As novas medidas anunciadas pelo governo para restringir o acesso ao cr�dito ter�o um forte impacto no com�rcio varejista, mas n�o v�o resolver o problema da infla��o, acredita o presidente da Confedera��o Nacional dos Diretores Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. Segundo ele, se a justificativa for apenas o controle de pre�os, a medida ser� in�cua.
Pellizzaro Junior destacou que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de mar�o (0,79%), divulgado nesta sexta-feira, foi mais pressionado por produtos e servi�os “n�o afetos” � restri��o de cr�dito, como alimenta��o,
Ontem � noite, em S�o Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que, a partir desta sexta-feira, a al�quota do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) para opera��es de cr�dito de pessoa f�sica passar� de 1,5% para 3% ao ano, como forma de tentar frear a infla��o. O decreto com a eleva��o foi publicado no Di�rio Oficial da Uni�o de hoje.
Pellizzaro Junior destacou que a press�o inflacion�ria � decorrente do sucesso da pr�pria pol�tica econ�mica do governo, que aumentou o consumo. Al�m disso, com a defini��o do sal�rio m�nimo em R$ 545, mais R$ 40 bilh�es ser�o injetados na economia.
“Isso sim vai gerar press�o inflacion�ria. N�o tenho uma bola de cristal para saber qual a medida mais adequada, mas tenho a convic��o de que o aumento de IOF como medida restritiva de cr�dito n�o vai segurar isso”, advertiu.
O ministro da Fazenda justificou a eleva��o do IOF como uma forma de restringir o consumo, que aumentou por causa do maior acesso ao cr�dito. Para o presidente da CNDL, os setores que sentir�o mais o impacto da medida s�o os de autom�veis e eletrodom�sticos de grande porte. Ele acredita, no entanto, que o aumento do imposto n�o ter� impacto sobre a infla��o nas vendas dos setores de alimenta��o, vestu�rio e cal�ados.
Pellizaro Junior orienta o consumidor a calcular bem o impacto das compras no or�amento. “Na verdade, ele vai ter que dar uma segurada. Vai ter que avaliar e procurar prazos menores para poder pagar menos juros e menos impostos. Na verdade, para o consumidor, o IOF tem o mesmo impacto dos juros”, disse.