Bras�lia – O drag�o da infla��o j� est� engolindo a renda do trabalhador. Realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) mostrou que a taxa de desemprego manteve-se praticamente est�vel, passando de 6,5% em mar�o para 6,4% no m�s seguinte. � o melhor desempenho para um abril desde 2002. No entanto, o rendimento m�dio real do trabalhador (descontada a alta dos pre�os) caiu 1,8%. O brasileiro empregado, que em m�dia tinha dispon�veis R$ 1.568,41 para as despesas mensais em mar�o teve de se virar com menos, R$ 1.540, em abril.
A redu��o mais evidente nos sal�rios ocorreu entre trabalhadores do setor imobili�rio. O tombo chegou a 4,8% em abril e a 2% no ano. Em Recife (PE), a queda foi maior que no restante do pa�s, 4,1% na compara��o mensal. Para analistas, esse freio mostra, pela primeira vez e de forma concreta, que as medidas macroprudenciais e o aperto na taxa b�sica de juros (Selic) surtiram efeito: a economia entrou em rota de desacelera��o.
Na vis�o de Oct�vio de Barros, economista-chefe do Bradesco, os dados do mercado de trabalho s�o compat�veis com a proje��o da institui��o de que a taxa de desemprego ficar� em 6,4% em 2011 e o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do pais) em 3,8%. “A forte desacelera��o verificada nos rendimentos reais sugere que nos pr�ximos meses o mercado de trabalho seguir� em movimento de modera��o, refor�ando nossa expectativa de arrefecimento no crescimento da economia no restante deste ano”, argumentou o economista.
Apenas duas regi�es pesquisadas pelo IBGE escaparam dessa piora no rendimento dos trabalhadores. Em Salvador (BA) esses ganhos cresceram 3% e em Porto Alegre (RS), 0,6%, locais onde os sal�rios ficaram em R$ 1.240,90 e R$ 1.536,80 respectivamente. Entre os setores da economia, o que mais obteve perda nos rendimentos foi o segmento de servi�os prestados � empresas, alugu�is, atividades imobili�rias e financeira. Apenas em abril, o ganho desses trabalhadores derreteu 4,8%. No ano, a queda foi de 2%.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, por�m, rebateu todas as avalia��es dos especialistas e os dados do IBGE. Para ele, n�o existe desacelera��o. “Eu j� disse e reitero contra o mercado, no segundo semestre a infla��o vai cair e o n�vel de emprego vai subir”, afirmou o ministro. "Vamos fechar o ano com 3 milh�es de empregos e os dados em 2012 v�o surpreender para melhor a todos, mas n�o a mim”, disse.