Em discurso para sindicalistas da Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT), o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil n�o pode permitir que a crise econ�mica que atinge a Europa e os Estados Unidos prejudique o pa�s. "A gente n�o pode aceitar que os americanos fa�am o ajuste da sua pol�tica fiscal � custa da desvaloriza��o do d�lar, o que cria preju�zo para o com�rcio dos pa�ses mais pobres. A gente n�o pode permitir que a crise venha causar preju�zo para o nosso Pa�s", disse Lula durante o Congresso Nacional da UGT, realizado em S�o Paulo.
Num tom inflamado, Lula culpou os pa�ses desenvolvidos pela crise no continente europeu. "Estamos vendo a Espanha, Portugal e Gr�cia numa situa��o delicada. � uma crise que n�o foi causada pelos pa�ses pobres, � uma crise causada pelos
Nos 20 minutos de discurso, Lula fez um balan�o de seus oito anos de governo, com destaque para a estabilidade econ�mica e a forma como o Brasil superou a crise internacional. "Enquanto o Obama j� est� h� mais de dois anos sem resolver a crise americana, enquanto a Europa j� est� h� dois anos sem resolver a crise l�, aqui no Brasil n�s dissemos que a crise seria uma marolinha, que ia chegar por �ltimo e ia embora primeiro. E foi exatamente o que aconteceu", afirmou.
De acordo com o ex-presidente, seu governo fez uma "pequena revolu��o" no Pa�s, ao criar uma nova classe m�dia e tirar milh�es de pessoas da mis�ria. "O que mais encanta o mundo inteiro � que 39 milh�es de brasileiros foram para a classe m�dia e 28 milh�es sa�ram da linha da pobreza. Esse � o fato mais inusitado discutido nos debates que eu tenho participado no mundo inteiro. As pessoas querem saber como � que em oito anos voc� leva 39 milh�es a subir de classe", afirmou.
Ovacionado pelos sindicalistas, Lula disse estar orgulhoso por ter feito uma gest�o comprometida com os mais pobres. "Eu tenho um olhar meio vesgo para o mais pobre", brincou. Para o ex-presidente, a ascens�o social nos �ltimos anos causa desconforto na elite do pa�s. "Isso incomoda algumas pessoas, porque agora pobre viaja de avi�o. Eu fui agora para a Argentina e est� cheio de pobre no avi�o indo para Buenos Aires, indo para o Uruguai, indo visitar os parentes no Maranh�o, no Piau�", comentou. "Tem gente que diz: 'Esse Lula � uma desgra�a mesmo, at� pobre est� andando de carro em S�o Paulo, est�o entupindo as ruas!'"
Durante sua participa��o no evento, Lula causou tumulto por onde passou. Assediado pelos sindicalistas, o ex-presidente parou para tirar fotos e distribuir aut�grafos e teve dificuldades para deixar o congresso. Em seu discurso, chegou a descer do palco para abra�ar a plateia, dando muito trabalho aos seguran�as para tir�-lo dos bra�os dos sindicalistas.
Copa do Mundo
Mesmo no meio do tumulto, Lula comentou sobre a confirma��o da cidade de S�o Paulo como uma das sedes da Copa de 2014. "Seria impens�vel S�o Paulo n�o ter a abertura da Copa do Mundo. � o Estado mais importante da Federa��o, o mais rico e o que tem mais futebol", afirmou o presidente, que j� conta com a cerim�nia de abertura em S�o Paulo, embora isso ainda n�o tenha sido oficializado pela Fifa. Lula tamb�m rebateu aos cr�ticos que colocam em d�vida a capacidade do Pa�s em sediar o evento. "O Brasil tem de ser levado a s�rio", afirmou.