O movimento de expans�o das opera��es de cr�dito no sistema financeiro nacional (SFN) caiu pela metade, em m�dia, no primeiro trimestre deste ano, em rela��o aos tr�s �ltimos meses de 2010. Redu��o causada pelo aumento do compuls�rio banc�rio sobre dep�sitos a prazo, no in�cio de dezembro de 2010, e pelas eleva��es da taxa b�sica de juros (Selic) de 10,75% para 11,25% ao ano, em janeiro, e posteriormente para 11,75%, em mar�o.
O crescimento acumulado do cr�dito, que foi de 5,5% (1,9% em outubro, 2% em novembro e 1,6% em dezembro) no quarto trimestre de 2010, caiu para 2,7% no primeiro trimestre deste ano (0,5% em janeiro, 1,3% em fevereiro e 1% em mar�o), como mostram os relat�rios mensais de Pol�tica Monet�ria e Opera��es de Cr�dito do Sistema Financeiro, redigidos pelo Departamento Econ�mico (Depec) do Banco Central (BC).
O aumento do compuls�rio, adotado para desestimular o endividamento de longo prazo, retirou cerca de R$ 61 bilh�es de circula��o, de acordo com c�lculos do pr�prio BC, e o impacto da medida fez efeito imediato na contra��o da oferta de cr�dito, de 21% nos empr�stimos contratados em dezembro, comparado a novembro. Em janeiro, a queda foi ainda mais acentuada, com 76,63% a menos no volume de contrata��es.
“O ritmo de crescimento mais moderado decorre de uma pol�tica de cr�dito mais restritiva”, afirmou nesta quarta-feira o chefe do Depec, T�lio Maciel, ao divulgar o relat�rio referente a mar�o. A restri��o fez os bancos elevarem o custo do dinheiro em todas as modalidades de opera��es j� em dezembro e, de l� para c�, os juros cresceram ainda mais, pressionados por duas altas na Selic. A taxa m�dia cobrada de pessoas f�sicas e jur�dicas aumentou de 35%, no final de 2010, para 39% no m�s passado.
Os juros cobrados nas contrata��es de empr�stimos e financiamentos banc�rios, por�m, s�o mais altos que a taxa m�dia de refer�ncia. As pessoas f�sicas pagam juros m�dios de 45% ao ano, a� computados os empr�stimos consignados, com desconto em folha de pagamento, que pagam os juros mais baixos do mercado e que estavam, em mar�o, em 28,1% ao ano. O cr�dito pessoal, por sua vez, cobrava taxa anual m�dia de 47,3%. O cr�dito mais caro do mercado continua sendo o cheque especial, que cobrava 174,6% ao ano.
As restri��es ao cr�dito impulsionaram a subida do spread, que � a diferen�a entre os juros que os bancos pagam na capta��o do dinheiro dos investidores e os juros cobrados dos clientes na concess�o de empr�stimos. O spread passou de 28,5%, em dezembro, para os atuais 32,4% cobrados de pessoas f�sicas. No caso de opera��es com empresas, evoluiu de 17% para 19,6% no mesmo per�odo, apesar de a inadimpl�ncia ter se mantido praticamente est�vel no trimestre, passando de 4,5%, em dezembro, para 4,7% agora.
Mas a conta paga por quem precisa recorrer aos bancos est� ficando ainda mais cara no decorrer deste m�s, j� como reflexo do aumento da al�quota do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) para 6% nas contrata��es de empr�stimos internos e externos.
Segundo T�lio Maciel, os n�meros colhidos pelo BC at� o �ltimo dia 12, referentes aos oito primeiros dias �teis do m�s, indicam que a taxa m�dia cobrada pelos bancos nas opera��es com pessoas f�sicas haviam aumentado de 45% para 47,1% e permaneciam est�veis nas transa��es com empresas. Com isso, a taxa geral de refer�ncia j� subiu para 40,1%.