Produtores e consumidores de pa�ses em desenvolvimento poder�o utilizar at� US$ 4 bilh�es para se proteger contra grandes oscila��es nos pre�os dos alimentos, conforme planos anunciados hoje pelo Banco Mundial.
Os recursos ser�o gerenciados pela institui��o do Banco Mundial voltada ao setor privado, a Corpora��o Internacional de Finan�as (IFC, na sigla em ingl�s), em parceria com o banco JPMorgan. O objetivo � permitir que os produtores, cooperativas e bancos se protejam da exposi��o ao risco nos mercados agr�colas.
Por meio da ferramenta de Gerenciamento de Risco de Pre�o Agr�cola, o IFC vai destinar at� US$ 200 milh�es em cr�dito a clientes que usam produtos espec�ficos de hedge (prote��o contra riscos). O JPMorgan disponibilizar� a mesma quantidade de recursos.
O comunicado do Banco Mundial diz que "como a exposi��o associada �s opera��es de gerenciamento de risco � tipicamente menor do que a quantidade principal de hedge dispon�vel para os clientes, essas exposi��es combinadas devem resultar em US$ 4 bilh�es em prote��o contra riscos de pre�os, que ser� organizada pelo JPMorgan para produtores e compradores agr�colas de mercados emergentes".
A nova ferramenta � especialmente importante porque pequenos produtores de mercados emergentes, e tamb�m consumidores, costumam ter dificuldades para acessar os sofisticados instrumentos de hedge dispon�veis no mundo desenvolvido. Em teleconfer�ncia, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que o grupo est� conversando com outros bancos para expandir o esquema.
"Isso pode mostrar como instrumentos financeiros podem trazer seguran�a para milh�es de fazendeiros, produtores e consumidores. Estar totalmente exposto �s altas
O crescimento da produtividade de arroz e trigo em pa�ses em desenvolvimento, que representam 80% da popula��o global, desacelerou para 1% ao ano, ante 3% na d�cada de 1970. A prote��o contra o risco, especialmente em mercados vol�teis, ajuda os produtores e processadores de alimentos a melhorar suas estrat�gias de investimento no longo prazo. Charles Ogang, presidente da Federa��o Nacional de Produtores de Uganda, destacou recentemente a necessidade de que os pa�ses em desenvolvimento tenham estruturas de mercado mais confi�veis e transparentes para bilh�es de pequenos propriet�rios.
O lan�amento do novo sistema de gerenciamento de risco ocorre pouco antes da reuni�o de ministros de Agricultura do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), que ocorrer� em Paris amanh� e quinta-feira. Eles discutir�o um acordo para conter a volatilidade sem precedentes nos pre�os dos alimentos. Estre as propostas avaliadas est�o melhorar a transpar�ncia nos mercados f�sico e futuro; formar estoques para amortecer oscila��es de pre�o; e desenvolver ferramentas de gerenciamento de risco para os mais vulner�veis.
Os pre�os dos alimentos atingiram n�vel recorde em fevereiro, de acordo com a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), cujo relat�rio publicado na semana passada indicou que os pre�os da comida podem ficar em m�dia 30% mais altos durante a pr�xima d�cada, pois a desacelera��o do crescimento da produ��o deve se contrapor � r�pida expans�o da demanda.
Grupos de assist�ncia social e caridade alertam que o n�mero de pessoas cronicamente famintas deve crescer para mais de 1 bilh�o neste ano, por causa do aumento do custo de vida. A produ��o global de alimentos ter� de crescer 70% at� 2050 para alimentar a popula��o prevista de mais de 9 bilh�es de pessoas, de acordo com a ONU. Segundo Zoellick, "os pre�os dos alimentos, altos, incertos e vol�teis, s�o a amea�a mais grave para os mais vulner�veis no mundo em desenvolvimento".