A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, apresentada oficialmente como favorita � sucess�o de seu compatriota Dominique Strauss-Kahn � frente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), anunciou oficialmente nesta quarta-feira sua candidatura e afirmou que deseja obter um "amplo consenso" em torno de seu nome.
"Resolvi apresentar minha candidatura" ao posto, disse a ministra � imprensa, na abertura da c�pula do G8 em Deauville, indicando ter tomado esta decis�o "ap�s uma reflex�o madura".
"Tomo esta decis�o ap�s uma longa reflex�o e com a concord�ncia do presidente da Rep�blica e do primeiro-ministro, que me ap�iam totalmente neste processo", indicou Lagarde, referindo-se a Nicolas Sarkozy e Fran�ois Fillon.
Al�m disso, destacou, sua inten��o � "colher o mais amplo consenso" em torno da candidatura. Fillon assegurou, posteriormente, que Lagarde � "uma candidatura de qualidade, efic�cia, equil�brio entre feito econ�mico e solidariedade".
Lagarde foi imediatamente apoiada "plenamente" pelo presidente da Comiss�o Europeia, Jos� Manuel Barroso, e recebeu o apoio "forte" da Alemanha. Reino Unido e It�lia j� o haviam dado, inclusive antes de sua apresenta��o oficial como candidata.
Entretanto, Christine Lagarde, de 55 anos, n�o quer aparecer como a candidata de um grupo s�, num momento em que os pa�ses emergentes veem com maus olhos a manuten��o de um europeu na chefia da poderosa institui��o financeira internacional.
"N�o sou nem a candidata do Eurogrupo, nem a candidata europeia, nem a candidata francesa", indicou a ministra, afirmando contar com apoios "mais al�m da Europa". Os Estados Unidos, cujo aval � crucial, e o Jap�o, ainda n�o declararam apoio a nenhuma candidatura.
O secret�rio do Tesouro americano, Timothy Geithner, n�o quis se pronunciar e assegurou que tanto Lagarde quanto outro dos candidatos que se apresentar�o ao cargo, o presidente do Banco Central do M�xico, Agust�n Cartens, s�o aspirantes "muito confi�veis" para chefiar o FMI ap�s a demiss�o, h� uma semana, de Strauss-Kahn, acusado de tentativa de estupro em Nova York.
Desde sua cria��o, depois da Segunda Guerra Mundial, o FMI foi sempre dirigido por um europeu, segundo uma regra t�cita que paralelamente garante aos americanos a chefia do Banco Mundial.
Mas, uma semana ap�s a ren�ncia de Dominique Strauss-Khan, acusado em Nova York de tentativa de estupro, os pa�ses emergentes, que se fazem valer cada vez mais de seu peso crescente na economia mundial, encontraram um momento prop�cio para protestar contra esta tradi��o.
O grupo dos Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul) publicou na ter�a-feira uma declara��o conjunta para pedir que esta regra seja abandonada. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mencionou o candidato mexicano, August�n Carstens, e anunciou que ele viajar� ao Brasil na pr�xima semana.
Mantega afirmou que o Brasil n�o definir� qual candidato ap�ia at� conhecer as propostas de cada um, embora tenha destacadao a import�ncia de que o FMI possa ser chefiado por um representante de um pa�s emergente: "� importante o compromisso de que n�o seja necessariamente um europeu", disse, em Bras�lia.
Para Lagarde, "ser europeu n�o � um problema, tampouco � uma qualidade".
O presidente da Comiss�o Europeia, Jos� Manuel Barroso, anunciou que apoia "plenamente" a candidatura de Lagarde.
"Ap�io plenamente a candidatura de Christine Lagarde ao posto de diretor gerente do Fundo Monet�rio Internacional", declarou Barroso em um comunicado, divulgado pouco ap�s o an�ncio da ministra.
Barroso destacou que Lagarde conta com o respeito da comunidade internacional, num momento em que a Europa tenta chegar a um consenso em torno de um candidato para substituir Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo no FMI em meio a um esc�ndalo sexual.
Segundo Barroso, a Comiss�o Europeia "acredita que as qualidades de Lagarde, assim como seu compromisso com o fortalecimento da governan�a econ�mica global, s�o indispens�veis para cumprir a miss�o do FMI e sua contribui��o vital para a estabilidade da economia internacional".
A Alemanha tamb�m declarou apoio � ministra francesa, qualificando-a como "uma pessoa com excelente conhecimento que h� anos ocupa posi��es de alto n�vel em empresas privadas, na pol�tica e no governo".
"Ela est�, e isto � particularmente importante, muito familiarizada com a crise da d�vida p�blica na Europa, na qual o FMI t�m desempenhado um significativo papel", ressaltou Steffen Seibert, porta-voz do governo da chanceler Angela Merkel.
Lagarde iniciar� uma viagem por v�rios pa�ses para defender sua candidatura, exibindo como trunfo o balan�o dos primeiros meses da presid�ncia francesa do G20.
Al�m disso, espera valer-se do "conhecimento �ntimo" que possui das institui��es europeias, num momento em que a Eurozona atravessa uma crise sem precedentes - na qual o FMI desempenha papel central.