O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira que elementos subjacentes da economia apontam um descompasso entre a oferta e a demanda. Em audi�ncia na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, ele afirmou que a resposta de pol�tica monet�ria requer modera��o da atividade econ�mica.
Segundo ele, o BC conduz sua pol�tica monet�ria focada na meta de infla��o. Ele alertou que a situa��o atual demanda uma maior e mais sofisticada capacidade
Tombini ponderou que essa alta nos servi�os j� vem ocorrendo h� algum tempo e n�o � exclusiva do momento atual, mas decorrente de uma mudan�a estrutural da economia brasileira. Ele destacou que essa infla��o de servi�os tende a ser maior que a infla��o m�dia. Para Tombini, essa infla��o tem se alargado e � hoje fonte de preocupa��o. Em mais um recado, ele chamou aten��o para a necessidade de reflex�o sobre uma agenda de ganhos de produtividade na economia brasileira.
Cr�dito
Tombini tamb�m admitiu que j� come�ou a ver um aumento na inadimpl�ncia do cr�dito no sistema financeiro. Segundo ele, isso � parte do ciclo econ�mico, que entrou em fase de desacelera��o por conta do impacto das a��es de pol�tica monet�ria e macroprudenciais. Tombini alertou que a desacelera��o no ritmo de expans�o do cr�dito � desej�vel e definiu at� um alvo: alta de, no m�ximo, 15% neste ano.
“Um crescimento do cr�dito acima de 15% neste ano ser� observado com cuidado pelo BC. A desacelera��o aumenta a inadimpl�ncia, mas isso faz parte do processo. Estamos fazendo um monitoramento sobre as carteiras de cr�dito”, disse Tombini. “Crescimento de 10% a 15% no cr�dito seria adequado; de 15% a 20%, n�o”, completou.
Bancos
Tombini informou ainda que a posi��o vendida das institui��es financeiras caiu de US$ 17 bilh�es, antes da ado��o das medidas macroprudenciais, em dezembro, para US$ 7 bilh�es, agora. Em fevereiro, a posi��o vendida dos bancos era de US$ 12,7 bilh�es. Segundo o presidente do BC, ao longo de 2010 a posi��o vendida das institui��es financeiras era forte. Ele afirmou que o BC continuar� monitorando o impacto das medidas adotadas e agindo para evitar desequil�brios.
Ele disse que as a��es macroprudenciais ajudam na pol�tica monet�ria e afetam a demanda agregada e o mercado de cr�dito. Segundo Tombini, o BC j� tem credibilidade estabelecida e que a economia brasileira tem um arcabou�o bem constitu�do. Ele destacou que as medidas macroprudenciais buscaram manter a estabilidade do sistema financeiro como um todo, e n�o s� estabelecer procedimentos prudenciais para uma �nica institui��o financeira. "O objetivo foi garantir o equil�brio geral", afirmou.
Segundo o presidente do BC, por mais que o banco esterilize o excedente de d�lares do Pa�s, por meio do ac�mulo de reservas, sempre h� uma parcela que permanece no mercado. Segundo ele, essa expans�o de recursos � preocupante, porque pode gerar pre�os excessivos e afetar a taxa de c�mbio. Ele afirmou que o BC tem como tarefa propiciar para a sociedade brasileira um quadro de estabilidade de pre�os e que isso deve ser feito com uma pol�tica monet�ria e regulat�ria.