As novas regras para os cart�es de cr�dito que entraram em vigor nesta quarta-feira n�o ter�o efeito na diminui��o do endividamento do consumidor, na avalia��o do presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Rela��es de Consumo (Ibedec), Jos� Geraldo Tardin. Resolu��o do Conselho Monet�rio Nacional (CMN) reduziu de aproximadamente 80 para cinco o n�mero de tarifas pagas pelos usu�rios de cart�o de cr�dito.
Na opini�o do presidente do Ibedec, entretanto, a medida ser� in�cua uma vez que o problema est� na cobran�a de juros altos. Ele destaca ainda que duas grandes operadoras monopolizam o mercado (Visa e Mastercard) o que impede uma ampla concorr�ncia em rela��o aos juros cobrados. Ele defende que bancos oficiais, estaduais e de desenvolvimento concorram com essas empresas e implementem pol�ticas de concorr�ncia mercadol�gica para baratear os juros.
O presidente do Ibedec concorda que a redu��o do n�mero de tarifas ser� vantajosa uma vez que "haver� mais transpar�ncia nos contratos”, mas que essa medida � pouco eficaz para diminui��o do endividamento – que � o objetivo do governo. Outra mudan�a com as novas regras � o percentual da parcela m�nima mensal para pagamento do cart�o, que passa a ser 15%. Em 1º de dezembro, a parcela m�nima para pagamento passar� para 20% do total da fatura.
Tardin aconselha o consumidor a utilizar todas as possibilidades de pagamento que tenham juros mais baixos que os do cart�o de cr�dito, inclusive, o cheque especial. O presidente do Ibedec afirma que o juro do cheque especial pode chegar a 170% ao ano, mas o do cart�o pode oscilar entre 200% e 312% ao ano.
Segundo ele, o Ibedec recebe diariamente queixas e consultas de pessoas que devem muito mais que sua capacidade de pagamento. "H� clientes que ganham R$ 6 mil por m�s e devem mais de R$ 200 mil, ou seja, quase 50 vezes o que ganham", relata.
Nas ruas, as novas regras t�m dividido opini�es. Para o vigilante Marcelo Queiroz, as medidas ir�o for�ar as pessoas a ter um maior controle dos gastos. "Como eu j� venho controlando o uso do cart�o de cr�dito, acaba sendo uma ajuda a mais. Eu sempre evitei pagar o m�nimo, prefiro pagar a fatura total”, disse.
A supervisora Sthefany dos Santos, entretanto, n�o concorda com o aumento da porcentagem m�nima para pagamento da fatura do cart�o de cr�dito. “Acho injusto, o aumento deveria ser aos poucos. Acho tamb�m que deveria ter uma raz�o maior do que simplesmente querer diminuir o consumo”, afirmou. Em rela��o � diminui��o do n�mero de tarifas, Sthefany elogia a medida. “Antes a gente pagava taxa que n�o tinha no��o para que serviam. Agora ser� mais f�cil identificar o porqu� de cada uma.”
J� a artista pl�stica Denise Ara�jo acredita que as medidas s�o interessantes. “� preciso incentivar as pessoas a n�o ficar t�o envolvidas com essas oportunidades oferecidas pelos cart�es de cr�dito. Se aumentar a porcentagem do valor m�nimo, as pessoas v�o usar o cart�o com mais crit�rio. Concordo que tem que cortar um pouco desse consumismo porque sen�o, l� na frente, a pessoa se enrola.”