O Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) estima que 7,3 milh�es de trabalhadores brasileiros ficar�o desempregados este ano. Desses, 73% n�o ter�o experi�ncia e qualifica��o necess�ria para concorrer aos empregos existentes no pa�s.
Os dados constam de um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo instituto. De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, apesar do pa�s ainda ter um excesso de m�o de obra qualificada, a falta de forma��o dos trabalhadores deve se tornar ainda mais grave no pa�s com o tempo.
“Se continuarmos a crescer no ritmo atual, vamos ter problemas”, afirmou Pochmann, durante a apresenta��o do estudo Emprego e Oferta Qualificada de M�o de Obra no Brasil: Proje��es para 2011. “N�s temos m�o de obra qualificada para o tipo de empregos que a economia brasileira vem gerando. Mas, conforme a nossa economia vai se desenvolvendo, a demanda ser� mais especializada.”
Segundo o presidente do Ipea, 80% dos empregos do pa�s est�o em pequenas empresas. Pochmann disse tamb�m que 90% das vagas de trabalho abertas no mercado nacional oferecem sal�rios at� 3 sal�rios m�nimos, o equivalente a R$ 1.635.
Para esses empregos, o n�vel qualifica��o exigida n�o � alta. Por�m, afirmou Pochmann, com o crescimento da economia, mais empregos devem surgir, a exig�ncia deve aumentar e a qualifica��o pode se tornar um problema do mercado de trabalho.
Para minimizar isso, o presidente do Ipea defende mudan�as no sistema de qualifica��o dos trabalhadores. Na opini�o dele, no Brasil, mais pessoas deveriam ser treinadas dentro das empresas. “A quantidade de trabalhadores formados em est�gios e programas trainees � pequena. Temos muita gente em cursos oferecidos por escolas, fora das empresas”, afirmou.
Pochmann falou que esses cursos s�o importantes. Contudo, alguns postos de trabalho exigem uma qualifica��o ainda maior que, nesse tipo de programa de forma��o, os trabalhadores n�o obt�m. “O governo poderia incentivar �s empresas que treinam seus funcion�rios dentro do ambiente de trabalho”, sugeriu.
Ele defendeu tamb�m um planejamento de longo prazo dos programas de forma��o profissional. Pochmann disse que empresas e governo precisam conversar sobre a necessidade de m�o de obra para direcionar os investimentos na solu��o de poss�veis “gargalos”.