberg de �dio e sangue, j� que n�o h� estat�sticas do governos. O levantamento � feito pelo Grupo Gay da Bahia, com dados da m�dia. Bolsonaro � o presidente mais homof�bico da hist�ria do Brasil, enquanto Lula e FHC foram os mais simpatizantes. Bolsonaro cortou programas governamentais para a popula��o LGBT na �rea da sa�de e direitos humanos, falou que prefere um filho morto do que homossexual e se assume publicamente como homof�bico, apesar de todos esse curr�culo negativo e homof�bico, diminuiu, durante o seu governo, o n�mero de assassinatos. De 445, em 2017, para 300 em 2021.


E se comparar o primeiro semestre do ano passado, de 2021 para agora em 2022, baixou de 168 para 135. Como explicar isso, essa redu��o de mortes em um governo ostensivamente LGBTf�bico? Com certeza, primeiro se criou um clima de medo e de pavor, junto � popula��o LGBT, que passou a adotar maior seguran�a, evitando expor em locais p�blicos, para evitar a viol�ncia. Ent�o, diminuiu n�o por medidas p�blicas, mas por medo e por conta da pandemia, que levou as pessoas a ficar mais dentro de casa.


EM: O senhor falou em mortes violentas, mas n�s sabemos que n�o � a �nica forma de viol�ncia contra pessoas LGBT. Especialmente com as redes sociais, se fala muito sobre discurso de �dio. Como tem sido para as pessoas  LGBTQIA+?


LM: Tamb�m nas m�dias sociais, as manifesta��es de intoler�ncia antLGBT diminu�ram, porque a popula��o est� mais atenta e denuncia quando as torcidas de futebol gritam insultos homof�bicos ou quando alguma pessoa p�blica ou mesmo desconhecida divulga mensagem de �dio. Isso tem levado, com certeza, os intolerantes a serem menos expl�citos nos seus ataques. Por exemplo, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e o pr�prio ex-ministro da Educa��o Milton Ribeiro est�o sendo processados pelo crime de homofobia equiparado ao racismo. 

 

EM: Ent�o, n�o � que aumentou a consci�ncia das pessoas?


LM: Existe mais vigil�ncia, n�o porque as pessoas est�o mais conscientes.

 

EM: O que d� para esperar para um pr�ximo governo, j� que Bolsonaro n�o apenas n�o criou pol�ticas para pessoas LGBTQIA+, como atuou no desmonte das pol�ticas existentes, como extinguiu o Conselho Nacional de Combate � Discrimina��o LGBT?


LM: Lula foi o presidente da Rep�blica mais simpatizante ao movimento LGBT. Ele segurou a bandeira do arco-�ris, participou de um congresso nacional LGBT, aprovou o dia 17 de maio como o Dia Nacional contra a Homofobia, mas, infelizmente, n�o aproveitou sua base aliada no Congresso para aprovar nenhuma lei a favor dos LGBT, que representam aproximadamente 20 milh�es dos brasileiros. Durante o governo Dilma, foi o per�odo com maior mortes. Se eleito, esperamos que Lula mantenha a mesma posi��o de aliado e aprove medidas que garantam a seguran�a p�blica da comunidade LGBT, refletindo a diminui��o das mortes.

Mortes diminu�ram, mas agress�es aumentaram

Se os dados de mortes violentas e ataques de �dios em redes sociais diminu�ram, de acordo com o Grupo Gay da Bahia, o Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica mostra que foram registrados 1.719 casos de agress�es contra pessoas LGBTQIA no ano de 2021. O n�mero � 35,2% maior que o registrado em 2020, com 1271 casos. 

 

O n�mero de estupros tamb�m aumentou: de 95 para 179. Vale lembrar que oito estados n�o registram os dados de les�o corporal, homic�dio ou estupro com esse recorte. S�o eles: S�o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Acre, Maranh�o, Rio Grande do Sul e Roraima.

 


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