
Atrav�s de uma busca sistem�tica na internet e do contato direto com algumas institui��es p�blicas e privadas, foram coletados materiais digitais e impressos de campanhas entre os anos 2000 e 2018, como cartazes, folders e v�deos, de partidos pol�ticos, sindicatos, movimentos sociais em geral, ONGs, sistema judici�rio, Parlamento e Poder Executivo nos n�veis federal, estadual e municipal em cidades com mais de 200 mil habitantes.
“A maioria do material, 88%, n�o tem um destinat�rio claro, o que significa que existe um compromisso da sociedade em combater a viol�ncia, mas essas a��es s�o muito pouco destinadas �s v�timas ou ao homem agressor. Ser� que essas iniciativas n�o deveriam focar mais nas v�timas e perpetradores para se tornarem mais eficientes?”, ponderou a professora Clara Ara�jo, do Departamento de Sociologia do Instituto de Ci�ncia Sociais da Uerj, coordenadora do estudo.
Segundo o estudo, 32% de tudo o que � produzido de campanhas e de a��es de preven��o s�o dos poderes executivos, 23%, do sistema judici�rio, e 11%, das organiza��es voltadas para mulheres.
Em 56,6% das campanhas, a representa��o racial das mulheres v�timas � indeterminada, mas quando h� cartazes em que a mulher � identificada, em 31,3% deles � branca, e em 10,2%, negra.
Em apenas 25% das campanhas, h� refer�ncia a canais de den�ncia, como o Ligue 180. Os estados que mais se destacam com mais iniciativas s�o Bahia e S�o Paulo.
"Criamos uma base de dados �nica, nunca antes feita, que ficar� dispon�vel para pesquisadores e outros setores, com cerca de 7,2 mil cartazes e 3 mil v�deos tratando de campanhas e outros tipos de iniciativas de combate � viol�ncia de g�nero no Brasil realizados at� 2018", disse a professora.
Os resultados da pesquisa ser�o apresentados em um semin�rio, realizado nestas quinta-feira (6) e sexta-feira (7) no campus Maracan� da Uerj. O estudo faz parte de uma parceria internacional com institui��es acad�micas da Espanha, de Portugal e Col�mbia, que fizeram pesquisas similares.
O estudo contou com apoio da Funda��o Carlos Chagas Filho de Amparo � Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Programa Institucional de Internacionaliza��o da Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes).