O ministro das Rela��es Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira (14) que a reforma do Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) e a resposta � alta flutua��o dos pre�os das commodities s�o temas sobre os quais n�o h� total consenso entre os pa�ses que comp�em o Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e, a partir de hoje, �frica do Sul).
Mesmo assim, os dois assuntos foram citados no comunicado conjunto divulgado ap�s a reuni�o dos l�deres do grupo em Sanya, no Sul da China. “Esse � um f�rum de coordena��o, debate. N�o h� uma superposi��o exata de posi��es sobre temas que aparecem no comunicado conjunto”, disse Patriota.
Ainda assim, Patriota disse que encontrou-se um “meio do caminho” no grupo sobre a quest�o da reforma do Conselho de Seguran�a. No documento, os pa�ses defendem uma mudan�a no �rg�o, mas n�o apoiam explicitamente Brasil, �ndia ou �frica do Sul como futuros membros permanentes (China e R�ssia j� o s�o).
“Se houvesse uma superposi��o exata, todo mundo apoiaria uma reforma com tais e tais membros permanentes. Chegou-se a uma f�rmula que � uma esp�cie de meio do caminho que, na nossa perspectiva, � satisfat�ria e tamb�m n�o prejudica outras preocupa��es”, declarou Patriota.
“Na quest�o das commodities � a mesma coisa”, disse o chanceler. A “volatilidade excessiva dos pre�os das commodities” foi citada no comunicado conjunto como um risco � recupera��o global. Houve ainda uma men��o vaga de apoio aos esfor�os da comunidade internacional em busca da estabilidade.
O Brasil � contra a cria��o de mecanismos que tentem controlar pre�os de commodities, posi��o semelhante � de outros pa�ses de economias exportadoras desses produtos prim�rios cujos pre�os s�o negociados no mercado internacional.
“Existe uma preocupa��o comum de que esse debate n�o seja desviado para quest�es que n�o sejam aquelas que n�s gostar�amos de examinar, como o papel dos derivativos, e (existe a percep��o de) que a seguran�a alimentar e energ�tica s�o temas priorit�rios”, disse Patriota.
O documento contempla a preocupa��o do Brasil, ao dizer que “a regula��o do mercado de derivativos de commodities dever� ser adequadamente refor�ada de modo a evitar atividades capazes de desestabilizar os mercados”.
Patriota disse tamb�m ver de forma positiva a entrada da �frica do Sul para o grupo do Brics e sua men��o ao lado do Brasil e da �ndia no contexto do Conselho de Seguran�a. “O ingresso da �frica do Sul tem sabor de nova multipolaridade”, disse.
“Na medida em que h� cada vez mais um consenso de que estamos em um mundo mais multipolar e que as pot�ncias emergentes s�o atores incontorn�veis, � meio inevit�vel que a reforma do Conselho de Seguran�a aconte�a em algum momento”, afirmou.
Questionado sobre quando a reforma ocorreria, Patriota disse que “� dif�cil fazer futurologia” e lembrou o longo processo pela frente. “O processo de aprova��o de uma reforma � complexo e prolongado porque, al�m de uma resolu��o da Assembleia Geral (da ONU), ele exige ratifica��o pelos Congressos de pelos cinco membros permanentes (EUA, China, R�ssia, Gr�-Bretanha e Fran�a), de modo que eu n�o me arriscaria a fazer uma previs�o”.
“Mas o que eu posso afirmar � que o assunto n�o desaparecer� da agenda internacional, e o que parece ser � que ele est� adquirindo uma presen�a maior ou est� mais no topo da agenda do que j� esteve”, disse o ministro.