As an�lises dos primeiros relatos colhidos pelo Minist�rio P�blico do Trabalho de Rond�nia apontam que o quebra-quebra da semana passada nos canteiros de obras da usina de Jirau, no Rio Madeira, foi resultado de uma “tens�o longa e reprimida” nos alojamentos isolados na floresta amaz�nica. Em paralelo ao clima
de tens�o nos alojamentos, havia uma disputa velada entre sindicalistas de Rond�nia e do Par�, Estado de origem de boa parte dos oper�rios.Diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Constru��o Civil de Rond�nia (Sticcero) chegaram a sugerir, em conversas com a Justi�a do Trabalho, que os primeiros tumultos registrados em Jirau foram incentivados de alguma maneira por representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Ind�stria Pesada do Par� (Sintrapav), que monta um escrit�rio em Rond�nia. “O clima entre os sindicatos n�o est� bom. Eles est�o brigando na Justi�a para saber quem tem representatividade”, afirmou o procurador regional do Trabalho, Francisco Cruz.
O procurador admite, depois de ouvir oper�rios e percorrer a �rea destru�da do canteiro, que n�o havia trabalho degradante e que as empresas ofereceram alojamentos adequados para os funcion�rios. Mas informou que foram abertos procedimentos de investiga��o para apurar reclama��es de tratamentos desrespeitosos por parte de encarregados e seguran�as: “Havia um foco de tens�o reprimida, e as empresas n�o sentiram isso.”
O procurador disse que ainda est� sendo avaliado um poss�vel impacto da pressa das empresas em concluir as obras para o clima de tens�o nos canteiros. Uma das pend�ncias j� detectadas � a falta de pagamento da “hora it�nere”, tempo gasto pelo trabalhador sem alojamento para chegar a um local de trabalho distante. Ser�o ainda analisadas quest�es como hora extra, jornada de trabalho, cesta b�sica e garantias de visitas a familiares.