Provocado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) sobre se o melhor para o setor produtivo n�o seria a desonera��o total da produ��o, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta ter�a-feira na audi�ncia no Senado que a proposta � invi�vel. "Eu gostaria de ter essa condi��o, mas n�o chegamos ainda a essa condi��o, por isso fizemos a desonera��o parcial", disse Mantega.
Conforme o ministro, seria arriscado promover uma a��o desse tipo, pois ele seria a primeira pessoa a ser cobrada por um poss�vel desequil�brio das contas p�blicas. "N�o podemos simplesmente desonerar a folha de pagamentos, pois o custo seria de R$ 95 bilh�es", calculou. No Plano Brasil Maior, o governo anunciou desonera��o da folha de pagamentos para m�veis, cal�ados e t�xtil (para 1,5% do faturamento) e de 2,5% no caso do setor de inform�tica.
Mantega tamb�m ouviu de senadores que o governo nunca arrecadou tanto quanto atualmente. "O governo nunca teve tanto dinheiro e nem tanta despesa. � proporcional", argumentou. Ele enfatizou, por�m, que o aumento da arrecada��o se d� pelo n�vel de atividade e de formaliza��o da economia. "Por isso, temos tido espa�o para desonera��es", disse.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff est� a par de toda a avalia��o da equipe econ�mica do governo sobre a crise financeira internacional e seus impactos sobre o Brasil, segundo o ministro da Fazenda. "Eu e a presidente conversamos sobre isso todos os dias, estamos afinados", afirmou durante a audi�ncia p�blica na CAE do Senado, quando questionado pelo senador A�cio Neves (PSDB-MG) sobre se o discurso do ministro � diferente do apresentado pelo governo.
Mantega voltou a dizer que h�, sim, preocupa��o com a economia mundial, que est� piorando. Ele citou mais uma vez que prev� aumento da guerra cambial, que isso prejudicar� a produ��o manufatureira e que levar� a uma pol�tica mais expansionista dos Estados Unidos. "O Brasil est� mais s�lido do que em outras ocasi�es. Haver�, no entanto, consequ�ncias: vamos ter mais competi��o, menos mercados, e os pre�os de commodities podem at� cair", pontuou.
A avalia��o do ministro sobre sua apresenta��o no Senado � a de que apresentou um cen�rio realista. "N�o fizemos nenhum discurso ufanista. Fui realista", disse. "N�o falei que estamos imunes, mas, sim, que estamos mais preparados do que outros pa�ses para responder a uma crise que poder� ser melhor ou pior. Em 2008, a hist�ria foi parecida", comparou, salientando, por�m, que a crise deve ser mais cr�nica agora do que foi a de 2008.