Os combust�veis deram as maiores contribui��es para a acelera��o da infla��o medida pela primeira pr�via de abril do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M). O indicador ficou em 0,55%, ante 0 48% registrado na primeira pr�via de mar�o. Este m�s, o �lcool variou 31,12% no atacado e 12,75% no varejo. A gasolina tamb�m teve alta mais intensa, chegando a ficar 2,20% mais cara ao consumidor, eleva��o superior a registrada na primeira pr�via de mar�o, de 0,39%.
Resultado dos baixos estoques no per�odo de entressafra, h� ainda incerteza sobre o comportamento dos pre�os do �lcool nas pr�ximas semanas, afirma o coordenador de An�lises Econ�micas da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Salom�o Quadros.
"Estamos em fase de transi��o. Esses s�o os momentos finais da entressafra, quando a rela��o de estoque est� no menor n�vel poss�vel. Com a entrada de uma nova colheita, a tend�ncia � que comece a se regularizar o n�vel de estoque", disse. Ele acrescentou, no entanto, que parte do aumento no atacado ainda pode ser repassada ao consumidor.
Respons�veis por 60% do IGP-M, os pre�os no atacado puxaram a alta do indicador. Al�m do �lcool, alimentos processados tiveram influ�ncia significativa. Os destaques foram as varia��es dos pre�os de aves (que saiu de 2,21% para 2,53%) e do leite industrializado (de -0,02% para 2,83%).
Segundo Quadros, o pre�o das aves foi puxado pela alta da carne bovina. "Toda vez que tem aumento do pre�o da carne bovina, aves e carne su�na acompanham", disse. Ele explicou que al�m de a demanda estar se recuperando, principalmente a de exporta��o, o que resulta em aumento do pre�o da carne no mercado interno, os produtores est�o repassando os custos do pre�o de ra��es, que tem crescido com a alta do milho e de outros gr�os. Essas altas devem influenciar os pre�os ao consumidor.
Sazonal, a press�o do leite deve continuar pressionando os pre�os ao longo do m�s, devido ao per�odo da entressafra.
Em rela��o aos pre�os ao consumidor, foram os alimentos que mais pressionaram a infla��o. A varia��o dos pre�os dos latic�nios (de -0,22% para 1,16%) tamb�m foi destaque, ao lado da carne bovina, que reduziu a queda de -2,15% para -0,28%. "A varia��o da carne est� bem menos negativa. Isso quer dizer que j� h� alguns tipos de cortes que est�o mostrando eleva��o", afirmou Quadros.
Na primeira pr�via de abril, o item mat�rias-primas brutas apresentou recuo (de 0,52% para 0,29%), associado basicamente ao fim do impacto das altas do pre�o do min�rio de ferro verificadas no primeiro trimestre.
J� entre os produtos agropecu�rios houve certo equil�brio entre aumentos e redu��es. O milho, que tinha apresentado alta de 1 33% na primeira pr�via de mar�o, agora subiu 0,67%. "O milho � um destaque porque tem varia��o acumulada de quase 75% em 12 meses. Come�ando a desacelerar, pelo menos n�o agrava mais a situa��o", afirma Quadros, lembrando que o gr�o � o principal insumo para produ��o de ra��es para aves e su�nos.
Em compensa��o, a soja, que tinha ca�do muito, reduziu o ritmo (de -5,46% para -0,50%). "Basta a soja, que tem um peso muito grande, parar de cair, que ela deixa de dar aquela contribui��o negativa, o que funciona quase como se fosse uma acelera��o", avalia Quadros.