O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais registrou taxa de crescimento real de 3,4% no segundo trimestre de 2011, em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, de acordo com dados da Funda��o Jo�o Pinheiro. Mesmo com a evidente desacelera��o do crescimento da economia em todo o mundo nos dois primeiros trimestres do ano, a taxa do PIB mineiro de abril a junho superou em 0,3% o resultado nacional, que foi de 3,1% no mesmo per�odo.
A taxa de crescimento estadual tamb�m foi superior � nacional nos seis primeiros meses do ano: enquanto o PIB de Minas Gerais apresentou expans�o de 4,4%, o brasileiro cresceu 3,6%. De acordo com o estudo, a conten��o do cr�dito, a eleva��o da taxa de juros, a valoriza��o da taxa de c�mbio e a estagna��o econ�mica nos Estados Unidos e na Europa foram fatores determinantes para a desacelera��o econ�mica mundial.
Setores
Em termos de valor adicionado bruto, a Agropecu�ria foi o �nico grande setor que apresentou decr�scimo de -1,1% no segundo trimestre de 2011. J� a Ind�stria registrou mais uma vez queda em seu ritmo de expans�o, com crescimento de apenas 2,5% em rela��o ao segundo trimestre do ano anterior.
O diretor do Centro de Estat�stica e Informa��es (CEI), Frederico Poley, esclarece que a redu��o nas taxas da agropecu�ria est� ligada � sazonalidade de safras como a do caf�, que obedece a um ciclo de bianualidade. Poley afirma que, ainda assim, deve-se levar em conta a queda das exporta��es nacionais. “De forma geral no Brasil, as exporta��es est�o come�ando a sentir o decl�nio do dinamismo internacional”, observa.
Em movimento contr�rio, o setor de servi�os, impulsionado pelo com�rcio, obteve crescimento do valor adicionado bruto de 4,6% no per�odo de abril a junho em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. No acumulado de doze meses, o setor de servi�os cresceu 5,7%, sendo que o crescimento do com�rcio foi de 9,8%. De acordo com o pesquisador do CEI, Reinaldo Morais, a alta do com�rcio no pa�s foi de 3,4%. "A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte tem a menor taxa de desemprego entre as outras do pa�s. Esse dado reflete na significativa alta do com�rcio mineiro, j� que as fam�lias ainda n�o sentiram a crise e continuam consumindo", explica.
A Constru��o Civil apresentou crescimento de 8,5% no per�odo, taxa mais alta para o setor nos quatro �ltimos trimestres. Segundo Reinaldo Morais, a alta do setor no pa�s foi de 2,1%. "Os dados mineiros foram puxados pelo alto consumo de cimento no Estado", revela. Houve, ainda, crescimento de 0,8% na ind�stria de transforma��o e decr�scimo de -0,7% na atividade de extra��o mineral.
Perspectivas
O estudo aponta que, para os pr�ximos trimestres, embora a tend�ncia seja de desacelera��o da economia, as taxas de crescimento do estado devem continuar positivas. “A desacelera��o pode ocorrer porque setores como o com�rcio e a constru��o civil ainda n�o sentiram os impactos da crise. Caso a taxa de c�mbio continue desfavor�vel, a tend�ncia � que as exporta��es diminuam”, explica Reinaldo Morais. “H� tamb�m uma tend�ncia de redu��o das taxas de juros, que ser�o alvo de pol�ticas de conten��o da crise, como o aumento do super�vit prim�rio e a conten��o de gastos p�blicos, por parte dos governos federal e estadual”, conclui.