Uma semana depois de o governo federal modificar as regras para a importa��o de ve�culos, que deixou de ter licen�a autom�tica na libera��o, o mercado de autom�veis corre risco de ficar desabastecido de diversos modelos. Nas concession�rias de Belo Horizonte, alguns ve�culos fabricados na Argentina j� s�o raros e a expectativa para um pedido de modelo que n�o h� no estoque pode passar de 60 dias. Isso ocorre porque sete montadoras que t�m unidades instaladas no Brasil tamb�m t�m plantas no pa�s vizinho e s�o respons�veis por mais da metade dos carros estrangeiros que entram no pa�s, se valendo de um acordo de livre com�rcio entre as na��es do Mercosul.
A Toyota, por exemplo, que importa a Hillux e o SW4 est� com 50 carretas paradas na fronteira aguardando o licenciamento. No total, s�o 350 unidades. De acordo com a montadora, outros ve�culos s� ser�o enviados ao Brasil ap�s o imbr�glio ser resolvido. A decis�o do governo � vista como uma retalia��o ao atraso para libera��o de produtos brasileiros no pa�s vizinho. O Minist�rio de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) determinou, desde ter�a-feira da semana passada, o fim das licen�as autom�ticas, que s� ser�o expedidas ap�s t�cnicos do governo analisarem, podendo demorar at� 60 dias.
Volkswagen e o grupo PSA (Peugeot e Citro�n) informam que est�o avaliando os efeitos das medidas, mas ainda n�o sabem precisar o impacto. Entretanto, quem tenta comprar uma picape Volkswagen Amarok nas revendas de BH j� encontra dificuldade. Na concession�ria VW Carbel h� apenas um modelo, em exposi��o no sal�o da revenda e caso o comprador queira outros itens de s�rie ter� que esperar mais de 60 dias. A mesma situa��o ocorre com quem procura a picape na concession�ria VW Garra. Cen�rio parecido ocorre na concession�ria Renault Minas France, com o Clio, em que h� apenas uma unidade para a pronta-entrega.
ABEIVA
Em nota, a Associa��o Brasileira das Empresas Importadoras de Ve�culos Automotores (Abeiva) afirma que concorda com a retalia��o aos produtos argentinos, mas n�o concorda com a extens�o da medida para os ve�culos provenientes de outros pa�ses. No primeiro quadrimestre, as marcas representadas associa��o comercializaram 51.698 unidades, o que representa apenas 4,92% do mercado total interno de ve�culos e 21,15% dos ve�culos importados que entram no pa�s. A maioria dos importados – 79,85% do total – s�o importados pelas montadoras instaladas no Brasil com de acordos bilaterais com isen��o de imposto de importa��o.
"Sem guerra"
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, descartou nessa segunda-feira qualquer ruptura no relacionamento com a Argentina, em raz�o da suspens�o e licen�as autom�ticas para importa��o de ve�culos. "N�o existe guerra comercial e o di�logo n�o foi interrompido. O mercado argentino continua sendo um importante parceiro do Brasil no Mercosul e encontraremos solu��es para os problemas sens�veis aos dois lados", disse. Ele espera se reunir com a ministra argentina da Ind�stria, D�bora Giorgi, na pr�xima semana para tratar da barreira aos carros e outras quest�es. Pimentel reafirmou que a medida n�o teve a Argentina como alvo espec�fico, mas o mundo todo.