
Ap�s anos de resist�ncia, a China deu sua aprova��o ao escrut�nio de sua muito criticada pol�tica de c�mbio, permitindo que as maiores economias do mundo mantenham viva a ambi��o de criar um sistema de alerta para tentar evitar futuras crises. Mas a China obteve uma concess�o importante no acordo fechado neste s�bado pelo Grupo dos 20 (G-20) principais pa�ses industrializados e em desenvolvimento, conseguindo manter fora do comunicado as reservas estrangeiras como um indicador dos desequil�brios da economia global.
Os ministros das Finan�as do G-20, reunidos em Paris, chegaram a um acordo sobre uma lista de indicadores que poder� ser usada para avaliar se suas pol�ticas econ�micas est�o contribuindo para desequil�brios globais. "No fim, a China sentiu que n�o tinha nenhum apoio mesmo de seus tradicionais aliados, que ficaria sozinha neste grupo, cujo papel � evitar crises na economia global", disse um ministro de Finan�as do G-20. "Isso ficou claro para eles. A China conseguiu uma concess�o na medida de conta corrente e acho que eles sentiram que n�o deveriam insistir mais" em rela��o ao c�mbio.
A China conseguiu outras concess�es. O pa�s tamb�m se opunha ao uso de d�ficits em conta corrente. Em vez disso, o G-20 concordou em monitorar a balan�a comercial e a receita l�quida de investimentos no exterior. A China tinha insistido que seus ganhos com investimentos das reservas estrangeiras no exterior n�o deveriam ser inclu�das como uma medida de desequil�brio externo e o compromisso deu ao pa�s boa parte do que era pedido.
Foi acertado que os desequil�brios externos devem ser avaliados "levando-se em considera��o a taxa de c�mbio, a pol�tica fiscal, a monet�ria e outras". O comunicado do G-20 tamb�m inclui outras medidas, tais como d�vida p�blica e poupan�a privada, que v�o sinalizar para o G-20 problemas como a necessidade de os EUA reduzirem seu d�ficit de muitos trilh�es e a necessidade de a China estimular o consumo dom�stico. Mas isso era visto como pouco significativo comparado com o impacto do yuan desvalorizado.
Os ministros das Finan�as do G-20 come�aram a elaborar uma s�rie de passos destinados a evitar futuras crises que primeiro alerta o grupo da exist�ncia de problemas. Numa segunda etapa do processo que deve ser longo, eles devem explorar as ra�zes dos problemas e recomendar pol�ticas para resolv�-los.
"Concordamos sobre uma lista de indicadores que nos permitir� focar (...) nos desequil�brios persistentemente grandes que exigem a��es pol�ticas", diz o comunicado final do G-20. � preciso evitar desalinhamentos persistentes das taxas de c�mbio" segundo o comunicado, que ressalta o fato de que o crescimento robusto das economias emergentes pode dar sinais de superaquecimento.
Fortalecimento do G-20 - O acordo deve fortalecer a legitimidade do G-20. Muitos analistas, economistas e participantes do mercado temiam que o grupo estivesse se tornando apenas ret�rico. "O acordo ser� apresentado como um consenso, n�o uma vit�ria e tamb�m como um passo � frente no G-20", disse um representante de um banco central do grupo. "Afinal, mostra a inten��o da China de ser flex�vel em outros f�runs em quest�es como o ritmo em que permite a valoriza��o do yuan", acrescentou.
Mas a batalha pol�tica mais dif�cil ser� enfrentada agora pelo G-20: debater qual a faixa num�rica que o grupo considera uma distor��o potencialmente perigosa, caso o G-20 possa de fato chegar a algum acordo sobre n�meros. O processo deve levar anos. Mesmo se o G-20 concordar na c�pula de l�deres de novembro em implementar o sistema de alerta, e um alarme for disparado nos meses seguintes, o grupo ter� ent�o de estudar quais s�o as ra�zes do problema.
"Estamos caminhando gradualmente para chegar a um consenso sobre formas de avaliar medidas e causas de desequil�brios externos", disse Timothy Geithner, secret�rio do Tesouro dos EUA. "Este processo levar� tempo, mas acontecer�, porque todos os pa�ses, particularmente as economias emergentes do G-20, t�m um forte interesse em reduzir o risco de que seu crescimento futuro e estabilidade financeira sejam prejudicados por grandes desequil�brios globais", acrescentou.