O alto custo da energia el�trica, a invas�o de produtos chineses e os incentivos tribut�rios concedidos por outros pa�ses est�o deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais. Estudo feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que f�bricas de setores eletrointensivos - em que o custo da energia � um dos principais componentes no pre�o final do produto, como alum�nio, siderurgia, petroqu�mico e papel e celulose - est�o fechando unidades no Pa�s ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.
Nesse contexto, enquadram-se pelo menos sete companhias. A Rio Tinto Alcan est� em negocia��es para instalar a maior f�brica de alum�nio do mundo no Paraguai. A Braskem vai inaugurar unidade de soda c�ustica no M�xico e faz prospec��o em outros pa�ses, como Peru e Estados Unidos. A Stora Enso abrir� em breve f�brica de celulose no Uruguai. A sider�rgica Gerdau Usiba, na regi�o metropolitana de Salvador (BA), esteve paralisada por causa do alto custo da energia. A Valesul Alum�nio, em Santa Cruz (RJ), tamb�m ficou fechada pelo mesmo motivo.
“No Brasil, se nada for feito, o risco � de o setor sumir. Temos v�rios exemplos de pa�ses em que a ind�stria do alum�nio fechou em dois anos. H� mais de 25 anos, nenhuma nova f�brica se instala no Brasil. O que tivemos foi expans�o das j� existentes e, mesmo assim, parou tudo”, diz Eduardo Spalding, coordenador da Comiss�o de Energia da Associa��o Brasileira do Alum�nio (Abal).
O Brasil tem gera��o abundante de energia. O problema, na avalia��o de Spalding, � a carga tribut�ria do setor, que ultrapassa 50%. Como consequ�ncia, o custo da energia no Brasil � o dobro da m�dia mundial: cerca de US$ 60 o megawatt/hora (MWh), contra US$ 30, segundo a consultoria Commodities Research Union (CRU).