Governo se prepara para inclus�o da China como economia de mercado

Bras�lia – O governo federal come�a a se preparar para a inclus�o da China como economia de mercado, para fins de defesa comercial. Segundo regras estabelecidas pela Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), a partir de 2016, todos os pa�ses ser�o obrigados a reconhecer a China como economia de mercado. Na pr�tica, a mudan�a significa que vai ficar bem mais dif�cil aplicar medidas antidumping contra os produtos chineses.

Das 81 medidas antidumping aplicadas pelo Brasil, a metade � contra produtos chineses. Para se preparar para essa mudan�a, o governo estuda como ir� combater o "ataque chin�s” ao mercado brasileiro. Segundo a secret�ria de Com�rcio Exterior do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, o pa�s j� est� preocupado com a quest�o.

“Isso vai fazer com que seja muito mais dif�cil a aplica��o de antidumping contra a China. � um momento em que h� mudan�a radical em defesa comercial porque a China � o principal player (negociador), principal objeto das nossas investiga��es, por isso ter� que receber tratamento distinto. Estamos nos preparando para esse momento, analisando como outros pa�ses est�o se preparando para isso”, informou Tatiana � Ag�ncia Brasil.

Atualmente, apesar de a China ser considerada economia emergente, � tratada como economia de n�o mercado. Com isso, ao abrir um processo de investiga��o na OMC, os pa�ses n�o precisam considerar os pre�os dos produtos chineses. Quando a China � alvo de den�ncia, o governo ou o setor produtivo tem que indicar um terceiro pa�s que seja par�metro para o produto, a fim de o governo definir se existe dumping (pre�o abaixo do praticado no mercado) nos pre�os.

H� duas semanas, t�cnicos do MDIC estiveram nos Estados Unidos para compartilhar medidas de prote��o comercial. O pa�s norte-americano tem realizado investiga��es na China, com o objetivo de conhecer os processos de precifica��o e composi��o do custo. “O Brasil ter� que fazer cada vez mais isso [investiga��es in loco] porque n�o poder� usar dados de outros pa�ses. A tarefa n�o ser� f�cil porque no interior da China, a contabilidade n�o segue padr�es ocidentais. N�o falam ingl�s, ser� desafio na opera��o e no entendimento dos cadernos de contabilidade”, comentou.

A China � o maior parceiro comercial do pa�s. Dados da balan�a comercial de agosto apontam que no acumulado de oito meses foram exportados US$ 29,050 bilh�es frente a US$ 19,914 bilh�es no mesmo per�odo do ano passado. As importa��es somaram US$ 20,947 bilh�es, de janeiro a agosto, ante US$ 15,485 bilh�es no mesmo per�odo de 2010.