O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou nesta quarta-feira uma carta aos ministros do G-20 para expressar sua preocupa��o com os recentes acontecimentos envolvendo o diretor-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, e suas poss�veis explica��es. "Como sabem, s�o graves as acusa��es levantadas contra ele; no entanto, como qualquer cidad�o, o Sr. Strauss-Kahn tem o direito irrestrito � defesa e todas as acusa��es t�m de ser cuidadosamente examinadas", diz o ministro na carta.
Mantega destaca o papel exercido por Strauss-Kahn como diretor-gerente do Fundo e diz que "ele atuou de forma decisiva nos esfor�os internacionais para superar a crise econ�mica mundial". "O diretor-gerente tamb�m contribuiu para a reforma do Fundo, reconhecendo que os mercados emergentes e os pa�ses em desenvolvimento precisam ter maior peso nas decis�es do FMI, em linha com sua crescente participa��o na economia mundial".
O ministro afirma que, apesar de Strauss-Kahn n�o ter renunciado ao cargo nem ter sido demitido, gostaria de compartilhar sua opini�o sobre o assunto. Segundo ele, antes de discutir nomes, alguns crit�rios deveriam ser estabelecidos para a sele��o adequada do diretor-gerente do Fundo.
"O FMI n�o pode ficar para tr�s nesse processo de mudan�a institucional. Se o Fundo quer ter legitimidade, seu diretor-gerente deve ser selecionado somente ap�s ampla consulta com os pa�ses membros", afirma Mantega, que destaca ainda que o Brasil sempre apoiou a posi��o de que a sele��o deve ser baseada no m�rito, independentemente da nacionalidade. "J� se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidad�o europeu".
Para o ministro, o diretor-gerente do FMI deve ser uma pessoa "altamente qualificada, com s�lida forma��o t�cnica e pol�tica, bem como experi�ncia em cargos oficiais de alto n�vel". Ele destaca ainda que essa pessoa deve "representar um n�mero maior de pa�ses membros, ser aberto � necessidade de mudan�as e reformas, e capaz de compreender a ampla variedade de desafios enfrentados em diversas partes do mundo".
Mantega defende que a decis�o sobre o assunto n�o se d� de forma precipitada e que o processo assegure a representatividade e a legitimidade do FMI.