As divulga��es mensais do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M) em 2011 devem apresentar um cen�rio de desacelera��o com mais frequ�ncia do que um movimento contr�rio, apesar das dificuldades para uma previs�o exata do comportamento do indicador de infla��o. A avalia��o � do coordenador de An�lises Econ�micas da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Salom�o Quadros. Ele disse, em entrevista � imprensa, que continua com a expectativa de que o IGP-M acumulado em 12 meses seja, no final de 2011, menos expressivo que o de 2010, quando a taxa foi de 11 32%. "Uma trajet�ria de desacelera��o gradativa do IGP-M tende a ser o resultado mais frequente", comentou.
De acordo com Quadros, o fator principal para a desacelera��o do IGP-M entre fevereiro e mar�o foi o comportamento dos pre�os agropecu�rios do atacado. No per�odo, o �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M, saiu de uma alta de 1,20% para uma varia��o positiva de 0,65%. Dentro deste segmento, os pre�os agropecu�rios sa�ram de um avan�o de 2,75% para uma alta de 1,37%. "A agropecu�ria explica a desacelera��o do IPA. E � o IPA que explica a desacelera��o do IGP-M", avaliou.
Tal qual era esperado pelo mercado financeiro, os itens que mais ajudaram o comportamento do IPA Agropecu�rio foram a soja e o milho. O pre�o da soja, que atualmente tem o maior peso na composi��o do IPA, caiu 6,20% em mar�o ante queda de 0,72% em fevereiro. O milho, por sua vez, ajudou a infla��o do atacado porque saiu de uma alta expressiva de 9,84% para uma varia��o positiva bem menor, de 1,46%. "Se falarmos de soja e milho, j� contamos 90% da hist�ria", disse Quadros.
Mesmo com este cen�rio favor�vel da parte agropecu�ria, o coordenador chamou a aten��o para alguns comportamentos de itens in natura que ainda trouxeram impactos importantes de alta para o IPA e para o IGP-M. Entre os destaques, ele citou o tomate, cuja eleva��o passou de 16,90% para 26,27% entre fevereiro e mar�o, e a batata-inglesa, cuja varia��o positiva passou de 4 91% para 17,40%. Outro item da agropecu�ria que mereceu cita��o foi o feij�o, com alta de 7,23% em mar�o ante queda de 10,35% em fevereiro.
Na divulga��o feita nesta quarta para a imprensa, Quadros mostrou um levantamento da FGV que retrata o atual cen�rio das mat�rias-primas agropecu�rias. Segundo a institui��o, o n�vel atual de pre�os supera em 19,9% o pico que foi atingido em 2008, quando havia grande press�o das mat�rias-primas (commodities) internacionais nos pre�os deste tipo de item. O mesmo levantamento ressaltou, por�m, que a alta de 0,71% apresentada por este conjunto de pre�os em mar�o foi a menor desde junho de 2010. "� alguma coisa contribuindo para uma desacelera��o", avaliou.
Para Quadros, apesar destes sinais mais favor�veis do que desfavor�veis retratados pelo IGP-M atualmente, � justamente o IPA e sua parte agropecu�ria que dificultam o exerc�cio das proje��es para o �ndice de abril, j� que h� grande depend�ncia do comportamento das v�rias safras dos itens que participam da coleta do indicador. Segundo ele a mensagem que pode ser repassada �, no entanto, de que a trajet�ria para 2011 � mais otimista do que a de 2010, quando o IGP-M mostrou acelera��es consecutivas at� acumular em 12 meses em dezembro a taxa de 11 32%.
"Ao longo do ano, a expectativa � de uma alta menor do IGP-M do que a do ano passado por conta de uma press�o menor das commodities este ano", afirmou Quadros. "O mais importante � a sinaliza��o da dire��o. N�o h� d�vida que a dire��o poder� ser para baixo", opinou.