Revista cient�fica 'Nature' pede desculpas por contribuir com o racismo

Izabella Caixeta*

Uma das mais conceituadas revistas cientificas do mundo, a “Nature”, respons�vel por divulgar algumas das descobertas cient�ficas mais importantes do mundo, publicou o editorial "How Nature contributed to science’s discriminatory legacy", no qual reconhece sua contribui��o para a segrega��o racial ao longo dos seus mais de 150 anos de exist�ncia.

“Publicamos material que contribuiu para preconceito, exclus�o e discrimina��o na pesquisa e na sociedade. Alguns de nossos artigos eram ofensivos e prejudiciais, um legado que agora estamos fazendo um esfor�o para examinar e expor. Eles contrastam fortemente com o objetivo atual da revista de promover equidade, diversidade e inclus�o”, afirma o texto.

A Nature tamb�m se compromete a reexaminar sua hist�ria para uma edi��o especial sobre racismo com a participa��o de quatro editores convidados: Melissa Nobles, Chad Womack, Ambroise Wonkam e Elizabeth Wathuti. A promessa foi feita inicialmente em 2020, logo ap�s o assassinato de George Floyd, diante das manifesta��es que jogaram luz sobre o racismo sist�mico existente nos Estados Unidos e no mundo.

A revista foi respons�vel pela publica��o de diversos textos escritos por Francis Galton defendendo a eugenia, ci�ncia que, segundo o pr�prio cientista, se propunha a estudar as influ�ncias que melhoram e desenvolvem as qualidades inatas de uma ra�a.

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“As ideias cientificamente imprecisas de Galton sobre a eugenia tiveram uma influ�ncia enorme e prejudicial com a qual o mundo ainda est� lutando. A ideia de que alguns grupos – pessoas de cor ou pobres, por exemplo – eram inferiores alimentou discrimina��o e racismo irrepar�veis”, declarou a revista.

Al�m disso, o texto finaliza admitindo que mesmo em anos recentes houveram publica��es racistas e sexistas e pede desculpas pelas falhas, inclusive pela falta de diversidade no time de editores da revista.

“O editorial que voc� est� lendo � parte de nossa tentativa de reconhecer e aprender com nosso passado conturbado, profundo e recente, entender as ra�zes da injusti�a e trabalhar para abord�-las, pois pretendemos tornar o empreendimento cient�fico aberto e acolhedor para todos”, finaliza.

*Estagi�ria sob supervis�o

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