(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RACISMO

Pol�cia Civil vai investigar ato de racismo contra Seu Jorge

"O que eu presenciei foi muito �dio gratuito e muita grosseria racista", afirmou o cantor em v�deo


18/10/2022 09:37 - atualizado 18/10/2022 13:29

Seu Jorge, homem negro usando terno azul claro, sentado a frente de um telão que mostra a bandeira do Rio Grande do Sul
Seu Jorge se manifesta pela primeira vez sobre racismo sofrido em Porto Alegre (foto: Reprodu��o/YouTube)


Uma investiga��o foi aberta pela Pol�cia Civil para analisar o suposto ato de racismo contra o cantor Seu Jorge durante um show realizado na �ltima sexta-feira (15/10) no clube Gr�mio N�utico Uni�o, em Porto Alegre. A apura��o dos fatos est� a cargo da Delegacia de Combate � Intoler�ncia que requisitou imagens feitas por pessoas da plateia e testemunhas ser�o ouvidas ainda esta semana.

Na noite de ontem (17/10) o cantor usou suas redes sociais para falar pela primeira vez sobre o ocorrido em um v�deo de nove minutos. "O que eu presenciei foi muito �dio gratuito e muita grosseria racista", afirmou. 

O epis�dio de racismo aconteceu no final do show, quando Seu Jorge se retirou do palco, mas retornaria para o “bis”. Quando ouviu barulhos imitando macaco e xingamentos como "negro vagabundo", "safado" e gritos de “mito!” vindos da plateia, o cantor ent�o decidiu apenas voltar ao palco para se despedir do p�blico e dizer: “espero que voc�s fiquem bem”.

Luta antirracista

No v�deo de pronunciamento sobre os ataques racistas, Seu Jorge aparece sentado em frente a um tel�o com a proje��o da bandeira do Rio Grande do Sul e inicia sua fala apontando a aus�ncia de pessoas negras na plateia. "Particularmente, n�o vi nenhuma pessoa negra no jantar. E as pessoas negras que eu encontrei foram somente os funcion�rios que, uma coisa que me causou muita esp�cie, eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar pra mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show", relata.



Seu Jorge segue falando que n�o reconheceu a cidade de Porto Alegre - que aprendeu a amar e respeitar - nos atos vistos no show, agradeceu o carinho e suporte que recebeu nos �ltimos dias, e seguiu falando sobre a luta antirracista no Brasil.

“Nunca, jamais, curvaremos ao racismo e � intoler�ncia, seja ela qual for. N�o cederemos um mil�metro sequer ao �dio e combateremos e cobraremos das autoridades que a justi�a prevale�a e os criminosos sejam devidamente punidos. A lei � pra ser cumprida. E assim conclamo a grande na��o afro-brasileira a se integrar aos movimentos sociais brasileiros que existem mais pr�ximos da sua cidade”, disse o cantor.

Racismo na m�sica

Um dos casos mais famosos de racismo na m�sica ocorreu com Carlinhos Brown durante sua apresenta��o no Rock in Rio em 2001. Ao apresentar a m�sica “A Namorada”, o cantor desceu para perto do p�blico que atirou garrafas pl�sticas em Carlinhos, sob o som de vaias, xingamentos e dedos do meio.

Ao relembrar o caso, Carlinhos Brown avalia que houve racismo na agress�o que sofreu. “Precisamos de tempo para observar o que s�o as coisas. E o cancelamento talvez seja a s�ntese [daquele epis�dio]. E dentro do cancelamento tem tudo. Tem racismo, preconceito contra o g�nero, contra a m�sica”, declarou Brown, em entrevista para a Folha de S�o Paulo em novembro de 2021.

Na edi��o do Rock in Rio 2022, a cantora Ludmilla usou seu show para expor coment�rios racistas que recebeu ao longo da carreia, antes de iniciar a apresenta��o de “Rainha da Favela”. Os tel�es mostravam internautas a chamando de “macaca”, “neguinha”, “fracassada” e “sem talento”.

“Toda mulher no Brasil tem que lutar. Toda mulher negra tem que lutar 100 vezes mais. Eu tenho a sorte de ter uma fam�lia que � minha base feminina de concreto, sempre comigo, que me deram for�a para que eu constru�sse a minha mesa e pudesse convidar outras mulheres para brilhar junto comigo”, disse Ludmilla antes de come�ar a apresenta��o com as convidadas Mc Soffia, Tasha e Tracie, Tati Quebra-Barraco e Majur.

Em abril deste ano, Margareth Menezes afirmou ao “O Globo” que n�o teve tanta proje��o como Ivete Sangalo e Daniela Mercury pelo fato de ser negra. “S�o hist�rias de patamares diferentes e existem a� v�rias coisas dentro do mesmo pacote. Tem a quest�o racial, o racismo estrutural da nossa sociedade. A isso, soma-se a est�tica, o padr�o da televis�o. N�s, mulheres artistas negras, n�o t�nhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites”, afirmou.

H� menos de um m�s, no dia 15 de setembro, a cantora Diarra Sylla falou sobre a sua sa�da do Now United, primeira banda global que re�ne artistas de v�rios pa�ses, inclusive do Brasil, e se prop�e a promover a representatividade. Segundo senegalesa, sua entrevista para o site HollyWire teria sido boicotada, em uma tentativa se licenci�-la. Diarra tamb�m deu a entender que o motivo de sua sa�da do grupo foi relacionado a epis�dios de racismo. 

“Eles n�o publicaram. Eu tentei entender o porqu�, mas eles n�o responderam nem o meu time. Essa manh� eu finalmente descobri o porqu�. Hollywire entrevistou o grupo pop que eu deixei h� um ano por conta de racismo e obviamente recebeu ordens de n�o divulgar minha entrevista”, disse em sua conta do Instagram.

Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM




podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)