A distribui��o de cestas b�sicas a popula��es ind�genas que ser�o afetadas pela constru��o da Usina Hidrel�trica de Belo Monte est� acarretando problemas a essas comunidades. O alerta � do Conselho Indigenista Mission�rio (Cimi). De acordo com a entidade, por estarem recebendo gratuitamente esses alimentos, h� comunidades que deixaram de preparar suas ro�as tradicionais.
“N�o h� nada de positivo em Belo Monte. Inclusive h� condicionantes aplicadas que est�o acarretando em problemas. � o caso da distribui��o de cestas b�sicas para as popula��es ind�genas. Por causa delas, h� comunidades que n�o est�o mais fazendo suas ro�as tradicionais. Essas cestas causam depend�ncia externa
A informa��o de que j� foi iniciada a terraplanagem para o canteiro de obras da usina deixou os mission�rios do Cimi preocupados. “Estamos impactados com essa informa��o. Isso mostra que a obra est� alicer�ada na ilegalidade e na inexist�ncia de di�logo com as popula��es locais”, criticou Buzatto.
Para ele, em vez de investir em novas hidrel�tricas, o pa�s poderia melhorar a estrutura j� existente. “Belo Monte n�o � necess�ria para o pa�s, e as condicionantes n�o justificam a obra. O pa�s poderia ampliar sua capacidade energ�tica se investisse na estrutura existente. Isso n�o acontece porque n�o d� ganhos para as grandes corpora��es envolvidas no processo”, avaliou Buzatto.
Os apag�es, segundo ele, provam essa tese. “Eles [os apag�es] aconteceram em consequ�ncia de uma s�rie de problemas t�cnicos b�sicos que confirmam a falta de investimentos na rede existente. Temos de investir na repotencializa��o das turbinas que est�o defasadas. Isso resultaria, entre as perdas de transmiss�o, em um ganho de 20%”, argumentou.
Ele adianta que o Cimi - vinculado � Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - continuar� atuando nas comunidades com mobiliza��es contr�rias � obra. “Estamos programando uma mobiliza��o para os pr�ximos dias. Nela faremos uma a��o simb�lica para demonstrar o valor do Rio Xingu e o modo de vida das popula��es locais que ser�o atingidas pela usina.”
Buzatto explica que os povos ind�genas n�o veem o formato de desenvolvimento adotado pelo pa�s como modelo de desenvolvimento para as futuras gera��es. “Para os ind�genas, esse modelo hegem�nico n�o � sustent�vel e resulta nas diversas cat�strofes clim�ticas de que temos not�cia. Al�m disso, eles sabem que a usina levar�, para a regi�o, mais viol�ncia, mais prostitui��o e mais explora��o de trabalhadores, al�m da invas�o dos territ�rios que eles preservam h� milhares de anos”, completou o mission�rio.