Sem conseguir obter at� agora os resultados esperados com o apoio ao setor, o governo anunciou nesta segunda-feira a amplia��o das medidas para recuperar o valor pago aos produtores pelo arroz, um dos poucos alimentos de grande consumo que n�o pegaram carona no momento de alta dos pre�os das commodities agr�colas. A meta incluir nos estoques p�blicos todo o excedente produzido e ainda aumentar as exporta��es em 600 mil toneladas, criando um d�ficit no mercado de 592 mil toneladas.
“O foco do governo � enxugar esse produto do mercado. Quanto mais dificuldade [o mercado] tiver para encontrar o produto para comprar, mais r�pido os pre�os v�o subir”, afirmou o secret�rio-adjunto de Pol�tica Econ�mica do Minist�rio da Fazenda, Gilson Bittencourt, durante entrevista no Minist�rio da Agricultura (Mapa). Atualmente, o rizicultor est� vendendo a saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul por cerca de R$ 19, enquanto o pre�o m�nimo estabelecido pelo governo � de R$ 25,80.
Dados do governo mostram que o estoque final de arroz ao final da safra 2010/2011 ser� de 2,498 milh�es de toneladas, sendo que 1,1 milh�o de toneladas j� faz parte dos estoques p�blicos. Este ano, foram feitos leil�es de contratos p�blicos de op��o de venda para 520 mil toneladas e autorizada a aquisi��o direta de 360 mil toneladas pelo governo. Hoje, o governo anunciou que far� leil�es de contratos p�blicos de op��o de venda para mais 500 mil toneladas.
Com essas medidas, os estoques de arroz em armaz�ns oficiais pode chegar a 2,48 milh�es de toneladas, restando 18 mil toneladas do cereal no mercado.
Segundo o secret�rio de Pol�tica Agr�cola do Mapa, Jos� Carlos Vaz, as novas a��es s�o uma resposta firme ao mercado, que “acha que o governo est� brincando”. Vaz e Bittencourt tamb�m anunciaram leil�es de contratos de op��o privada para 500 mil toneladas de arroz. Para evitar que os pre�os ao consumidor subam mais do que o previsto, o governo deve comercializar parte de seus estoques.
Para tentar reverter a forte depress�o de pre�os que vive o mercado de arroz, um produto com pequeno mercado de exporta��o, j� que a maioria dos pa�ses produtores consome toda sua safra, o governo est� apoiando, no ciclo 2010/2011, a comercializa��o de 3,65 milh�es de toneladas do cereal, a um custo de R$ 1,1 bilh�o. Dentro disso, as medidas anunciadas hoje atingem 1,5 milh�o de toneladas e custar�o ao governo R$ 427 milh�es.
Segundo Vaz, o setor de arroz est� vivento um problema conjuntural, com queda de pre�os tamb�m em outros pa�ses, e estrutural. Enquanto a produ��o aumentou 18,5%, o consumo interno tem se mantido est�vel. Uma das raz�es, de acordo com Bittencourt, pode ser a melhoria da renda dos brasileiros que acaba provocando uma diversifica��o dos alimentos consumidos.
Por isso, ser� criado um grupo de trabalho para discutir a��es estruturais para as pr�ximas safras. A ideia � reunir os governos federal e do Rio Grande do Sul, a iniciativa privada e representantes dos produtores para debater novas destina��es para o arroz, custo de produ��o, otimiza��o da �rea plantada e atividades e cultivos alternativos.