
Em volume, os antidepressivos e estabilizadores de humor tamb�m ganham mais espa�o nas prateleiras das farm�cias brasileiras. As unidades de medicamentos comercializadas saltaram de 26 milh�es para 36 milh�es de 2006 para 2010. A alta chegou a 38,4%.
Na rede de drogaria Araujo, de BH, as vendas de antidepressivos cresceram 30% no �ltimo ano e as de rem�dios para combater a ansiedade aumentaram 15%. “H� uma tend�ncia de prescri��o desse tipo de medicamento nos grandes centros urbanos, em fun��o das cobran�as e do ritmo de vida acelerado das pessoas”, afirma Rodrigo Soares, gerente de projetos farmac�uticos da drogaria. A tecnologia, como a internet, ajuda a acelerar os processos de depress�o, na opini�o de Soares. “As pessoas passam a fazer menos esporte, ficam mais isoladas e t�m menor conv�vio social”, diz.
Os neg�cios disparam, mas o uso indiscriminado das subst�ncias que prometem espantar a tristeza e acalmar a ang�stia, elevando o consumo a patamares recordes, preocupa os especialistas. No ano passado, somente no Sistema �nico de Sa�de (SUS) de Belo Horizonte, foram distribu�dos 7,8 milh�es de unidades de fluoxetina. “Este n�mero � absurdamente alto. Temos que levar em conta que a popula��o da cidade � de 2,4 milh�es de habitantes, entre eles crian�as e adolescentes”, aponta Rilke Novato, presidente do Sindicato dos Farmac�uticos de Minas Gerais (Sinfarmig). “A pr�pria Anvisa j� alertou sobre o exagero de prescri��es da fluoxetina, que est� sendo usada para emagrecer, como inibidor de apetite e n�o como antidepressivo.”
Uso veterin�rio O medicamento que desacelera o ritmo da vida, tamb�m tem ajudado os animais a se sentirem mais felizes e dispostos, reduzindo a carga di�ria do estresse dom�stico. Depois da p�lula para humanos, a vers�o veterin�ria do Prozac foi lan�ada nos Estados Unidos. O laborat�rio Eli Lilly n�o revela quando o produto vai chegar no mercado nacional. Enquanto isso, no Brasil, a fluoxetina (princ�pio ativo do Prozac) usada para humanos tem obtido bons resultados tamb�m entre os c�es.
O veterin�rio Manfredo Werkhaufer explica que antigamente os c�es viviam em espa�os abertos. Quando s�o trazidos para dentro de casa, os animais podem ficar deprimidos. O veterin�rio explica que especialmente os cachorros de pequeno porte podem ser tratados com sucesso com o medicamento humano para depress�o. “� preciso que o diagn�stico e a dose sejam corretos”, ressalta. A dona de casa Maria Isaura Amaral concorda. Aos 13 anos, a poodle Kika come�ou a comer as roupas de cama e apresentar sintomas de agita��o. Desde que come�ou a se tratar com a fluoxetina as crises melhoraram. “Ela est� mais calma, feliz, n�o come mais edredons e perdeu o excesso de peso.”
O poodle Pitucho, da aposentada Maria Doris Almeida, passou por um processo depressivo e foi “salvo” pelos medicamentos. Ele n�o gostava de ficar em casa sozinho. Quando isso ocorria, arrancava os pelos. Depois do tratamento, melhorou. “Ele agora � um feliz. Resolveu o problema dele e o nosso. N�o quer�amos ver o animal machucado.”