O presidente da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-a��car, Marcos Jank, defendeu nesta sexta-feira que h� uma larga cadeia de tecnologia por tr�s das commodities agr�colas vendidas pelo Brasil e que exportar alimentos e energia n�o � "uma volta ao passado". Jank estava respondendo a coment�rios do diretor da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, e do vice-presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, no Encontro Nacional de Com�rcio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro.
Para os dois �ltimos, houve uma volta ao passado, com risco de desindustrializa��o, com o aumento do peso das commodities na pauta de exporta��es brasileira em detrimento de produtos manufaturados. "Tende a se achar que a commodity � desindustrializa��o, o que n�o � verdade. Isso me deixa profundamente incomodado", disse Jank, acrescentando que h� uma incorpora��o grande e cada vez mais sofisticada da ind�stria nos alimentos e na energia vendida pelo Pa�s. "Para um gr�o de soja � preciso uma quantidade imensa de m�quinas, qu�micas, processamento", exemplificou Jank.
Segundo ele, n�o h� sinais de desindustrializa��o e o Brasil est� indo apenas na dire��o de sua voca��o e do que � esperado do
Para Giannetti, a defesa de incentivos � exporta��o de commodities n�o deve ocorrer em detrimento do incentivo � exporta��o de manufaturados. O economista defendeu que as duas quest�es n�o s�o conflitantes. "A gente n�o pode olhar para o Brasil com a dimens�o territorial populacional, com as quest�es sociais que tem, e pensar que a gente vai continuar exportando soja em gr�o, ao inv�s de �leo e farelo, exportando algod�o em vez de vestu�rio, carne in natura ao inv�s de cortes especiais embalados. O mesmo serve para a �rea de min�rio", afirmou Giannetti. "O Brasil tem que exportar valor agregado. N�o � uma coisa contra a outra, � a commodity mais o produto manufaturado."
Jank respondeu afirmando que adicionar valor agregado aos produtos � uma meta, mas nem sempre leva � lucratividade. Ele explicou que a ind�stria de commodities � altamente desenvolvida em tecnologia e que, por distor��es da cadeia produtiva, � muitas vezes mais lucrativa do que a ind�stria da transforma��o.
"A Vale ganha muito dinheiro com min�rio de ferro e log�stica, mas talvez n�o ganhasse tanto com o a�o, porque h� excedente no mundo. H� distor��es que beneficiam o produto b�sico. O manufaturado nem sempre � t�o lucrativo."