� grande a expectativa dos exportadores brasileiros em torno da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil neste fim de semana. Para o presidente da Associa��o Brasileira de Com�rcio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, ser� o primeiro passo para equilibrar as rela��es comerciais entre os dois pa�ses. “O governo tem que fazer uma an�lise das reais necessidades e aproveitar o momento para ter benef�cios e melhorar a balan�a comercial, que est� deficit�ria”, avaliou.
De 2000 a 2010, a balan�a comercial entre os dois pa�ses passou de um super�vit em favor do Brasil de US$ 290 milh�es para um d�ficit de mais de US$ 7,7 bilh�es, de acordo com dados consolidados do ano passado. Mesmo tendo perdido para China a posi��o de maior parceiro comercial brasileiro, os Estados Unidos foram o principal importador de produtos brasileiros. O Brasil exportou US$ 19,4 bilh�es e importou US$ 27,2 bilh�es. E os primeiros resultados do ano mostram que a rela��o deficit�ria se mant�m em 2011. Em janeiro, as exporta��es brasileiras para os estados Unidos cresceram 21% frente o mesmo m�s de 2010. Mas as importa��es subiram 36% no mesmo per�odo. O saldo � deficit�rio em US$ 646 milh�es.
No entanto, o presidente da Abracex n�o acredita que a visita de Obama se reverter� em medidas ben�ficas para o Brasil no curto prazo. “Aqui [no Brasil] as coisas s�o dif�ceis de acontecer rapidamente. A ideia � que essa aproxima��o entre os dois pa�ses determine que o tempo de espera seja menor”, emendou Segatto.
Para o vice-presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, a visita vai beneficiar mais os Estados Unidos que o Brasil. “� politicamente positivo os Estados Unidos mostrarem ao mundo que t�m prest�gio com o Brasil, que caminha para se tornar o quinto pa�s economicamente mais fortalecido”, disse. Para ele, o desequil�brio da rela��o comercial com o Brasil n�o deve ser alterado rapidamente. “O d�ficit tem ocorrido h� dois anos, consequ�ncia do real valorizado e da demanda aquecida pelo mercado interno. Eles n�o v�o deixar de vender”.
Na opini�o do executivo, esta � a oportunidade para reivindicar a quebra de barreiras tarif�rias dos produtos brasileiros. “Temos que pedir a redu��o ou libera��o de tarifas de alguns produtos como etanol, a�o e suco de laranja, por exemplo”. Os Estados Unidos protegem o mercado interno de etanol � base de milho, considerado menos eficiente que o brasileiro, a base de cana-de-a��car.
O �leo bruto foi o principal produto brasileiro vendido aos Estados Unidos no ano passado. Em 2010, a venda externa somou US$ 3,8 bilh�es e representou 19,8% do total exportado pelo pa�s. Tamb�m merecem destaque caf� em gr�o e pastas qu�micas de madeira, que ocupam a segunda e terceira posi��o na lista de produtos exportados, respectivamente. Entre as importa��es, o �leo combust�vel liderou as compras, com 6,6% do total ao custo de US$ 1,8 bilh�o. A importa��o de motores e turbinas para avia��o custou US$ 1,5 bilh�o ao Brasil. Os medicamentos somaram US$ 1,2 bilh�o.
O vice-presidente da AEB ressaltou que o Brasil deve fechar acordos, e n�o promessas, considerando que a vinda do presidente norte-americano se tornou um evento. “As a��es da visita t�m mais car�ter de pol�tica de boa vizinhan�a. Fazer discurso na favela onde a maior parte dos ouvintes n�o vai entender o que ele [Obama] disser e visita ao P�o de A��car n�o v�o mudar a atual desigualdade comercial”, criticou Castro.