O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta ter�a-feira o apoio formal do Brasil � candidatura de Christine Lagarde ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Para o ministro, por�m, o processo de delibera��o foi muito curto, impossibilitando uma discuss�o e um aprofundamento maior da posi��o brasileira. "Esperamos que o processo seja mais demorado na pr�xima elei��o", disse Mantega.
Segundo ele, a escolha brasileira se deveu � experi�ncia, ao curr�culo e ao conhecimento das quest�es mundiais de Lagarde, mas sobretudo pelo comprometimento da ministra francesa em continuar com as reformas e a moderniza��o do FMI. "Essa reforma inclui continuar a aumentar a posi��o dos pa�ses emergentes, que hoje t�m mais voz e mais votos nas decis�es do fundo", afirmou.
Para Mantega, a escolha de Lagarde n�o significa a escolha de uma candidatura europeia. "� por m�rito", disse o ministro. Segundo ele, � preciso se desfazer um "velho acordo", que vem desde a d�cada de 1940, de que sempre um europeu dirige o FMI e um americano comanda o Banco Mundial. "O (ex-diretor) Strauss Kahn j� era um europeu que teve comportamento global. Queremos que na pr�xima elei��o n�o venham com essa hist�ria. Pode at� ser um europeu, mas tem que haver compet�ncia", acrescentou.
Para Mantega, Lagarde, se eleita, n�o dever� olhar apenas para a crise europeia, mas tamb�m para os outros pa�ses. O ministro afirmou que a decis�o brasileira foi conversada com outros pa�ses, como �frica do Sul, Argentina e R�ssia. Na segunda-feira, a China j� havia anunciado apoio a Lagarde. "Buscamos formar um consenso sobre o que queremos para o FMI. N�o s� no sentido de fiscalizar os pa�ses emergentes, mas fiscalizar mais os pa�ses avan�ados, que t�m causado crises econ�micas", afirmou.
Al�m disso, segundo Mantega, o Brasil deseja aumentar a participa��o dos emergentes nas diretorias do fundo. Outra reivindica��o � de que n�o haja restri��es ao controle de capitais. Para o ministro, o FMI precisa continuar atuando em sintonia com o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) que, segundo Mantega, � o principal �rg�o de coordena��o da economia mundial.
O prazo para que os pa�ses se posicionem em rela��o �s candidaturas ao FMI se encerra na quinta-feira, dia 30. A sucess�o ao FMI foi necess�ria depois que o antigo presidente Dominique Strauss-Kahn renunciou do cargo. Ele foi preso em Nova York acusado de abusar sexualmente de uma camareira de hotel.
O principal concorrente de Largarde, o mexicano Agustin Carstens recebeu o apoio somente do Canad� e da Austr�lia, que unidos ao M�xico, possuem 12% do conselho. Com a decis�o do Brasil em apoiar a francesa, a elei��o de um europeu para o cargo do �rg�o financeiro mais impostante do mundo fica praticamente certa. Os 24 executivos do conselho se re�nem no final da tarde desta ter�a-feira para votar. A decis�o oficial deve sair at� quinta-feira.