(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LITERATURA

Maria Firmina dos Reis � a primeira mulher negra a ser homenageada na Flip

Festa liter�ria retoma ruas de Paraty depois de dois anos em formato remoto


15/09/2022 09:07 - atualizado 15/09/2022 09:41

Pintura da escritora negra Maria Firmina dos Reis sentada à mesa com uma vela acesa e uma pena para escrever
Maria Firmina dos Reis � homenageada no seu bicenten�rio na maior festa liter�ria do Brasil (foto: Grupo de pesquisadores Maria Firmina dos Reis/Reprodu��o)

 
Com o desafio de trazer para o centro da cena escritores e artistas colocados � margem, a Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip) chega � 20ª edi��o com o tema Ver o Invis�vel e homenagem � escritora Maria Firmina dos Reis. O evento tamb�m traz como novidade a artista homenageada, a fot�grafa Claudia Andujar.

A festa liter�ria, que retorna � cidade de Paraty, na costa verde fluminense, entre os dias 23 e 27 de novembro, depois de dois anos em formato online por causa da pandemia de COVID-19, teve sua programa��o anunciada na ter�a-feira (13/09). A curadoria do evento foi coletiva, feita pela jornalista, tradutora e editora ga�cha Fernanda Bastos, a professora da Universidade Federal da Bahia Milena Britto e o professor da Universidade de Princeton Pedro Meira Monteiro.

A 20ª Flip � realizada no ano do Bicenten�rio da Independ�ncia, do centen�rio da Semana de Arte Moderna e do bicenten�rio de Maria Firmina dos Reis e representa o trabalho pela palavra e por um ambiente cultural e educacional mais acolhedor. Para os curadores da festa, falar de Maria Firmina dos Reis � conectar o Brasil consigo mesmo, trazendo hist�rias e trajet�rias diversas e marginalizadas.

De acordo com Fernanda Basctos, a escritora, uma mulher negra que viveu nas bordas do pa�s no s�culo XIX, criou personagens e narrativas que t�m inspirado coletivos de leitura, professoras e autoras contempor�neas com sua abordagem de um Brasil real e ficcional que atravessa 200 anos de uma independ�ncia controversa.

Fernanda disse que a inten��o � “dar o recado” a partir da homenagem a Maria Firmina, uma autora negra maranhense, de cuja imagem n�o se disp�e. “Temos apenas aproxima��es, mas achamos importante mexer com isso, em um momento em que a imagem � t�o importante. Trabalhamos com uma autora que foi ignorada por muito tempo e agora tem sido trabalhada por pesquisadores, mulheres, principalmente, que tamb�m s�o marginalizados, assim como foi Maria Firmina.”

Com pouca informa��o sobre a escritora, estima-se que Maria Firmina tenha nascido em 1822, sendo autora do primeiro romance abolicionista do pa�s, �rsula, lan�ado em 1859. Escritora e educadora, sofreu com o "apagamento" hist�rico e vem sendo redescoberta no Brasil e no exterior. Publicou contos e poemas em jornais, comp�s o Hino da Liberta��o dos Escravos e fundou uma escola gratuita para crian�as. Maria Firmina morreu em 1917, sem qualquer prest�gio.

Com o desafio de trazer para o centro da cena escritores e artistas colocados � margem, a Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip) chega � 20ª edi��o com o tema Ver o Invis�vel e homenagem � escritora Maria Firmina dos Reis. O evento tamb�m traz como novidade a artista homenageada, a fot�grafa Claudia Andujar.

A festa liter�ria, que retorna � cidade de Paraty, na costa verde fluminense, entre os dias 23 e 27 de novembro, depois de dois anos em formato online por causa da pandemia de covid-19, teve sua programa��o anunciada nesta ter�a-feira (13). A curadoria do evento foi coletiva, feita pela jornalista, tradutora e editora ga�cha Fernanda Bastos, a professora da Universidade Federal da Bahia Milena Britto e o professor da Universidade de Princeton Pedro Meira Monteiro.

A 20ª Flip � realizada no ano do Bicenten�rio da Independ�ncia, do centen�rio da Semana de Arte Moderna e do bicenten�rio de Maria Firmina dos Reis e representa o trabalho pela palavra e por um ambiente cultural e educacional mais acolhedor. Para os curadores da festa, falar de Maria Firmina dos Reis � conectar o Brasil consigo mesmo, trazendo hist�rias e trajet�rias diversas e marginalizadas.

De acordo com Fernanda Basctos, a escritora, uma mulher negra que viveu nas bordas do pa�s no s�culo 19, criou personagens e narrativas que t�m inspirado coletivos de leitura, professoras e autoras contempor�neas com sua abordagem de um Brasil real e ficcional que atravessa 200 anos de uma independ�ncia controversa.

Fernanda disse que a inten��o � “dar o recado” a partir da homenagem a Maria Firmina, uma autora negra maranhense, de cuja imagem n�o se disp�e. “Temos apenas aproxima��es, mas achamos importante mexer com isso, em um momento em que a imagem � t�o importante. Trabalhamos com uma autora que foi ignorada por muito tempo e agora tem sido trabalhada por pesquisadores, mulheres, principalmente, que tamb�m s�o marginalizados, assim como foi Maria Firmina.”

Com pouca informa��o sobre a escritora, estima-se que Maria Firmina tenha nascido em 1822, sendo autora do primeiro romance abolicionista do pa�s, �rsula, lan�ado em 1859. Escritora e educadora, sofreu com o "apagamento" hist�rico e vem sendo redescoberta no Brasil e no exterior. Publicou contos e poemas em jornais, comp�s o Hino da Liberta��o dos Escravos e fundou uma escola gratuita para crian�as. Maria Firmina morreu em 1917, sem qualquer prest�gio.
 

Curadoria coletiva

 Claudia Andujar e o xamã indígena Davi Kopenawa
A fot�grafa Claudia Andujar e o xam� ind�gena Davi Kopenawa, em participa��o na Festa Liter�ria Internacional de Paraty (foto: Fernando Fraz�o/Arquivo/Ag�ncia Brasil)
 
Pela segunda vez, a Flip tem curadoria coletiva e se posiciona como um laborat�rio de reflex�o, com encontros e atividades que buscam pensar sa�das para as crises contempor�neas. Segundo a professora Milena Britto, a curadoria buscou trabalhar a literatura em seu conceito expandido, incluindo todas as manifesta��es art�sticas para alavancar narrativas que inspiram a cooperar e seguir em frente.

“Como conciliar tantas diferen�as, em um pa�s t�o caudaloso, t�o complexo? Como colocar linguagens que s�o vis�veis para poucos? � imposs�vel tentar traduzir o pa�s. Ver o invis�vel �, de alguma forma, colocar em conversa algumas manifesta��es, propostas, cria��es, linguagens que talvez sejam vis�veis para poucos, mas, quando se juntam com algo que � diferente e de alguma forma se encontram na fronteira, seja no suporte, em linguagens polif�nicas, em linguagens variadas”, questionou a curadora.

A Flip ter� 17 mesas no evento principal, com convidados como Teresa C�rdenas, Patricia Lino, Ricardo Aleixo e Benjamin Labatut. Maria Firmina Reis ter� duas mesas em sua homenagem: P�trios Lares, com Ana Fl�via Magalh�es Pinto (Unicamp e Selo Negro Edi��es), Fernanda Miranda (Mal�) e Midria (Janda�ra); e Minha Liberdade, com Lilia Schwarcz (Companhia das Letras e Cobog�) e Eduardo de Assis Duarte (Editora Mal�, Pallas e UFMG).

A homenagem � fot�grafa Claudia Andujar ser� na mesa Livre e infinito, com Nay Jinknss. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)