(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Itabirito sai no lucro com "guerra dos refrigerantes"

Cidade vai ampliar receita com f�brica nova da Coca-Cola, que investe para aumentar produ��o em Minas. Produtores de tuba�nas se unem para brigar por mais espa�o


postado em 01/07/2011 06:00 / atualizado em 01/07/2011 09:24

Disputa no mercado de bebidas leva empresas a investir pesado em novas fábricas e maquinários(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Disputa no mercado de bebidas leva empresas a investir pesado em novas f�bricas e maquin�rios (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Na guerra de mercado travada entre os pequenos fabricantes de refrigerante e a gigante Coca-Cola, quem vai se beneficiar s�o os moradores da Itabirito, na Regi�o Central do Estado. A cidade foi escolhida para receber a nova f�brica da Coca-Cola FEMSA Brasil, com investimentos de R$ 250 milh�es (US$ 146 milh�es) e a previs�o de gerar mil empregos. A unidade, que vai ocupar um terreno de 300 mil metros quadrados, ser� uma das cinco maiores do mundo e vai consolidar a posi��o da Coca no mercado. Para enfrentar o poderio da gigante mundial, os fabricantes tuba�nas, marcas regionais de refrigerantes, prometem brigar. Amea�ados pelas gigantes Coca-Cola e Ambev, eles j� se uniram numa associa��o e prometem ir ao governo federal reclamar condi��es igualit�rias de mercado. No �ltimo ano, investiram cerca de R$ 70 milh�es em novas f�bricas, maquin�rio, log�stica e lan�amento de produtos.

Amparadas pela mobilidade social, essas f�bricas ocupam nichos de mercado e exibem vendas crescentes. Mesmo assim, as ind�strias de tuba�na temem a possibilidade de ficarem cada vez mais espremidas – e menos competitivas – em seu nicho de mercado. Por isso, se unem umas �s outras, como � o caso da Mate Couro e do grupo Coroa, que s�o franqueados um do outro no Esp�rito Santo e em Minas, respectivamente. Al�m da troca de figurinhas entre empresas com interesses em comum, os fabricantes regionais, por meio da associa��o Refri Brasil, criaram uma central de compras que permite negociar pre�os mais baixos com os fornecedores. Eles compram juntos tudo o que podem: de rolhas a r�tulos, al�m das pr�prias garrafas.

O presidente da entidade, Ademar Watanabe, explica que como foi criada h� um ano, a Refri Brasil j� re�ne condi��es legais para levar “alguns pleitos” ao governo federal no sentido de “regular o mercado de forma mais justa”. Ele se refere � despropor��o de for�as entre os grandes fabricantes e os pequenos, que enfrentam dificuldades de colocar os seus produtos nos restaurantes em v�rias regi�es do pa�s. “Os refrigerantes regionais deveriam representar a cidade e a regi�o onde s�o fabricados, mas em vez disso n�o conseguem romper a barreira dos grandes e entrar nesses estabelecimentos. Pleiteamos a liberdade de com�rcio e queremos evitar que o poder econ�mico seja preponderante no mercado”, observa.

F�brica nova mais r�pido

A Coca-Cola tem pressa para crescer no mercado mineiro. “A ideia � come�ar as obras o mais r�pido poss�vel. Esperamos inaugurar no fim do ano que vem para talvez ainda aproveitarmos o ver�o de 2012”, afirma O diretor de opera��es da Coca-Cola FEMSA Brasil, Ricardo Botelho. A op��o por ampliar os neg�cios no estado foi motivada pelo limite f�sico da f�brica de Belo Horizonte, que est� em sua capacidade m�xima de produ��o, estimada em 1,4 bilh�es de litros ao ano. A nova produ��o anunciada representar� um incremento de aproximadamente 47% em rela��o a produ��o atual.

O presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul garantiu que a f�brica na capital mineira funcionar� juntamente com a nova. “Futuramente ela ser� transformada em um centro log�stico para distribui��o dos produtos da Coca”, antecipou. O novo empreendimento ir� atender � demanda crescente do mercado mineiro e tamb�m da regi�o serrana do Rio de Janeiro.

L�zio Divino Pinto, gerente de vendas da Mate Couro, explica que a f�brica vai investir R$ 1,3 milh�o em 2011 . Ele acredita que h� muito espa�o para crescer, mas admite que o investimento anunciado pela Coca Cola assusta. “O poder econ�mico � muito forte, a publicidade assusta. Eles (Coca e Ambev) t�m geladeiras em todos os bares, compram espa�os em supermercados e v�o ficar caca vez mais fortes. A nova f�brica vai dificultar mais ainda a vida dos concorrentes pequenos em Minas. N�s ficamos com uma beiradinha desse mercado”, diz, referindo-se �s ind�strias de tuba�nas.

Impacto positivo

Nessa guerra, Itabirito vai se beneficiar conquistando sua “independ�ncia” de uma receita ainda muito associada ao desempenho da minera��o, atividade ligada � hist�ria do munic�pio de 43 mil habitantes. Na gera��o de empregos na nova f�brica, estimados em 1 mil vagas na opera��o da planta industrial, dever�o ganhar oportunidades na cidade mineradora os moradores de pelo menos outras cinco cidades distantes at� 25 quil�metros: Belo Vale, Moeda, Brumadinho, Nova Lima e Congonhas.

Em Itabirito, o secret�rio municipal de desenvolvimento econ�mico, Geraldo Magno de Almeida, j� p�s no papel a dimens�o do impacto financeiro da f�brica. Tomando por base a produ��o anunciada pela empresa de 2,2 bilh�es de litros de refrigerantes por ano, a arrecada��o do Imposto sobre a Circula��o de Mercadorias e Presta��o de Servi�os (ICMS) dever� alcan�ar R$ 250 milh�es. A cota parte da cidade hist�rica alcan�aria, portanto, R$ 50 milh�es anuais. A cifra, que come�a a entrar no caixa do munic�pio em 2013, representa o dobro da receita atual originada do tributo.

O setor industrial responde, atualmente, por 60% da arrecada��o de ICMS local. Os royalties da explora��o de min�rio de ferro pagos pela Vale S/A, entretanto, s�o um naco representativo das contas municipais, que gira em torno de R$ 25 milh�es a R$ 30 milh�es, por meio dos royalties da atividade (a Compensa��o Financeira pela Explora��o Mineral). A quantia significa pouco menos de um ter�o da receita total da prefeitura, de R$ 100 milh�es. “Al�m da diversifica��o da economia, ganhamos independ�ncia financeira. Os pr�ximos prefeitos n�o v�o precisar mais sair com o pires nas m�os em busca de recursos para o caixa”, afirma o secret�rio Geraldo Almeida.

M�o de obra

Num cen�rio de escassez de m�o de obra, a Prefeitura de Itabirito e a Coca Cola acertaram um programa de forma��o de pessoal. S� o posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine-MG) instalado em Itabirito tem 600 vagas em aberto, � espera de candidatos. Al�m da f�brica de refrigerantes, empresas como a Vale precisam de trabalhadores e t�m dificuldade de encontrar pessoal qualificado, o que refor�a as iniciativas de treinamento em v�rias �reas. Haver� demanda de empregos tamb�m em duas dezenas de micro e pequenas empresas prestadoras de servi�os de minera��o, mec�nica e reciclagem que anunciaram a inten��o de se instalar no distrito industrial Marzag�o, criado recentemente em Itabirito. Os projetos somam R$ 12 milh�es at� 2012.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)