Valoriza��o do real anula prote��o comercial negociada na OMC e prejudica exporta��es

Estudo do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) mostra que a desvaloriza��o cambial constatada em alguns pa�ses, como a China e os Estados Unidos, pode afetar o Brasil e anular as tarifas de prote��o comercial negociadas na Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC).

“As tarifas, instrumento b�sico de prote��o comercial negociado ao longo de d�cadas, acabam sendo anuladas pelos efeitos dos desalinhamentos cambiais. Mais ainda, os desalinhamentos cambiais afetam diretamente os n�veis de concess�es oferecidos nas negocia��es e os n�veis de abertura comercial negociados na OMC”, diz o Ipea, no estudo divulgado nesta quinta-feira, na capital paulista.

O Ipea aponta que a desvaloriza��o cambial acaba tamb�m servindo como subs�dios �s exporta��es desses pa�ses e como sobretaxas �s suas importa��es, transformando-se “em barreiras ao com�rcio muito mais eficazes que as tarifas aplicadas”.

Os entraves da Rodada Doha, por exemplo, de acordo com o estudo, podem estar sendo causados pela quest�o cambial. “A OMC precisa enfrentar a quest�o dos efeitos do c�mbio sobre o sistema de regras desenvolvido nas �ltimas d�cadas. Diante da atual situa��o da Rodada Doha, pode-se perguntar se a quest�o cambial n�o estaria por tr�s do impasse enfrentado”.

O estudo mostra, por exemplo, que uma desvaloriza��o de 30% no c�mbio da China representaria subs�dio �s suas exporta��es e traria efeitos danosos ao Brasil. Essa desvaloriza��o n�o s� anularia as tarifas consolidadas e negociadas pelo Brasil na OMC, como tamb�m transformaria as tarifas aplicadas em incentivos �s importa��es chinesas. "Em s�ntese, para o Brasil, a valoriza��o da sua moeda praticamente anula o instrumento das tarifas e representa incentivo �s importa��es em geral”.