PARIS - A viol�ncia na L�bia, um pa�s exportador de petr�leo atingido pela contesta��o que se amplia no mundo �rabe, preocupa o mercado e faz irromper as cota��es do ouro negro, mesmo se as reservas n�o estejam ainda amea�adas, segundo os analistas.
"A viol�ncia na L�bia � o principal fator desta alta de pre�os", destaca uma nota do Commerzbank, enquanto um analista da Forex.com observa que "a agita��o pol�tica (no pa�s) assusta o mercado de mat�rias-primas".
"O mercado leva em conta o fator risco", explica Pierre Terzian, diretor da revista 'Petrostrat�gies'. "A L�bia � um produtor importante no Mediterr�neo, com produ��o de mais de 1,5 milh�o de barris por dia (...) e o impacto na bacia do mediterr�neo pode ser significativo", destaca ele.
A L�bia, membro da Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep), � um dos quatro principais produtores da �frica junto com a Nig�ria, Angola e Arg�lia. Sua produ��o � avaliada entre 1,5 milh�o e 1,8 milh�o de barris/dia, com reservas estimadas em 42 bilh�es de barris, segundo dados da Ag�ncia Internacional de Energia (AIE) e da Ag�ncia americana de Informa��o sobre Energia (EIA).
Tripoli �, principalmente, um importante fornecedor dos pa�ses europeus, com mais de 400.000 barris exportados diariamente para a It�lia; 178.000 para a Alemanha; 133.000 para a Fran�a e 115.000 para a Espanha, segundo estat�sticas de 2009.
A situa��o de viol�ncia levou v�rias grandes companhias estrangeiras operando na L�bia a anunciar o rapatriamento de seu pessoal n�o indispens�vel no pa�s - medida comum neste tipo de crise, mas que n�o afeta, por enquanto, a produ��o de hidrocarbonetos, segundo Pierre Terzian.
"Por enquanto, h� como substituir os estoques l�bios. Mas se as exporta��es do pa�s pararem, vamos nos deparar com problemas estrat�gicos, porque ser� necess�rio, ent�o, substitu�-las", considera Christophe Barret, analista do Cr�dit Agricole em Londres.
Segundo ele, os riscos de escassez s�o fracos, em rela��o aos estoques elevados nos pa�ses da OCDE e � capacidade excedente de produ��o da Opep, que repousa em grande parte na capacidade da Ar�bia Saudita, primeiro produtor mundial de petr�leo.
"O Brent � o que est� mais vulner�vel no momento", destaca David Hart, analista da Westhouse Securities, em Londres. Mas, prossegue ele, "se as coisas se agitarem, o impacto no mercado do petr�leo ser� ainda maior e observaremos fortes altas" no bruto, cotado em Nova York.
Nestas condi��es, o mercado perscruta os m�nimos sinais de cont�gio ao restante da regi�o, da Arg�lia, a Bahrein, passando pelo Ir�, todos atores importantes no setor de hidrocarbonetos e onde manifestantes reclamam mudan�as pol�ticas.
"Se a L�bia mais o Ir� pararem por algum tempo, os pre�os incendiariam" o mercado, cita Barret como exemplo.
"A situa��o n�o se limita apenas � L�bia. O mercado funciona em conjunto, pelo que se pode acompanhar uma esp�cie de efeito domin�", destaca por sua vez David Hart.